Blue Velvet

quarta-feira, maio 31, 2006

Por favor, deixem jogar o Mantorras - I
















Da esquerda para a direita, três pibes que me enchem as medidas:
- Javier Mascherano a.k.a. 'El Jefe' a.k.a. 'El Professor'
- Carlitos Tevez a.k.a. 'El Rey' a.k.a. 'El Punk'
- Lionel Messi a.k.a. 'El Pulga' a.k.a. 'El Tesouro del Barça'

segunda-feira, maio 29, 2006

Consultor musical oferece-se à borlieaux

Penso que são dispensáveis grande número de palavras por quilómetro quadrado. É necessário arriscar e trazer umas bandas virgens a este club Med da Europa. Assim, se eu fosse genro do Cavaco ou tivesse uma empresa de organizações de espectáculos, eu trazia cá:
- Silver Jews. Se o homem quer ser pró - activo e dar concertos à que aproveitar, enquanto o Jeb Bush não ganha as eleições americanas.
- New Pornographers. Já que cá vêem os Broken Social Scene porque não trazer estes. É tudo do mesmo sitio, podia ser que existissem descontos de grupo.
- Clap your hands and say yeah. Estão, ou estarão em toda a Europa... menos por cá. Parece que Albufeira não ter bandeira azul. Preferem as Bahamas.
- Art Brut. Rock sempre abrir, e o vocalista com o bigode mais sexy deste mundo. Logo após do Zézé Camarinha.
- Sufjan Stevens. Porque é um dos melhores artesãos pop da actualidade e depois porque um gajo que se propõe a fazer um album por cada um dos estados norte-americanos tem tomates. Quem dera a muito boa gente (90%) ter um album de originais como o album de músicas que ficaram de fora de Illinois.
- Sleater - Kinney. Rock puro e duro tocado por mulheres de barba rija.
- Wolf Parade, The Firey Furnaces e Bright Eyes. Porque sim
- Edan e Common para não dizerem que só escolho grupos rock.
- M.I.A. para não dizerem que só escolho grupos rock e rap.
- NIN porque já é preciso ter vergonha. À quanto anos existem? Quantas vezes vieram a Portugal? Quem trouxe o industrial para o mainstream? Imaginem Ti Trent em Paredes de Coura a cantar: I wanna fuck you like an animal. I wanna feel you from the inside... Trazia a vila abaixo ou nem por isso?

sexta-feira, maio 26, 2006

Membros Nº 5025 e 12002 do clube de fans do Cigano Mágico

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Quasi Chunga In Parque da Bela Vista

Este devia ser o nome dado ao rock in rio. Do brasiu sempre vieram coisas boas. Batata, açúcar, Deus, futebol e as mulatas com aquele bumbum, patenteado e reconhecível a léguas. Apenas faltava chegar este espectáculo. Vou repetir novamente o nome. Rock in rio. Agora vou dizer a punch line do festival. O maior festival de rock do mundo. Logo no primeiro dia a abrir com muito power, adrenalina, guitarras a abrir e atitude “Fuck Off” q.b. temos essas lendas do rock, hard – rock e heavy que dão pelo nome de Shakira, Jamiroquai, Ivete Sagalo, D’Zrt. Além disso festival de rock não é festival de rock se não começar com uma comunhão entre os povos, onde se reza sempre um bocado, de preferência todos vestidos de branco com uns gritos a Iemanjá, não vá o diabo tecê-las. Afinal se grande parte de população opta por trabalhar com dois bancos porque não poderá ter mais que um pai no céu?
Mas porquê Rock in Rio? Passeio dos Alegres e dos Bem Aventurados, foi um nome que esteve em cima da mesa até cinco minutos antes da apresentação do eve
nto. Seria mais bonito, mas parece que o Axl Rose recusaria vir a um festival com esse nome. Felicidade, bem-aventurança e acima de tudo inspiração é coisa que falta a este Brian Wilson do hard-rock. Parece que a única coisa que o fez cá vir, além do sumptuoso caché, foi ter a experiência de compartilhar o palco com o Xutos e Pontapés, e um bilhete para o dia seguinte, onde se vai poder deleitar, com essa tripla brigada do reumático que é constituída por Rui Veloso, Carlos Santana e Roger Waters. Tudo valores do rock actual, com grandes álbuns lançados nos últimos dez anos. Quanto ao Sting e Anastácia não comento, porque a emoção que tenho no coração impede-me de expressar em letras, tudo o que sinto. Posso dizer, no entanto, que é algo muito profundo, mas tão, tão profundo que quem percebe destes assuntos teve aulas de escatologia.
Vê-se que existe por parte da organização uma tentativa clara de tentar inovar e arriscar com novos nomes, onde a excitação e a originalidade é a palavra-chave. Claro, que o maior festival do mundo (como a nossa selecção sub-21, na boca dos nosso jornalistas. Inovar a enganar o próximo sempre foi especialidade portuguesa), não é só música. Existe centro comercial (cabeleireiro incluído), slide, pista de neve, fraldário e muitas mais coisas. Tenho, no entanto uma critica a fazer. Analisando o esboço do recinto não se vislumbra onde vão estar as barracas de venda de drogas. A perfeição é inalcançável, mas concerteza a procura e o espírito empreendedor de uns quantos vai fazer com que nada falte. É tentar melhorar este aspecto, para daqui por dois anos, não se andar ao sabor da especulação estupefaciente. Sou contra todas estas distracções porque vão desviar a atenção de cima dos palcos. Infelizmente não posso ir. Como me negaram entrada na área V.I.P. neguei à organização a minha presença. Eu sei que vou perder a dança do ventre da Shakira (vai atingir o share de audiência do festival, tenho a certeza), mas não se pode ter tudo. O choro de emoção vai atingir o seu pico quando subirem os Da Weasel ao palco. Há décadas que não se apresentam em palcos portugueses. No entanto, chorar, especialmente num evento deste calibre é sempre bom. Vai menos povos à casa de banho, preserva-se a limpeza dos Wc’s, as despesas gastas em detergentes e ambientadores é reduzida para metade e mais obras sociais são beneficiadas.
Ah, e o festival tem um sino. O que seria de um festival de rock sem o belo do martelar no sino.

