O APRESENTADOR (com maiuscula).
Eládio Clímaco, esse ícone da cultura popular portuguesa, deu uma entrevista à Visão onde diz que não se casou porque os papás não deixaram. Não pude deixar de me entristecer e revoltar com esta tremenda injustiça. Não pelo Eládio Clímaco, mas porque me lembrei de um amigo meu. Era gay, pediu aos pais se lhe podiam emprestar dinheiro para ir casar com o seu mais que tudo à Holanda e eles recusaram. Sei que uma situação não tem nada a ver com outra, mas o resultado foi o mesmo. Quatro pessoas, em determinado momento da vida, não foram felizes devido à intervenção negativa daqueles que mais os deviam apoiar.
Gostaria de analisar os fenómenos por trás desta recusa. Não do meu amigo, porque esses eu sei, mas por trás da nega que o Eládio Clímaco levou. A principal razão, segundo o espírito dum familiar dele que me apareceu em sonhos, deve-se ao facto dos papás do menino não quererem abrir mão dele. Achavam que aos 25 anos, ainda não tinha maturidade suficiente para assumir um compromisso tão importante. Ainda tinha hábitos de menino. À noite, por volta das 22h, continuava a fazer birra caso a mamã se esquecesse de lhe levar o leite, magro, com uma colher de mel. Isto para não falar do Loverboy. Ursinho de peluche oferecido por amigos do ballet, caso não estivesse sempre em cima da cama, ao pé das almofadas, levava a que o menino Ladinho abrisse aquelas goelas e emitisse uns estranhos sons. Estranhos e estridentes. Quem presenciou o fenómeno, este espírito jura-me a pés juntos que é verdade, diz que era um cruzamento entre Zé Cabra com um garrafão de vinho em cima, e Maria Callas em fim de carreira. O pai, homem rijo, criado à base da porrada e de sopas de vinho, tinha já casado os três filhos mais velhos. Antes do casório de cada um, tinha ido às putas, pagado um menáge à trois (pai, filho e respectiva prestadora de serviços) como prenda secreta de casamento, e não seria agora que ia quebrar tão bonita tradição familiar. Achava também que ainda não tinha passado todos os ensinamentos necessários para que o filho pudesse fazer a escolha mais acertada. No entender dele, faltava ensinar ao bebé, que uma mulher maior que ele e com uma grande pujança física, não seria a esposa ideal porque punha em causa a porrada semanal. É que, segundo o pai, não havia nada como chegar a casa à sexta-feira e, depois de jogar umas biscas lambidas e emborcar umas malgas de vinho, dar uma porrada à sua mulher. Porrada mas com muito amor. De preferência a ouvir o Sexual Healing do Marvin Gaye. O stress da semana de trabalho desaparecia e ela não tinha possibilidade de lhe chatear a cabeça por causa do vinho, já que o primeiro golpe devia ser dado sempre na boca. Acima de tudo mostrava que a mulher não lhe era indiferente e ainda lhe mexia com os sentimentos. O pai também achava que um homem nunca se casa sem antes já ter duas amantes, caso contrário, o casamento nunca se iria aguentar até “que a morte os separe”. Não defendia que deviam ser sempre as mesmas amantes, para isso basta a esposa, mas deviam ser sempre duas. Assim a probabilidade das três terem o período ao mesmo tempo era bastante reduzida, garantindo que o macho e acima de tudo, bom cristão, perpetuasse a espécie.
Claro que o Eládio podia ter-se revoltado com esta falta de compreensão e fugido, mas isso não se fazia. Além da chatice de ter que começar a fazer o próprio leite, uma filha da putiçe destas com os próprios pais, o sangue do seu sangue, seria, no entender dele, um bocado gay. Coisa que ele não era, nunca foi, nem nunca será.
Gostaria de analisar os fenómenos por trás desta recusa. Não do meu amigo, porque esses eu sei, mas por trás da nega que o Eládio Clímaco levou. A principal razão, segundo o espírito dum familiar dele que me apareceu em sonhos, deve-se ao facto dos papás do menino não quererem abrir mão dele. Achavam que aos 25 anos, ainda não tinha maturidade suficiente para assumir um compromisso tão importante. Ainda tinha hábitos de menino. À noite, por volta das 22h, continuava a fazer birra caso a mamã se esquecesse de lhe levar o leite, magro, com uma colher de mel. Isto para não falar do Loverboy. Ursinho de peluche oferecido por amigos do ballet, caso não estivesse sempre em cima da cama, ao pé das almofadas, levava a que o menino Ladinho abrisse aquelas goelas e emitisse uns estranhos sons. Estranhos e estridentes. Quem presenciou o fenómeno, este espírito jura-me a pés juntos que é verdade, diz que era um cruzamento entre Zé Cabra com um garrafão de vinho em cima, e Maria Callas em fim de carreira. O pai, homem rijo, criado à base da porrada e de sopas de vinho, tinha já casado os três filhos mais velhos. Antes do casório de cada um, tinha ido às putas, pagado um menáge à trois (pai, filho e respectiva prestadora de serviços) como prenda secreta de casamento, e não seria agora que ia quebrar tão bonita tradição familiar. Achava também que ainda não tinha passado todos os ensinamentos necessários para que o filho pudesse fazer a escolha mais acertada. No entender dele, faltava ensinar ao bebé, que uma mulher maior que ele e com uma grande pujança física, não seria a esposa ideal porque punha em causa a porrada semanal. É que, segundo o pai, não havia nada como chegar a casa à sexta-feira e, depois de jogar umas biscas lambidas e emborcar umas malgas de vinho, dar uma porrada à sua mulher. Porrada mas com muito amor. De preferência a ouvir o Sexual Healing do Marvin Gaye. O stress da semana de trabalho desaparecia e ela não tinha possibilidade de lhe chatear a cabeça por causa do vinho, já que o primeiro golpe devia ser dado sempre na boca. Acima de tudo mostrava que a mulher não lhe era indiferente e ainda lhe mexia com os sentimentos. O pai também achava que um homem nunca se casa sem antes já ter duas amantes, caso contrário, o casamento nunca se iria aguentar até “que a morte os separe”. Não defendia que deviam ser sempre as mesmas amantes, para isso basta a esposa, mas deviam ser sempre duas. Assim a probabilidade das três terem o período ao mesmo tempo era bastante reduzida, garantindo que o macho e acima de tudo, bom cristão, perpetuasse a espécie.
Claro que o Eládio podia ter-se revoltado com esta falta de compreensão e fugido, mas isso não se fazia. Além da chatice de ter que começar a fazer o próprio leite, uma filha da putiçe destas com os próprios pais, o sangue do seu sangue, seria, no entender dele, um bocado gay. Coisa que ele não era, nunca foi, nem nunca será.