Tau Tau
Nunca tive nenhuma experiência em agrupamentos juvenis, sejam escuteiros, grupos de jovens ou juventudes partidárias, para o mal da minha virgindade. Caso houvesse um referendo para a proibição destas mocidades portuguesas pós 25 de Abril eu votaria sim.
Parece-me que estes grupos têm o mesmo efeito na juventude que as drogas pesadas. A obsessão que os viciados têm na heroina, os grupos de jovens têm em Deus e as J’s têm na sua ideologia (desde já deixo de lados os escuteiros cujo objectivo é afastarem-se dos pais ao fim de semana, deixarem os monitores dormir e irem para as tendas apanhar umas borracheiras e curtirem uns com os outros). Os esquemas que os viciados fazem para conseguirem dinheiro para matar o vicio são os mesmos que os grupos de jovens fazem para defender o não pelo aborto e os J’s fazem para cair nas boas graças do chefe partidário, afinal, aos 17 podem garantir uma vida despreocupada e uma reforma dourada numa qualquer multinacional onde o estado tenha uma golden share ou seja o principal accionista.
No final, enquanto um drogado pode ganhar juízo, curar-se e nunca mais aproximar-se do produto, quem pertence a um dos outros dois grupos não tem salvação. Então, quando se junta a fome e a vontade de comer, isto é, miúdos que pertencem ao grupo de jovens e à J (e não são assim tão poucos), tem-se um caso perdido para a vida, não fisicamente, mas alguém muito limitado intelectualmente.
É que enquanto nas J’s a única forma de serem expulsos pelos comparsas é mudarem para o partido com a ideologia oposta, no grupo de jovens ainda é mais difícil. O Senhor perdoa tudo, embora os seus crentes não, especialmente atentados aos bons costumes. Na terrinha existe muita gente que não perdoa uma escapadela antes do casamento ou uma gravidez prematura. Felizmente que para isto sempre houve e continuará haver Espanha. Uma menina de bem não pode correr o risco de ser vista a sair de uma clínica na cidade ao lado da terra. O que as pessoas iam pensar? Pode sempre dizer que estava de visita a tentar demonstrar o erro que as pessoas que lá se encontravam estavam a cometer, mas o boca em boca vai existir e a verdade vir ao de cima.
Escrevo isto, não tanto pelo referendo do aborto mas porque que enquanto este tipo de jovens bem intencionados existir nunca sairemos da cepa torta. Aos meus olhos é um problema estruturante que a sociedade precisa resolver, o quanto mais rápido possível.
Sou um gajo muito democrático e coisa e tal mas sempre que vejo algum grupo de jovens pelo não, o Rocco Siffredi que há em mim aparece (no que diz respeito às meninas do movimento). Só me apetece castigá-las com umas palmadas secas naqueles rabos empinados, conseguidos com muitas horas de fitness e de tanto se ajoelharem para rezar.
Já não chega estes meninos viverem constantemente na culpa de serem uns pecadores, que ainda me tentam pôr de mal com a minha consciência. “Acreditamos que entre 1998 e vida não perdeu valor, pelo contrário, é mais evidente e observável”. Eu não posso ler coisas destas. Não é uma data que guarde num caderno, mas devo bater umas punhetas de 1990 até aos dias que correm. Quantos projectos de criança terão sido mortos até ao dia que corre, por mim? Serei um Estaline da criação, já que só destruo projectos de vida e nunca crio nenhum? Será que a vida não perdeu mesmo valor? Ainda há uns meses, em plena histeria de gripe das aves havia vidas que tinham prioridade sobre as outras, pelo menos umas tinham vacinas garantidas, outras só se sobrasse. O que aconteceria se a calamidade acontecesse? O assunto é deveras complexo e vale uma boa meditação enquanto aprecio Jenna is the Masseuse. Se conseguir chegar alguma conclusão, não líquida, escrevo-a assim que puder.
Parece-me que estes grupos têm o mesmo efeito na juventude que as drogas pesadas. A obsessão que os viciados têm na heroina, os grupos de jovens têm em Deus e as J’s têm na sua ideologia (desde já deixo de lados os escuteiros cujo objectivo é afastarem-se dos pais ao fim de semana, deixarem os monitores dormir e irem para as tendas apanhar umas borracheiras e curtirem uns com os outros). Os esquemas que os viciados fazem para conseguirem dinheiro para matar o vicio são os mesmos que os grupos de jovens fazem para defender o não pelo aborto e os J’s fazem para cair nas boas graças do chefe partidário, afinal, aos 17 podem garantir uma vida despreocupada e uma reforma dourada numa qualquer multinacional onde o estado tenha uma golden share ou seja o principal accionista.
No final, enquanto um drogado pode ganhar juízo, curar-se e nunca mais aproximar-se do produto, quem pertence a um dos outros dois grupos não tem salvação. Então, quando se junta a fome e a vontade de comer, isto é, miúdos que pertencem ao grupo de jovens e à J (e não são assim tão poucos), tem-se um caso perdido para a vida, não fisicamente, mas alguém muito limitado intelectualmente.
É que enquanto nas J’s a única forma de serem expulsos pelos comparsas é mudarem para o partido com a ideologia oposta, no grupo de jovens ainda é mais difícil. O Senhor perdoa tudo, embora os seus crentes não, especialmente atentados aos bons costumes. Na terrinha existe muita gente que não perdoa uma escapadela antes do casamento ou uma gravidez prematura. Felizmente que para isto sempre houve e continuará haver Espanha. Uma menina de bem não pode correr o risco de ser vista a sair de uma clínica na cidade ao lado da terra. O que as pessoas iam pensar? Pode sempre dizer que estava de visita a tentar demonstrar o erro que as pessoas que lá se encontravam estavam a cometer, mas o boca em boca vai existir e a verdade vir ao de cima.
Escrevo isto, não tanto pelo referendo do aborto mas porque que enquanto este tipo de jovens bem intencionados existir nunca sairemos da cepa torta. Aos meus olhos é um problema estruturante que a sociedade precisa resolver, o quanto mais rápido possível.
Sou um gajo muito democrático e coisa e tal mas sempre que vejo algum grupo de jovens pelo não, o Rocco Siffredi que há em mim aparece (no que diz respeito às meninas do movimento). Só me apetece castigá-las com umas palmadas secas naqueles rabos empinados, conseguidos com muitas horas de fitness e de tanto se ajoelharem para rezar.
Já não chega estes meninos viverem constantemente na culpa de serem uns pecadores, que ainda me tentam pôr de mal com a minha consciência. “Acreditamos que entre 1998 e vida não perdeu valor, pelo contrário, é mais evidente e observável”. Eu não posso ler coisas destas. Não é uma data que guarde num caderno, mas devo bater umas punhetas de 1990 até aos dias que correm. Quantos projectos de criança terão sido mortos até ao dia que corre, por mim? Serei um Estaline da criação, já que só destruo projectos de vida e nunca crio nenhum? Será que a vida não perdeu mesmo valor? Ainda há uns meses, em plena histeria de gripe das aves havia vidas que tinham prioridade sobre as outras, pelo menos umas tinham vacinas garantidas, outras só se sobrasse. O que aconteceria se a calamidade acontecesse? O assunto é deveras complexo e vale uma boa meditação enquanto aprecio Jenna is the Masseuse. Se conseguir chegar alguma conclusão, não líquida, escrevo-a assim que puder.