quinta-feira, maio 25, 2006

A bomba das extensões

Estou a testar uma extensão no firefox. O que é que esta menina não faz? Basicamente tudo que não tenha a ver com blogues. Já quantos aos blogues ela faz quase tudo. Só não dá é as ideias. Esta touraça das extensões chama-se Performancing e pode ser encontrada aqui. Se utilizam este browser aproveitem. Caso não utilizem, ganhem juízo, encontrem um advogado ranhoso e metam os papéis do divórcio com o Internet Explorer. E eu nem falo da DownThemAll, do del.icio.us, NoScript. Tantas, que se calhar mais vale listá-las.

Ps: São 18H. Se esta posta entretanto continuar por aqui é porque vale mesmo a pena.

quarta-feira, maio 24, 2006

Nome

- Olhando objectivamente para a temática em dicussão, à que separar o trigo do joio. Neste caso o trigo que interessa analisar é o seu nome. Tem?
- Desculpe, mas está-se afastar do essencial e a pôr o secundário em primeiro plano. Será o meu nome assim tão importante para esta discussão. Não será mais importante a forma como ele foi obtido? Um deles, a borracheira que o meu pai apanhou para esquecer os problemas em casa devido ao filho ilegítimo, que ia nascer nesse dia, e que por acaso até sou eu?
- Lá está o senhor a querer fugir à pergunta.
- Fugir? Se o meu avô não fosse um grande adepto do Belenenses e por consequência do Matateu, não teria o meu pai sido uma pessoa mais feliz e contida? O homem não deu futebolista mas tinha uma ânsia por balizas. Tanta que teve mais três filhos ilegítimos. Eu sou o mais velho.
- O nome homem. O nome.
- Um momento. Já lá vamos. E a minha avô? Se naquela altura houvessem testes de paternidade poderia ter sido outra pessoa a escolher o nome do meu pai.
- Olhe se a minha avó ainda tivesse dentes, ou dinheiro para pôr uma placa, concerteza não comeria apenas iogurte e sopas. Não vale apenas ir por aí porque assim toda a discussão fica inquinada desde o início. O seu nome é?
- O meu nome é apenas um título através do qual sou conhecido.
- Mas que é?
- Um descritivo dado a uma pessoa ou coisa, que infelizmente nunca me abriu todas as portas. Tive que me esforçar muito, sabia? Não tive as portas todas escancaradas como o senhor. Sabia que existem portas que pesam horrores. E quando elas estão enferrujadas? Cheguei a ganhar artrites nos braços do tanto abrir portas.
- Mas isso o que interessa?
- Baixou-me a auto estima durante a juventude. Se calhar não me tornaria no cabrão prepotente que sou hoje.
- Mas, e o nome?
- Quê? Quer o nome todo ou basta primeiro e último?
- O nome todo!!!!!
- Asdrúbal Mateus Correia da Silva Pereira Santos.
- Então é com prazer que para mais uma sessão de “Tudo Em Família” vos apresento o Sr. Asdrúbal Santos. Aqui no canal que interessa.

