Está na hora...
de ir para casa. Fechei a loja por hoje, pelo menos a trabalhar por conta de outrem. O leitão acabou. A cerveja acabou. Se tivesse mais uma Super ainda arranjava o que fazer pelo menos por mais meia hora. como não tenho, vou para casa. Tenho que ir modelar um sistema para uma imobiliária. No entanto, posso sempre variar, deixar isso para outro dia e acabar a base de dados para uma entidade formadora. Claro que não estando virado para nenhuma destas duas ainda tenho a monografia de Java Web Services.
Nem nos meus piores pesadelos tinha imaginado vidinha tão entediante. Vidinha... Tenho que rever as prioridades urgentemente. Já não bebia uma cerveja desde que estive na Barca (já viste prosi!!!). Deixei de fumar tabaco simples. Deixei de fumar tabaco com haxixe, polen, afegã, erva ou com um mix destes ingredientes. Mulheres? Arrebatamento? Paixão? Amor? Faço minhas as palavras de uma pessoa mais versada e capaz que eu:
Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe,
de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda
Sophia Mello Breyner via amor-e-ócio
Além disso uma dor intensa persegue o meu testículo esquerdo à mais de quinze dias. Hérnia inguinal, glânglios, etc...etc... O médico não sabe. Disse-me para tirar umas fotos ao transpose jr. e para depois ir ter com ele. O que me mata é que o maldito fotógrafo está com a sua agenda toda ocupada e só me arranja uma pequena sessão para a semana. Pelos vistos, neste país de machos latinos, toda a gente anda à rasca dos testículos. Ou a história dos machos já passou a mito ou toda a população masculina quer guardar recordações da altura que andava na tropa, para mais tarde mostrar ao filhos. Não era mais facil uma tatuagem do tipo "Mescolhões 97 Especialidade: Infantaria" ou "HardBalls - The Myth, The Legend Ass: Susy". Assim a recordação ficava perpetuada, porque um gajo pode-se esquecer que deve 100€ ao melhor amigo, mas nunca que a melhor performance que ele teve foi com uma rapariga chamada Susy. É que o fotógrafo só trabalha por conta própria, o estado não é patrão por isso não faz diferenças entre vaidade pessoal e necessidade pessoal, embora trabalhe dia e noite para não ter agenda preenchida mais duas semanas. No entanto podia ser pior. Ele podia ser assalariado, burocrata e receber ordens não se sabe bem de quem. Aí o meu testiculo, eu e os meus planos futuros estavam feitos ao bife, isto é, 1/150 de mim, que fisicamente equivale a 50% de uma linha de montagem que penso abrir. O objectivo é construir uma equipa de futebol inglês. Só cinco suplentes. Basta um ir para o Chelsea ou para o Arsenal e assim já me posso dedicar a fazer uns cruzeiros sem me preocupar com o trabalho. Mas enquanto o nevoeiro não se dissipa, a sessão não chega e a dor não desaparece mais vale pegar numa faca, arrancá-lo e oferecê-lo ao Ti Hannibal. Ao menos sabia que ia arrancar um sorriso de felicidade aquele velho maneta. Tinha era que convidar a Clarisse com o cabelo ruivo e longo, e sem a linguagem sulista que considero irritante e que poderia cortar o tom erótico do jantar. Fazia-se um refugado, vinho tinto, rojões à moda do minho e até a inteligente advogada/agente era enganada e o "Hannibal 4- Vamos todos jantar o testiculo do transpose" era realizado para gáudio dos muitos fãs e para tristeza da operadora contratada para trabalhar na linha de montagem. Claro que devido a todo este constrangimento brincadeiras com a canhota e a sua amiga também estão fora de questão.
Mas a realidade pura e dura é que pareço o meu avô com quase 80 anos. F****-se que isto tem mesmo que dar uma volta. See you later, Kelly Slater.
Ps: Agora é que um cigarro caía mesmo bem. Malboro, de preferência.