A velhice é um posto
A França ganhou categoricamente. Sem espinhas. O factor primordial para tamanha limpeza deveu-se, sobretudo, à classe do meio campo francês. Makélélé, Vieira e à frente destes dois senhores, Zinedine Zidane. Este individuo meio desconchavado, com corpo de elefante e trejeitos de bailarina demonstrou a Ronaldinho o porquê ser considerado o maior jogador dos últimos dez anos. As "coisas" que ele fez nestes noventa minutos, com a bola, devem ter feito o dentuça corar de vergonha, mas não só. Deu, a todos que disseram que estava acabado, e já não dava uma para a caixa, incluindo a minha pessoa, uma chapada de luva branca. Mostrou que não é preciso ir para os jornais pedir respeito ou andar sempre a mostrar o curriculum vitae. Basta ir para o campo e jogar. Demonstrar com brilhantismo, como o complicado, nos seus pés, se torna simples. Zidane está a lembrar a namorada da qual nos separámos e só demos o verdadeiro valor depois, quando já tinha arranjado outro. Azar. Mais dois jogos e este senhor vai-nos deixar. Com muito pena minha. Enquanto isso, o Ronaldinho é um gajo com muita sorte. Ainda vai ter direito a duas aulas extra-curriculares dadas pelo Professor. Espero é que na próxima ele se solidarize com o sindicato dos professores portugueses e faça greve. Não me importava.