terça-feira, maio 23, 2006

Surpreendam-se

segunda-feira, maio 22, 2006

Yeah baby... it's rock n' roll

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sexta-feira, maio 19, 2006

I'm the foot fuckin' mistress




Neste blog não se fala do Código de Da Vinci. Ups... Pronto, diz-se o nome uma vez mas não se fala mais nisso. Falar,falar, só de massagens aos pés.

quinta-feira, maio 18, 2006

Touros

Roubaram uma vaca em Lisboa. Sei que daqui não vem grande mal ao mundo, mas este episódio tem o seu quê de caricato. Não foi uma vaca qualquer, daquelas que dá leite, carne, alimenta uma família inteira durante uns tempos e caga-se à grande e à francesa. Foi sim, uma vaca artesanal, toda fashion, cheia de pinturas, que não serve para mais nada a não ser mostrada em público (único ponto de intersecção entre esta e as verdadeiras) e servir causas humanitárias aquando do seu leilão. Obviamente que por trás desta sacanice não estão pessoas equilibradas, mas sim verdadeiros animais de quatro patas. Quero crer que foi roubada por uma cambada de touros selvagens, burros que nem uma porta. Digo mais, touros que nunca viram uma fêmea à sua frente e não sabem o distinguir entre o odor característico do pito fresco de uma vaca verdadeira e o cheiro a tinta fresca. O que fazer? Pô-los num autocarro e levá-los de excursão ao matadouro das Carnes Primor para verem o que são vacas verdadeiras ou então ao oftalmologista? Por mim punha esses ditos touros hoje na re-abertura de Praça de Touros do Campo Pequeno a serem lidados. Está-se mesmo a verque precisam de um par de bandarilhas pelos cornos abaixo.

Dub...lin

You Belong in Dublin

Friendly and down to earth, you want to enjoy Europe without snobbery or pretensions.
You're the perfect person to go wild on a pub crawl... or enjoy a quiet bike ride through the old part of town.

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Subsídios? Não. Futebol

O país está a atravessar uma crise. Não se fazem bebés suficientes para que este seja jovem e saudável. Os velhos aumentam e começam a não ter quem lhes pague as reformas. Eu, por exemplo, ando a pagar as reformas aos velhos, sem ter certeza que me vão pagar a minha. E não faço bebés. Fazer ainda faço, quando aparece alguma Teresa de Calcutá, mas depois a minha morbidez é tal que fico olhar para aquele projecto e resolvo-o deitar ao lixo. Ao lixo, não pela sanita abaixo. O projecto podia ser tantas coisas. Engenheiro, poeta, proxeneta, advogado, professor, calceteiro. Mas nunca é nada, além de lixo para reciclagem. Sou, no entanto, um invejoso. Há certos assuntos que não penso no bem comum, mas sim em mim próprio e no projecto em questão. Devia-me afligir saber que a Alcídia Maria Cruz Sousa de Oliveira Lopes não vai ter quem lhe pague a reforma? Devia, porque quem diz Alcídia diz transpose. Se não me ligam nenhuma, dando-me a possibilidade de eu fazer o que quero porque me hei-de preocupar com os outros? No entanto há quem se preocupe, e tentam arranjar soluções para que este fenómeno mude. Dão benefícios às famílias numerosas, chamam os povos de outros países. Tudo em nome dos meninos e da mão-de-obra futura. No entanto, estas cabecinhas pensadoras não lêem a Maria ou a Telenovelas, porque se lessem descobriam as razões do decréscimo da taxa de natalidade. Se somos dez milhões num país com catorze milhões de benfiquistas, e se apenas um quarto tiverem as reacções que o do jpg acima, vejam lá nos últimos vinte e cinco anos os bebés que já se perderam. Tenho a certezinha absoluta que seríamos o povo mais jovem da Europa. Quando estava na Holanda li um estudo que concluía que sempre que a selecção holandesa ganhava a venda da pílula do dia seguinte triplicava. É preciso mencionar que os plantadores de tulipas, têm um país que é metade do nosso mas são mais de dezoito milhões. Das duas uma, ou existe uma grande concentração de alergia ao látex naqueles quilómetros quadrados ou de machos latinos já só temos a fama. Será que devia existir um conclui-o para o Benfica ser pelos menos hexacampeão e assim se resolverem todos os problemas de natalidade existentes? Claro que não. Para quê ter quem me pague a reforma mas não ter quem me dê umas alegrias?
Por mim, recolhia o DNA do pai do Júlio Iglesias e fazia clones que se auto sustentassem através da energia solar. Se os velhos querem ter quem lhes pague reformas que dêem o pau ao manifesto. Comprem viagra, aprendam a mudar as fraldas e arranjem umas moçoilas novas.

quarta-feira, maio 17, 2006

A Sondagem Que Faltava

Fazemos aqui uma pequena sondagem Blue Velvet para aferir a popularidade do nosso seleccionador.

