Democracia
Estou a ler um livro interessante, que põe em causa muitas das coisas tal como nós as conhecemos, ou pelo menos como as quisemos conhecer, porque os factos estão aí e muitas das conclusões qualquer um de nós podia chegar com algum sentido crítico e um pouco menos de preguiça e desleixo cívico. E ao dizer isto contra mim falo, porque por vezes dou por mim adormecido, a deixar as coisas correrem, abandonado ao ócio. É confortável! Mas por vezes algo acorda em mim, como se acendesse um sinal de alerta. E nos últimos tempos ando assim, ao que provavelmente as situações interna e externa não serão alheias. Talvez por isso tenho pegado neste livro, que já hà algum tempo tinha resgatado à biblioteca do meu pai.
A democracia é o objectivo político da humanidade. Quando um país não a pratica é ostracizado, os seus valores são elevados aos píncaros e as suas virtudes defendidas por qualquer patrono da liberdade. E de facto, como dizia Churchil, e vou pôr isto por palvras minhas por não me lembrar das originais, a democracia é o menos mau de todos os sistemas políticos. E como é lógico é o sistema que eu apoio, como amante da liberdade que sou. No entanto, sempre me pareceu haver uma grande hipocrisia na democracia tal qual é praticada nos nossos dias. E há uns anos atrás, após um período de alerta como o que referi acima, cheguei a proferir uma frase que ainda hoje repito: A democracia é uma ditadura silenciosa. É a minha percepção, confirmada aos meus olhos em variadas ocasiões. O que interessa é que as pessoas pensem que são livres, porque se sentem bem livres e não criam problemas. Deixá-las participar, falar. Mas fazer com que falem aquilo que interessa. Ok… a ideia parece um bocado saída de um filme conspirativo, mas não anda longe da verdade. E fui encontrar uma interpretação parecida da realidade no livro que ando a ler. O homem que o escreveu é um Americano bastante incómodo para os governos americanos, e não é o idiota do Michael Moore. É apenas um conceituadíssimo professor do MIT (Massachussets Institute of Technology), umas das universidades mais respeitadas do mundo. É também considerado universalmente um dos mais brilhantes escritores e pensadores contemporâneos, e está entre os dez escritores de humanidades mais citados, sendo o único membro vivo desses dez. O seu nome é Noam Chomsky, nome bastante incómodo na Casa Branca.
Num dos capítulos do seu livro, Chomsky diz o seguinte:
“De uma perspectiva comparativa, os Estados Unidos são pouco comuns, se não mesmo um caso único, na sua falta de restrições à liberdade de expressão. Também são pouco comuns na quantidade e na efectividade de métodos aplicados para restringir a liberdade de pensamento. Os dois fenómenos estão relacionados. Teoristas liberais democráticos têm vindo a observar que, numa sociedade onde a voz do povo é ouvida, os grupos de elite devem assegurar que essa voz diz coisas certas. (...)”
Era mais ou menos nisto que eu estava a pensar com a minha definição de democracia dada acima. Não deixa de ser o melhor sistema, mas ás vezes esta tentativa e efectivação de controlo camuflado torna-a bem perversa. Aconselho a leitura deste livro, que ainda não acabei, mas que penso que ajuda um pouco a perceber a sujidade e os interesses que estão por trás da política mundial. Está lá um pouco de tudo, dando-nos a leitura da história moderna, desde os anos 80 com Reagan, até o pós 11 de Setembro. É um bocado incómodo, mas um pouco de verdade faz bem às vezes.
Noam Chomsky – Piratas e Imperadores, Velhos e Novos , publicações Europa América
A democracia é o objectivo político da humanidade. Quando um país não a pratica é ostracizado, os seus valores são elevados aos píncaros e as suas virtudes defendidas por qualquer patrono da liberdade. E de facto, como dizia Churchil, e vou pôr isto por palvras minhas por não me lembrar das originais, a democracia é o menos mau de todos os sistemas políticos. E como é lógico é o sistema que eu apoio, como amante da liberdade que sou. No entanto, sempre me pareceu haver uma grande hipocrisia na democracia tal qual é praticada nos nossos dias. E há uns anos atrás, após um período de alerta como o que referi acima, cheguei a proferir uma frase que ainda hoje repito: A democracia é uma ditadura silenciosa. É a minha percepção, confirmada aos meus olhos em variadas ocasiões. O que interessa é que as pessoas pensem que são livres, porque se sentem bem livres e não criam problemas. Deixá-las participar, falar. Mas fazer com que falem aquilo que interessa. Ok… a ideia parece um bocado saída de um filme conspirativo, mas não anda longe da verdade. E fui encontrar uma interpretação parecida da realidade no livro que ando a ler. O homem que o escreveu é um Americano bastante incómodo para os governos americanos, e não é o idiota do Michael Moore. É apenas um conceituadíssimo professor do MIT (Massachussets Institute of Technology), umas das universidades mais respeitadas do mundo. É também considerado universalmente um dos mais brilhantes escritores e pensadores contemporâneos, e está entre os dez escritores de humanidades mais citados, sendo o único membro vivo desses dez. O seu nome é Noam Chomsky, nome bastante incómodo na Casa Branca.
Num dos capítulos do seu livro, Chomsky diz o seguinte:
“De uma perspectiva comparativa, os Estados Unidos são pouco comuns, se não mesmo um caso único, na sua falta de restrições à liberdade de expressão. Também são pouco comuns na quantidade e na efectividade de métodos aplicados para restringir a liberdade de pensamento. Os dois fenómenos estão relacionados. Teoristas liberais democráticos têm vindo a observar que, numa sociedade onde a voz do povo é ouvida, os grupos de elite devem assegurar que essa voz diz coisas certas. (...)”
Era mais ou menos nisto que eu estava a pensar com a minha definição de democracia dada acima. Não deixa de ser o melhor sistema, mas ás vezes esta tentativa e efectivação de controlo camuflado torna-a bem perversa. Aconselho a leitura deste livro, que ainda não acabei, mas que penso que ajuda um pouco a perceber a sujidade e os interesses que estão por trás da política mundial. Está lá um pouco de tudo, dando-nos a leitura da história moderna, desde os anos 80 com Reagan, até o pós 11 de Setembro. É um bocado incómodo, mas um pouco de verdade faz bem às vezes.
Noam Chomsky – Piratas e Imperadores, Velhos e Novos , publicações Europa América