Liga Campeões
À uns dias atrás combinei encontrar-me com uma colega numa esplanada. Para não variar cheguei a horas e ela, as usual, elegantemente atrasada.
Durante este tempo de espera, que foi pouco mas pareceu uma eternidade, os meus ouvidos captaram a frequência de uma conversa que se estava a desenrolar na mesa atrás de mim. E reparei que uma discussão entre um casal assemelha-se muito a um jogo de futebol. Que equipamentos usavam, se eram bonitos ou não, não me perguntem porque não sei.
A coisa parecia-me séria, porque as recriminações eram constantes. “E tu fizeste isto, e tu fizeste aquilo, e tu fizeste aqueloutro” – queixava-se, especialmente a rapariga, porque até ao momento que a minha companhia chegou ela estava a vencer claramente o encontro. Ele já só dizia: “ Eu sei, eu sei, tens razão...”. De vez em quando ainda esboçava um contra-ataque com o “Mas” do costume, só que a pressão a todo o campo feita pela sua adversária era avassaladora. Notava-se que existiam ali muitas horas de treino, muita análise tactica de erros cometidos anteriormente. Pareceu-me que ela já tinha sofrido muitas derrotas com a equipa adversária, já tinha passado muitos sacríficios, por isso a nossa jogadora estava a jogar para ganhar. Queria passar a jogar com os grandes e deixar estes clubes do meio da tabela que só sabem defender. Em poucos minutos perdi a conta aos golos festejados e desliguei o meu frequêncimetro até porque jogos assim deixam de ter piada.
Desejei-lhes, no entanto, boa sorte, aos dois. Que façam uns jogos amigáveis de vez em quando porque um treininho faz sempre bem à saude. Além disso, mantem os jogadores dispertos, mas por favor, nada de entradas violentas, sejam por trás ou cotoveladas. Porque ao indisciplinado é mostrado o cartão vermelho e o oponente sai lesionado, e ao invés de no final do jogo cumprimentar o adversário com um sorriso no lábios e um respeito maior do que quando o jogo começou, afasta-se, rancoroso, a pedir as mãos de um enfermeiro que o trate com amizade e carinho. O prevaricador que podia aproveitar o único chuveiro existente para falar com o amigo (porque no fim dos jogos os adversários deixam de existir) sobre as incidências do jogo, tem que se resignar e ir tomar banho sozinho. Resta-lhe esperar o parecer do conselho de disciplina. Ou meia dúzia de jogos no banco ou a proibição vitalicia de jogar contra aquela equipa.
Durante este tempo de espera, que foi pouco mas pareceu uma eternidade, os meus ouvidos captaram a frequência de uma conversa que se estava a desenrolar na mesa atrás de mim. E reparei que uma discussão entre um casal assemelha-se muito a um jogo de futebol. Que equipamentos usavam, se eram bonitos ou não, não me perguntem porque não sei.
A coisa parecia-me séria, porque as recriminações eram constantes. “E tu fizeste isto, e tu fizeste aquilo, e tu fizeste aqueloutro” – queixava-se, especialmente a rapariga, porque até ao momento que a minha companhia chegou ela estava a vencer claramente o encontro. Ele já só dizia: “ Eu sei, eu sei, tens razão...”. De vez em quando ainda esboçava um contra-ataque com o “Mas” do costume, só que a pressão a todo o campo feita pela sua adversária era avassaladora. Notava-se que existiam ali muitas horas de treino, muita análise tactica de erros cometidos anteriormente. Pareceu-me que ela já tinha sofrido muitas derrotas com a equipa adversária, já tinha passado muitos sacríficios, por isso a nossa jogadora estava a jogar para ganhar. Queria passar a jogar com os grandes e deixar estes clubes do meio da tabela que só sabem defender. Em poucos minutos perdi a conta aos golos festejados e desliguei o meu frequêncimetro até porque jogos assim deixam de ter piada.
Desejei-lhes, no entanto, boa sorte, aos dois. Que façam uns jogos amigáveis de vez em quando porque um treininho faz sempre bem à saude. Além disso, mantem os jogadores dispertos, mas por favor, nada de entradas violentas, sejam por trás ou cotoveladas. Porque ao indisciplinado é mostrado o cartão vermelho e o oponente sai lesionado, e ao invés de no final do jogo cumprimentar o adversário com um sorriso no lábios e um respeito maior do que quando o jogo começou, afasta-se, rancoroso, a pedir as mãos de um enfermeiro que o trate com amizade e carinho. O prevaricador que podia aproveitar o único chuveiro existente para falar com o amigo (porque no fim dos jogos os adversários deixam de existir) sobre as incidências do jogo, tem que se resignar e ir tomar banho sozinho. Resta-lhe esperar o parecer do conselho de disciplina. Ou meia dúzia de jogos no banco ou a proibição vitalicia de jogar contra aquela equipa.