1 - O que acha de Scolari?

A – Faz-me lembrar o Gene Hackman mas age como a governanta da minha madrasta, a Frau Helga, que me proíbia de ver o Bell e Sebastião quando não lhe dava os bons dias antes de comer o Nestum.

B – Tinha um São Bernardo velho e teimoso como ele, mas em geral não mordia quando lhe fazíamos festinhas no lombo.

C – Sabem quando nos obrigavam a comer farinha de pau e isso nos revolvia as entranhas, jurávamos vingança sangrenta, e ficávamos vegetais o resto do dia num misto de dor de barriga e nojo? É como me sinto cada vez que o vejo.

D – Porque não o mandam para Vila Rei para ser secretário do ambiente da autarquia e para ser linchado pela Frente Nacional na próxima manifestação nazi anti emigração?

E – Nenhuma das respostas anteriores. Todas juntas!


2 - Se Scolari fosse seu vizinho o que faria?

A – Mudava de casa e queimava a antiga.

B – Na primeira vez que me viesse pedir açúcar, dava-lhe um enxerto de porrada tão grande que passava a depender de líquidos intravenosos.

C – Espalhava veneno de ratos pelo prédio, armadilhava o elevador e diversas zonas comuns e espalhava crocodilos no hall de entrada do prédio. Alguma coisa havia de o apanhar.

D – Convidava-o para jantar num gesto de simpatia, e esperava que o cianeto fizesse o seu trabalho. Silenciosa e lentamente.

E – Espalhava posters do Baía e do Quaresma pelo prédio, e pintava murais enormes do Pinto da Costa nas paredes da garagem.


Obrigado por participarem e bom mundial!

Chega de Scolari

Não é muito comum por aqui, mas vamos lá falar de futebol. Mais do que de futebol, vamos falar de carácter, de verticalidade, de inteligência. Mais do que da selecção, vamos falar de Scolari.

Portugal tem, de há uns anos para cá, um grupo considerável de bons jogadores, e um grupo mais restrito de jogadores fora de série. E esse grupo tem-se vindo a renovar, ultrapassando a chamada geração de Queirós, e contando já com inúmeros novos jogadores que foram nascendo nas cada vez mais bem trabalhadas camadas jovens dos clubes. Neste momento, tem um grupo grande de seleccionáveis, que mistura experiência, técnica, juventude e irreverência.

A Federação Portuguesa de Futebol, dirigida pelo oleoso Gilberto Madaíl, um homem que me repugna especialmente, e que incrivelmente conseguiu sair incólume do escândalo do mundial Coreia/Japão, decidiu contratar um treinador experiente, ambicioso e ganhador para a campanha do Euro 2004 que se realizou em Portugal. Contratou o Filipe Scolari. Realmente, olhando a resultados, ele era apenas o recém campeão do mundo, o que é um estatuto nada desprezível. No entanto, desde o início que a contratação não me convenceu. O Brasil ganhou um mundial a jogar um futebol pastoso, sem ponta de espectáculo, quando contava nas suas fileiras com inúmeros jogadores bastante acima da média, e alguns de fora de série. Era um futebol nada excitante, muito conservador, e a meu ver Portugal precisava de um treinador que explorasse as mais valias técnicas da equipa e lhes desse eficácia e rigor. Faço mea culpa, mas eu ainda sou um romântico nestas coisas do futebol, e para mim ganhar não é em si um único fim. Dou valor ao espectáculo, à emoção, como meio de chegar à vitória.
Scolari chegou e inventou. No seu primeiro jogo perdeu estrondosamente com a Itália num jogo onde tentou experimentar um sistema de 3 centrais. De todos os jogos até ao Europeu só num convenceu: contra o Brasil, em que conseguiu uma vitória e onde deu algum espectáculo. Entretanto, trouxe consigo uma prepotência que já lhe era conhecida no Brasil e cativou uma relação azeda com uma das melhores equipas de Portugal, o FC Porto. Como se lembram certamente, no ano do Euro 2004 o FC Porto foi campeão europeu com um meio campo e uma defesa de luxo 100% portugueses. Scolari, no entanto, insistiu numa ideia teimosa, nitidamente destinada a mais uma prova de poder, iniciando o campeonato da Europa com uma equipa onde não jogava Maniche, Deco, Ronaldo, ou Ricardo Carvalho, os melhores jogadores de Portugal na altura. Apesar de muita imprensa avisar que era prudente usar os melhores e aproveitar ao mesmo tempo as rotinas que vinham do FC Porto, Scolari quis mais uma prova de força. Portugal perdeu num jogo vergonhoso e humilhante. No jogo seguinte deu a mão à palmatória e aquele meio campo começou a funcionar, Ronaldo, Maniche e Ricardo Carvalho foram considerados dos melhores jogadores da prova, e Portugal só não foi campeão da Europa porque perdeu outra vez com a Grécia, numa mostra clara da pouca astúcia do treinador de Portugal.

