Luxos
Recebi um email a falar do preço do Pack Trilogy da Guerra das Estrelas. Pelos vistos o dito pack custa na FNAC em Portugal mais 20 Euros do que o mesmo Pack na FNAC Francesa. Isto para não falar do seu preço noutros locias que se apresenta ainda mais barato.
No dito email pedia-se o reencaminhamento da mensagem para fazer pressão sobre a FNAC para baixar os preços, e fazia-se a comparação com outros casos de multinacionais que alegadamente exploram os portugueses, praticando preços superiores a outros países. Desconheço esses casos muito sinceramente. Mas há que recordar que em Portugal os artigos como CD’s, DVD’s, instrumentos musicais, e outros artigos de carácter cultural aos quais os livros serão a única excepção, têm um imposto de artigo de luxo. E digam-me lá se isto não é de um país atrasado e subdesenvolvido. Ou seja, para o estado a cultura é um luxo. Os livros têm um imposto de 5% se a memória não me falha, e estes artigos de luxo têm impostos 3 ou 4 vezes superiores. Não será um motivo para 20 Euros de discrepância num artigo que ronda os 50 Euros. Mas dá que pensar. E há mais factores que influenciam num preço, como os transportes, as comunicações, outro tipo de impostos. Aqui tudo é mais caro por alguma razão. Não me parece que uma FNAC ou uma IKEA (outra empresa referida no email) tenham uma política exclusiva de embarrilar os portugueses em exclusivo.
Recordo-me de quando entramos para o Euro ver uma reportagem a comparar preços de bens de diversa ordem nos vários países aderentes, já que a moeda única permitia uma comparação séria. Portugal tinha os preços mais caros em 95% das coisas! Incrível! A Alemanha e a França tinham dos preços mais baratos, e não era um Euro mais barato. A diferença é ainda maior se comparamos os salários mínimos e salários médios. Os artigos iam desde electrodomésticos, carros, cabazes de compras, casas, transportes, etc. Tudo isto mais barato. É difícil de compreender e aceitar. A falta de produtividade e o absentismo não justificam tudo. E como qualquer gestor sabe, o exemplo tem que atravessar transversalmente toda a organização, do topo à base. E todos sabemos os exemplos que temos por aqui salvo raras excepções. Não se pode pedir aos trabalhadores um trabalho abnegado 8 horas por dia e ver o director de produção desaparecer o dia todo sem ligar nenhum ao trabalho e seus subordinados.
Voltando ao email, devo dizer que o reencaminhei, ao contrário do que faço em 98% dos casos. Com uma coisa eu concordo naquele email. Os portugueses exigem pouco. E refiro-me de uma forma geral. É raro ver alguém reclamar num estabelecimento ou em qualquer empresa de serviços, ou ao próprio estado. Os portugueses aceitam as coisas e/ou têm vergonha de reclamar. Se tiverem razão reclamem. Sem medo! Quanto mais exigirmos melhor seremos tratados. Aceitar tudo o que nos dão sem questionar é que não! E por isso, reclamem lá com a FNAC ou com quem tem a responsabilidade nessa discrepância de preços. Mas eu ainda acho que o alvo poderia ser o estado por considerar um artigo de luxo a cultura.
No dito email pedia-se o reencaminhamento da mensagem para fazer pressão sobre a FNAC para baixar os preços, e fazia-se a comparação com outros casos de multinacionais que alegadamente exploram os portugueses, praticando preços superiores a outros países. Desconheço esses casos muito sinceramente. Mas há que recordar que em Portugal os artigos como CD’s, DVD’s, instrumentos musicais, e outros artigos de carácter cultural aos quais os livros serão a única excepção, têm um imposto de artigo de luxo. E digam-me lá se isto não é de um país atrasado e subdesenvolvido. Ou seja, para o estado a cultura é um luxo. Os livros têm um imposto de 5% se a memória não me falha, e estes artigos de luxo têm impostos 3 ou 4 vezes superiores. Não será um motivo para 20 Euros de discrepância num artigo que ronda os 50 Euros. Mas dá que pensar. E há mais factores que influenciam num preço, como os transportes, as comunicações, outro tipo de impostos. Aqui tudo é mais caro por alguma razão. Não me parece que uma FNAC ou uma IKEA (outra empresa referida no email) tenham uma política exclusiva de embarrilar os portugueses em exclusivo.
Recordo-me de quando entramos para o Euro ver uma reportagem a comparar preços de bens de diversa ordem nos vários países aderentes, já que a moeda única permitia uma comparação séria. Portugal tinha os preços mais caros em 95% das coisas! Incrível! A Alemanha e a França tinham dos preços mais baratos, e não era um Euro mais barato. A diferença é ainda maior se comparamos os salários mínimos e salários médios. Os artigos iam desde electrodomésticos, carros, cabazes de compras, casas, transportes, etc. Tudo isto mais barato. É difícil de compreender e aceitar. A falta de produtividade e o absentismo não justificam tudo. E como qualquer gestor sabe, o exemplo tem que atravessar transversalmente toda a organização, do topo à base. E todos sabemos os exemplos que temos por aqui salvo raras excepções. Não se pode pedir aos trabalhadores um trabalho abnegado 8 horas por dia e ver o director de produção desaparecer o dia todo sem ligar nenhum ao trabalho e seus subordinados.
Voltando ao email, devo dizer que o reencaminhei, ao contrário do que faço em 98% dos casos. Com uma coisa eu concordo naquele email. Os portugueses exigem pouco. E refiro-me de uma forma geral. É raro ver alguém reclamar num estabelecimento ou em qualquer empresa de serviços, ou ao próprio estado. Os portugueses aceitam as coisas e/ou têm vergonha de reclamar. Se tiverem razão reclamem. Sem medo! Quanto mais exigirmos melhor seremos tratados. Aceitar tudo o que nos dão sem questionar é que não! E por isso, reclamem lá com a FNAC ou com quem tem a responsabilidade nessa discrepância de preços. Mas eu ainda acho que o alvo poderia ser o estado por considerar um artigo de luxo a cultura.