Os Portugueses grandes
Acompanhei o programa da RTP sobre os grandes portugueses. Eu, que gosto muito de listas e rankings, fiquei com um amargo de boca por não ter ficado a saber quem ganhou. Há que fazer render o peixe. Compreendo. No entanto, li uns zum-zuns, onde, segundo os conspiradores, a lista dos dez mais foi, para já, dada em ordem alfabética porque o Salazar tinha ganho. Não quero muito acreditar, embora este não ter aparecido aquando do lançamento do programa, mostra que o homem deixou uma marca profunda no país. Onde quer que esteja deve estar orgulhoso do povo que ajudou a moldar, especialmente o pessoal que se dedica à televisão pública. Há tiques que nunca se perdem.
Se a presença do Salazar não surpreende devido à legião de admiradores acima dos cinquenta que continua a ter, a entrada do Cunhal deixou-me de queixo caído. Não por estar nos cem portugueses, mas sim nos dez primeiros. Durante décadas tentou chegar ao poder e nunca ninguém o quis, agora elegem-no como um dos maiores portugueses de sempre. Faz-me lembrar a minha ex. Gosta muito de mim a mais de mil quilómetros de distância mas, quando estamos a menos de quarenta, foge de mim como o diabo da cruz.
Claro que tirando estes dois, existem outros “notáveis” que me causaram uma urticária potente. O Otelo Saraiva de Carvalho foi um deles. Caso se tivesse juntado ao título, “na prática de atentados”, ele seria o maioral, mas como a ideia é capaz de não ter pernas para andar, ficou com um lugar honroso nos vinte primeiros. Quando encontrar a Elsa Raposo na rodagem de algum vídeo erótico já tem matéria para a fazer roer de inveja.
Outros personagens que me causaram estranheza foram todos os políticos pós vinte e cinco de Abril, excepção ao Ti Mário. Cavaco, Sampaio, Sócrates… E o país está na merda, fará se não estivesse!!! Caso me chamasse António Guterres ficava ofendido. Tentou por todos os meios, que chegássemos ao nível do Haiti e nem um 100 lugar conseguiu.
Fiquei lamentavelmente admirado com o diminuto número de desportistas e dirigentes de futebol nomeados. Eusébio, Pinto da Costa, Mourinho, Figo, Ronaldo e Vítor Baia. Só? E esses grandes dirigentes da estirpe de Vale Azevedo, Valentim Loureiro, Gilberto Madail, ‘Lipe Vieira, Tó Damásio e su muchacha? E os grandes jogadores/gladiadores chamados João Vieira Pinto e Paulinho Santos que, por acaso, nasceram no século vinte e dedicaram-se ao futebol, mas se tivesse nascido uns séculos antes tinham sido heróis em Aljubarrota? Anda um homem a esfalfar-se todas as semanas atrás de uma bola, faça chuva ou sol, para dar alguma alegria aos portugueses em particular, aos adeptos em geral e só dois ou três consagrados é que têm direito a figurarem na lista. Um tio meu, em fim de carreira na terceira nacional ficou desiludido e está seriamente a pensar nem esperar pelo fim de época para arrumar as chuteiras. Ainda o lembrei do conselho que lhe dei há cinco anos atrás. Usar uns calções curtos para realçar as belas pernas e depilá-las. Não me ligou, agora que ponha os olhinhos na posição do Vítor Baía.
Quanto ao resto da lista, parece-me equilibrada, pontuada com dois ou três nomes para a reinação (só para contrariar quem diz que não temos sentido de humor), embora tenha notado a ostracização de duas figuras históricas de Portugal. Não estou a falar de mim nem da Lili Caneças, porque nós já não somos portugueses, somos cidadãos do mundo, mas do nobre Galo de Barcelos e do bonacheirão Zé Povinho. O António Variações e o Alberto João, respectivamente, substituem-nos, mas não são a mesma coisa.
Se a presença do Salazar não surpreende devido à legião de admiradores acima dos cinquenta que continua a ter, a entrada do Cunhal deixou-me de queixo caído. Não por estar nos cem portugueses, mas sim nos dez primeiros. Durante décadas tentou chegar ao poder e nunca ninguém o quis, agora elegem-no como um dos maiores portugueses de sempre. Faz-me lembrar a minha ex. Gosta muito de mim a mais de mil quilómetros de distância mas, quando estamos a menos de quarenta, foge de mim como o diabo da cruz.
Claro que tirando estes dois, existem outros “notáveis” que me causaram uma urticária potente. O Otelo Saraiva de Carvalho foi um deles. Caso se tivesse juntado ao título, “na prática de atentados”, ele seria o maioral, mas como a ideia é capaz de não ter pernas para andar, ficou com um lugar honroso nos vinte primeiros. Quando encontrar a Elsa Raposo na rodagem de algum vídeo erótico já tem matéria para a fazer roer de inveja.
Outros personagens que me causaram estranheza foram todos os políticos pós vinte e cinco de Abril, excepção ao Ti Mário. Cavaco, Sampaio, Sócrates… E o país está na merda, fará se não estivesse!!! Caso me chamasse António Guterres ficava ofendido. Tentou por todos os meios, que chegássemos ao nível do Haiti e nem um 100 lugar conseguiu.
Fiquei lamentavelmente admirado com o diminuto número de desportistas e dirigentes de futebol nomeados. Eusébio, Pinto da Costa, Mourinho, Figo, Ronaldo e Vítor Baia. Só? E esses grandes dirigentes da estirpe de Vale Azevedo, Valentim Loureiro, Gilberto Madail, ‘Lipe Vieira, Tó Damásio e su muchacha? E os grandes jogadores/gladiadores chamados João Vieira Pinto e Paulinho Santos que, por acaso, nasceram no século vinte e dedicaram-se ao futebol, mas se tivesse nascido uns séculos antes tinham sido heróis em Aljubarrota? Anda um homem a esfalfar-se todas as semanas atrás de uma bola, faça chuva ou sol, para dar alguma alegria aos portugueses em particular, aos adeptos em geral e só dois ou três consagrados é que têm direito a figurarem na lista. Um tio meu, em fim de carreira na terceira nacional ficou desiludido e está seriamente a pensar nem esperar pelo fim de época para arrumar as chuteiras. Ainda o lembrei do conselho que lhe dei há cinco anos atrás. Usar uns calções curtos para realçar as belas pernas e depilá-las. Não me ligou, agora que ponha os olhinhos na posição do Vítor Baía.
Quanto ao resto da lista, parece-me equilibrada, pontuada com dois ou três nomes para a reinação (só para contrariar quem diz que não temos sentido de humor), embora tenha notado a ostracização de duas figuras históricas de Portugal. Não estou a falar de mim nem da Lili Caneças, porque nós já não somos portugueses, somos cidadãos do mundo, mas do nobre Galo de Barcelos e do bonacheirão Zé Povinho. O António Variações e o Alberto João, respectivamente, substituem-nos, mas não são a mesma coisa.