Scolari falhou. Mas foi bajulado sempre pela imprensa. Esta hospitalidade saloia de Portugal de que Scolari se aproveita constantemente, vai dando guarida a um senhor que não respeita o país que lhe paga. Se respeitasse, devia explicar as suas decisões. Ele é pago para decidir, e fá-lo segundo a sua visão para a selecção, e isso não contesto. Mas ele tem que se explicar. Vejamos o ex crucificado e recém herói Co Adriaanse. Tomou posições algo polémicas, como afastar o Jorge Costa ou o Hélder Postigo e o Diego, e explicou-se sempre, com razões pertinentes de ponto de vista táctico, do modelo de jogo, da sua visão para a equipa e da forma de jogar dos jogadores. De facto, para o sistema que mais agrada a Adriaanse, Jorge Costa não tem lugar, pois é demasiado lento. Diego, realmente, não é um jogador de espaços, é um jogador que segura a bola e que emperra a máquina de Adriaanse, para além de ser pouco eficaz e algo lento para o futebol Europeu. Porque não explica então Scolari a decisão de deixar de fora o melhor jogador a jogar em Portugal, e diria mesmo, o melhor jogador português da época, juntamente com o Ronaldo? Porque nunca explicou o deixar de fora o unanimemente considerado melhor guarda-redes de Portugal? Porque Pedro Mendes, unanimamente considerado um jogador de extrema utilidade no meio campo, eficaz, regular e muito trabalhador, nunca é chamado por Scolari?

Scolari tenta formar algo parecido com uma equipa na Selecção, e por isso tenta manter um núcleo seguro para que se fortaleça o espírito de grupo e haja união no balneário. É legítimo. É uma forma de encarar a Selecção. Mas porque não explica ele isso, e acha que pode fazer o que lhe apetece, e que nem os jornalistas lhe podem fazer perguntas incómodas? Gosto muito do Costinha e do Maniche, mas são jogadores que não jogam, e um deles até treina sozinho. Porque hesita o seleccionador em injectar sangue novo na selecção? Quaresma, Raul Meireles, Moutinho, Pedro Mendes, e até Manuel Fernandes, são tudo jogadores que teriam eventualmente lugar na Selecção A. E se esquecer-se de alguns é grave, o não levar Quaresma ao Mundial é uma profunda injustiça para o jogador que mais evolui no último ano, atingindo patamares de rendimento muito elevados. Quaresma pode decidir jogos. Tem a explosão e a irreverência que falta já a Figo, e que Simão alterna com exibições quase medíocres. Quaresma é imprevisível. Com o seu pé direito pode cruzar da esquerda ou da direita com igual eficácia, domina a trivela que é uma técnica que apanha os adversários desprevenidos, ou remata e passa com igual classe. Prescindir de Quaresma é mais um sinal da arrogância de Scolari, na sua satisfação de ir contra o desejo de todos os portugueses. E ninguém me consegue convencer que a chamada de Ricardo Costa não é mais uma pequena provocação ao FC Porto, na sua já tradicional mania de chamar jogadores suplentes ou reservas da turma do Dragão, enquanto deixa os artistas de fora. Se Postiga fosse um ídolo no Dragão não sei se teria o lugar cativo que Scolari lhe reserva constantemente na selecção.

E é de lugares cativos que é feita a Selecção de Scolari. Em Dezembro, este senhor disse que já tinha na cabeça 20 nomes dos 23 a levar à Alemanha. Isto é um total desprezo por todos os profissionais de futebol que lutam por melhorar todos os dias. Quaresma viu logo ali que até podia marcar 20 golos e fazer 60 assistências, que nunca teria lugar nos 23. Tal como Costinha percebeu que podia mandar ás urtigas o treinador do Dínamo, vir para o Algarve treinar sozinho, não fazer um jogo durante 6 meses, que seria sempre chamado por Scolari. Quando falamos de falta de competitividade no país, podemos apontar a Selecção como um exemplo claro da mesma. Fazer parte do grupo de Scolari é como assinar um contrato na função pública. Não interessa o mérito. Assim que se entra para os quadros é muito difícil sair. A não ser que se reformem, como Rui Costa e Fernando Couto, que num assomo de bom senso que não deixou de me admirar, abandonaram a Selecção. Pois não duvidem que ainda lá andavam a arrastar-se se não tivessem renunciado à Selecção.

