Blue Velvet

quinta-feira, julho 21, 2005

Algures num monte alentejano...



- Oh Luís anda comer. A sopa da pedra está a ficar fria.
- Amor tem calma, não grites. Estou tão cansado, tão cansado, que nem tenho vontade de comer. Tenho tempo.
- Mas Luís nem pareces tu, querido. Ainda me lembro daquela vez que estivemos um fim de semana fechados num quarto a comemorar a tua ida para o Banco de Portugal. Pingavamos suor, os musculos contorciam-se com tantos espasmos e cansaço, e tu, à hora das refeições comportavas-te como um verdadeiro leão.
- Bons tempos, esses. Também era mais novo, o corpo tinha uma melhor capacidade de reacção.
- Também o cansaço, era praseiroso, não era amor? Só apetecia cansarmo-nos cada vez mais
- Era chuchu. Neste caso era o contrário. Além da monotonia que começava a existir. Contigo estava sempre em constantes trocas pareciamos as variações do Dolar e do Euro, enquanto no trabalho estava sempre de costas, exactamente como o nosso défice. Além disso o teu corpinho põe qualquer indice de bolsa em alta, enquanto as barbas dos meus ex-parceiros de governo...
- Luis usavas o teu lado tantrico para te concentrares.
- Ainda tentei, mas existem por lá uns menes com tendências S&M. Gostam de usar facas, para fazerem umas camisolas às riscas nas nossas costas. Tu bem sabes que eu nessae merdas estranhas não entro. Um Tau de vez em quando, uma chicotada de amor tudo bem, agora envolver objectos metálicos e ponteagudos em noites de amor? Tu conhesce-me Cinderela, assim que pude pus-me a andar.