Bicicleta...é bom para o avô e para o bébé
Começei a andar de bicicleta já tarde para a altura, devia ter uns sete anos, quando normalmente aos cinco já toda a gente acelarava fortemente. Quem me ensinou a pedalar foi o Américo, grande amigo e fiel companheiro de aventuras desde a entrada para a 1ª classe até ao 12º ano. Como vivia numa aldeia, Riomeão, a capital das chaves e ferraduras, onde toda a gente se conhecia, sempre tive bastante liberdade. Por isso em tempos de férias, a casa era apenas para almoçar, jantar, e descansar. Andava com um grupo de amigos, muito grande, todos com idades parecidas. Iamos jogar futebol (o campo não tinha bancadas nem paredes), nadar para o rio da peixota, e dar grandes passeios, sempre de bicicleta. Sempre fui o mais medricas, nunca curti muito os grandes saltos e cavalos, mesmo andar mais de 10 segundos sem mãos era um desafio, enquanto alguns amigos meus eram bem mais corajosos, especialmente o Américo. Claro que algumas vezes corria mal, e lembro-me dele sacar um cavalo numa descida acentuada de aproximadamente 100m, fêz-la toda, mas 90% dela a rebolar com a bicicleta. À medida que fomos descendo iamos apanhando os restos de bicicleta que ficavam para trás, para ele depois levou ao mecânico para este a cômpor.
Mesmo quando tirei a carta, continuei andar de bicicleta. Para quê ir a um café, de carro, a 1km de casa com um dia de sol espectacular? Preferia a bicicleta. Entretanto fui para Eindhoven estudar. E aí sim, deu-me gosto andar de bicicleta. As estradas eram melhores que muitas portuguesas para carros, sem buracos, e alcatroadas. Existia também a prioridade das bicicletas sobre os carros. Andava muito devido à triologia Casa-Universidade-Espaços Nocturnos e Festivos serem relativamente afastados. De ínicio aconteceu muitas vezes senhoras com mais de 60 anos passarem por mim e olharem espantadas, a bicicleta era má mas o ciclista era pior. Com o tempo fui adquirindo o ritmo velocipédico, cheguei a ir atrás de uma velhinha para lhe dar o jornal que deixou cair. A boa acção do dia. Acontecia também passar algum fim de semana com o amigo Zé, que possui uma daquelas carrinhas VW antigas, tipo surfista, onde punhamos as bicicletas para quando chegassemos ao nosso destino, estacionar-se o carro e a podemos percorrer nas calmas de bicicleta(também é uma alternativa a conhecer-se a cidade a pé ;) ).
Claro que quando saia de uma festa às cinco da manhã, a mais de 5 km de casa, e a corrente estragava-se não era agradável. Claro que querer ir para um pub irlandês ver o Irlanda-Portugal, decisivo na classificação para o Mundial (empate de Figo de cabeça quase no fim, lembram-se?) e ter um furo no caminho, a chover torrencialmene não é agradável. Mas existirá algo melhor que o contacto com a natureza, o pedalar, ouvir os pássaros, sentir o cheiro das àrvores? Além disso faz muito bem à saude. Na minha estadia só devido à bicicleta emagreci uns [8;10] Kgs. E ex-quo com a sanita é o objecto onde tenho as melhores ideias.
Devido a esta ser a semana rodoviária surgiu uma petição para apresentar ao nosso PR sobre as prioridades das bicicletas. Sabiam que se um carro se apresentar pela esquerda e bater numa bicicleta, mesmo matando o condutor, o biker ainda tem que pagar os estragos do carro? É vergonhoso, não é? Entao toca a ler e se quiserem assinar aqui:
e para mais informação podem consultar:
Ps: Já que estamos a falar de segurança rodoviária, gostava de saber se a multa por não ter o colete são 60 euros e a multa por não o utilizar (tendo-o) é 120 euros. É que se sim isto é uma palhaçada. Nunca ninguém vai ter colete. :)