Tenho um mau pressentimento para este Mundial. Espero enganar-me e ainda vir a festejar muitas vitórias da Selecção. Espero também que, qualquer que seja a prestação de Portugal no Mundial, este brasileiro arrogante não continue à frente dos destinos da Selecção. E entretanto resta-me ir torcendo pela minha segunda equipa, a minha eterna Argentina, esperando que Portugal se vá safando. Força Portugal. Forza Argentina! Fora Scolari!

sexta-feira, maio 12, 2006

Óh House trata-te


Óh House és uma besta


Óh House és um burro

quinta-feira, maio 11, 2006

Algures Na EN1...

Peregrino 1 - Há quanto estamos a andar hoje?

Peregrino 2 - Humm… Não sei. Umas 4 horas?

Peregrino 3 - É possível…

P1 - Faltará muito para o próximo posto de apoio? Tenho os pés piores que o chapéu de um pobre.

P3 - Será que têm no próximo posto uma daquelas massagistas shiatzu? Aquela japonesa da Mealhada era um espectáculo!

P1 - Vens para aqui cheio de exigências! Isto é suposto ser um exercício espiritual! De devoção e sacrifício. Devias abstrair-te desses desejos mundanos pelo menos nestes dias!

P3 -Estás maluco? Sabes quanto custa uma sessão de meia hora de shiatzu num bom ginásio? 40 euros! Aqui é de graça… e sabe muito bem depois de andar estes quilómetros todos. Vejo-o como uma forma da Nossa Senhora nos recompensar a meio do caminho. As benesses da Nossa Senhora não se vêm só nas coisas grandes como uma pedra no rim ou crises de vesícula. Também estas pequenas coisas são dignas do nosso agradecimento.

P2 - E os rissóis? Provaram?

P3 - Uiii… Eram de comer e chorar por mais! Os de carne e os de camarão!

P1 - Mas vocês estão parvos? Andam a fazer isto por causa das massagens e dos rissóis?

P2 - As sandes de lombo também eram muito boas!

P3 - Um bocado secas. Faltava-lhes um bocadinho de molho. Mas eram boas, sim senhor.

P1 - Vocês estão a ouvir-se? Estão numa peregrinação! Deviam estar de cabeça limpa! Tranquilos, a reflectir na vida, no que vos trouxe até aqui.

P2 - Eu penso na vida! Mas se tiver com fome já não consigo pensar em mais nada!

P1 - Mas é mesmo sobre isso que estou a falar! Esse sacrifício devia ser uma forma de te purificares! Se tens fome, se estás cansado, continuas e utilizas a dor para chegar mais perto de Nossa Senhora, e eventualmente assim ela conseguirá ouvir as tuas preces.

P2 - Podes dizer o que disseres, mas eu com fome não funciono. Desde puto que sou assim…

P3 - Eu vim pelo convívio. Conhece-se pessoal de todo o país. Da última vez que vim conheci um grupo de italianos. Eram uns porreiros! Atiravam-se ás enfermeiras todas dos postos médicos! E trouxeram uma bola de futebol. Íamos a jogar pelo caminho. Sempre se ía mais distraído.

P1 - Nunca mais venho com vocês. Não consigo levar isto com essa leviandade.

P3 - Mas olha lá, oh Alves! Agora deu-te a mania que és religioso devoto? Durante o ano é só putas e vinho verde. Quantas vezes me ligaste ás duas da manhã, eu a dormir agarradinho à minha mulher, e tu a desencaminhares-me para ir aos strips e aos alternes? Tem juízo pá! Não me venhas agora dar lições de moral e devoção.

P2 - Realmente pá! Tu tens uma lata!

P1 - Mas isso é durante o ano! Esta é uma altura de sacrifício e devoção! Devemos fazer este caminho em respeito com Nossa Senhora.

P2 - Andas o ano todo a cagar para ela, mas chegam estes dias, vestes umas roupas despojadas e um colete reflector, fazes-te à estrada e já és um exemplar filho do senhor! Tens muito que aprender sobre paz espiritual. Ao menos sê coerente.

P3 - Sim! Eu é que nunca mais venho contigo! Hipócrita do caralho! Ainda vem cortar a onda do pessoal com lições de moral! Que tu leves isto assim ainda estou como o outro. Mas que nos venhas foder a cabeça é que mexe comigo.

P1 - Vocês não são dignos…

P2 - Oh Alves! Não duvides da minha dignidade nem do meu direito de estar aqui!

P3 - Já me estás a irritar pá!

P1 - Vá… eu perdoo-vos. Vamos rezar os três para sarar estas feridas que se abriram.

P3 - Rezar o caralho! Eu não rezo contigo. Quem és tu para me perdoar?

P2 - Tem calma Fonseca! Deixa lá este anormal.

P1 - Avé Maria cheia de graça…

P3 - Avé Maria o caralho… queres ver?...

Pássss Pafff Pummm Trazzz

P2 - Tenham calma pá!

P3 - Larga-me! Eu fodo-o!

P1 - Perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!

P3 - Caralho pá. Eu rebento-te todo! Vais ficar com o outro olho igual!

P2 - Tem calma! Deixa-o lá. Já sabes o que dizem os Monty Python.

P3 - Always look at the bright side of life…

P2 - Não… Nobody expects the Spanish Inquisition!

P3 - Ahahahahah!

P2 - Não te cheira a nada?

P3 - Hummm… são… são… Rissóis!

P2 - Juro que me cheira a leitão!

P1 - Está ali o posto de Santa Comba Dão.

P3 - Tá calado pá, antes que te parta os dentes!

P2 - Calma. Isso é fome! Vamos mas é dar ao dente e descansar.

P3 - Vamos ás massagens!

P1 - Vamos… Vamos… Vou este bocadinho de joelhos. Já vos apanho.

terça-feira, maio 09, 2006

O peloso

Oh my good there’s the funky shit.
O Tavares sempre se achou o galã ideal. Sempre foi um rapaz que tudo fez para manter uma boa pinta. Muito desporto, alimentação cuidada, não fumava, acompanhava as novas tendência da moda, tendo se até tornado um metrosexual. Só Deus e a sua esteticista sabem a depressão que apanhou quando teve que rapar os pelos do peito. Faltava-lhe pouco para arranjar um trabalho em part – time na Globo. Duplo das costas do Tony Ramos. Era uma profissão com futuro e com um salário recompensador. Maquia jeitosa, possibilidade de fodabilidade alto, especialmente com as duplas, além de ter direito a acções de formação. Andava interessado na acção: “Como um grego mantém as costas sedosas”. Se queria entrar no jogo tinha que ser um jogador de créditos firmados, não podia regredir, mas sim, saber tudo que havia sobre costas e costados, especialmente aqueles que são habitados por um número desmesurado de pêlos. Mas o que lhe interessava mesmo era a caça, e ele como bom caçador já andava de olho na dupla das pernas da Cláudia Raia. A dupla do bumbum da Camila Pitanga era a segunda opção, embora nunca até hoje tenha precisado recorrer ao plano B.
No entanto ele deixou toda esta carreira para trás. Existirá alguma explicação lógica que não envolva pêlos?
Narrador: “Oh Tavares como foste tão burro? Não havia maneira de implementares pêlos falsos durante as gravações e retomares o teu papel de metroboysexual durante a noite?”
Tavares: “Humpf. Haver a possibilidade até havia, mas o autor deste texto começou a falar de uma coisa, virou para outra e acabou com uma indefinição relativamente ao meu personagem. O resultado é que a minha participação no piloto acabou abruptamente. O realizador não conseguiu ver a essência de todo o meu ser, nem chegou ao fundo da minha metro personalidade. No próximo casting espero ter mais sorte. Adeus, já estou atrasado para outro. Mais uma volta mais uma viagem”.

Eu é mais até meio da coxa

Chega o verão e já sei que no segundo dia que for à praia, ou melhor, no primeiro dia que os calções de banho são lavados, irei ter um conversa que é recorrente. “Oh filhinho, isso são calções que se usem. Porque não usas daqueles de natação, tipo tanga. Os speedo. Isso é que são calções de homem. Além do mais ficavas melhor bronzeado”.
Por falta de paciência, respeito mas sobretudo por vergonha já nem respondo. Tivesse eu uma pila com mais de vinte centímetros, em repouso, e não ouvia esta lenga-lenga todos os anos.

segunda-feira, maio 08, 2006

I have a dream

Parece que o governo vai penalizar os jovens casais que não tiverem filhos. Acho muito bem, afinal temos a taxa de divórcios mais alta da Europa. Um filho logo no começo de qualquer relação está para o casamento como a vaselina está para o ânus. Faz com que tudo dentro desta mini estratosfera chamada casamento run smoothly, ajuda a segurança social e por inerência faz com que muito politico e muito juiz não morra à fome durante a sua periclitante reforma.
Aos dezoito anos já era um reverendo Luther King em potência. Já tinha sonhos. Muitos. Um deles era ter um filho. Iria ser o pai “cool” que todos os miúdos sonham. Ele aceitaria de bom grado os meus conselhos (como pai “cool” e interessado pelas terapias de ensino, eu não mandava, aconselhava), ensinava-me umas coisas e acima de tudo as suas amigas ainda poderiam dar muito jeito. Principalmente a um recém divorciado com trinta e poucos anos, no auge da forma e da experiência.
Passados onze anos já não quero ter um filho aos dezoito, esse sonho deixo para a próxima encarnação. Agora quero ter pelo menos uma equipa de futebol. Tenho que tratar da minha vidinha, afinal é meu desejo obter a reforma aos cinquenta anos. Existe o problema da idade da reforma, mas quem diz que daqui a uns anos o trabalho infantil não é outra vez moda. Afinal, convêm que nasçam muitos bebés e que estes descontem, não sejam mais uns coitados a viver do rendimento mínimo garantido. Quanto mais cedo descontarem mais rapidamente a nossa segurança social sai da penúria. Sempre ouvi dizer que de pequenino é que se torce o pepino (convém os acusados de pedofilia não se lembrarem deste ditado, caso contrário, vão-no usar em sua defesa).
Penso até que na certidão de qualquer casamento deveria vir uma alínea com o seguinte ponto:

- Ponto Z: Esta união só se efectivará, quando for apresentada a certidão de nascimento do recém-nascido num espaço legal máximo, de dois anos. Caso o documento não seja apresentado durante este intervalo de tempo, esta união será considerada nula e o casal em questão terá que indemnizar o estado pelos benefícios concedidos. Este ponto não se aplica a estéreis e homossexuais.

E assim com um pequeno decreto de lei passa um país de besta a bestial. De moina a trabalhador. Claro, que depois teria que existir meios eficientes, imaginativos e duros de fiscalizar estas actividades. Imaginem que o casal ao fim de dois anos ainda não tinha filhos e nenhum era estéril. Neste caso o governo poderia sempre dar duas hipóteses ao jovem casal.

Carta: O estado gostaria de lembrar vossas excelências que ainda nenhum bebé foi efectivado. Não têm vergonha nessa cara? Desejam assim tanto mal a este grande país? Já puseram os olhinhos nos vizinhos do 2ºC e do 5ºA?
Se o problema é serem anti-sistema ou terem descoberto ao fim de meia dúzia de dias que não gostavam de um do outro, tudo bem. Dêem-nos o dinheirinho que nos devem e vão à vossa vidinha. Claro que vamos marcar o menos na caderneta e se na próxima vez que qualquer uma das suas excelências se casarem e não procriarem, vamos ter problemas.
No entanto, se o caso é falta de jeito ou pouca vontade da mulher em engordar o estado tem um catálogo com mais de 200 reprodutores (de ambos os sexos) para os auxiliar. O aluguer do homem, custa 100 euros a ejaculação. A mulher é 10000 euros. Estes “facilitadores” são voluntários da mocidade portuguesa para a reprodução, aprovados pelo IPQ. De notar, que este dinheiro vai todo para o fundo de pensões.

sexta-feira, maio 05, 2006

O Feitiço do Tempo

Há sinais que me preocupam, não sei se em mim, ou se no mundo. Estive fora de Portugal cerca de uma semana, profundamente abstraído da realidade nacional e internacional. Vi coisas novas, conheci gente diferente, e voltei renovado, com coisas novas para contar, com ideias novas. Ontem, quinta-feira, pego no jornal que o meu pai pousara junto ao telefone, num ritual de passagem de testemunho que se repete diariamente, e vou tomar café. Leio o jornal atentamente, como faço sempre que tenho tempo, passo os olhos pelos problemas no Irão, o Darfur, os deputados absentistas, o Ribeiro e Castro e os seus fantasmas, o Marques Mendes a tentar fazer-se ouvir, mais uns anúncios governamentais, e outras notícias menos mediáticas. Mas quando chego à secção de desporto fico pálido, agonizo em silêncio. Em letras garrafais podemos ver que o Barcelona carimbou a passagem à final da liga dos campeões com um empate contra a Juventus. Não que a notícia me admire. Mas aquilo foi há uma semana atrás! Estive a ler durante quase uma hora notícias com uma semana, a perder tempo a actualizar-me com o passado. Fica pelo menos o pequeno consolo das colunas de opinião que, boas ou más, são mais ou menos intemporais. O vício de conservar jornais pousados pelos cantos da casa fez com que lesse o jornal errado, mas isso não é o mais preocupante. O grave é que só me tenha apercebido disso nos confins da secção desportiva. Para mim nada do que lia ali me fez parecer que estava com uma semana de atraso. Os problemas são os mesmos, as opiniões são as mesmas, os protagonistas são os mesmos. Será o problema meu, distraído e já entregue à monotonia da vida e ao ciclo habitual dos acontecimentos, ou será que é mesmo o mundo que anda em círculos, indo sempre parar ao mesmo lugar, até que alguém se lembre de dar um murro na mesa?