Quem pega por moça, perde por força
No fim de semana passado realizou-se o combate de boxe entre os pesos-pesados “Quem Espera Desespera”(aka.QED) e “Quem Espera Sempre Alcança”(aka.QESA). Este combate já era aguardado à muitos anos, não tendo acontecido antes porque os dois eram os melhores amigos e tinham jurado nunca combater um contra o outro.No entanto, QESA havia-se retirado da competição para viver uma grande paixão, Joaquina. Apaixonou-se pela mulher do melhor amigo que sem pôr o pé fez pegada e fugiu com ele para um lugarejo recôndito nos Himalais. Os seus dias eram dedicados à pesca e aprendizagem do Kama-Sutra.
QED, reconhecido por todos pela sua paciência e bom coração jurou vingança. Havia-a conhecido quando, um dia, ia a passar na esquina junto ao seu local de treino e ouviu um estrondoso assobio. Olhou para ela, que com um sorriso malandro lhe disse “Cubembom que tu tens!!! Musculado”. A especialidade da Joaquina sempre tinha sido o assobio. A sua perdição os cús. Então se as suas mãos assentassem perfeitamente nas nádegas, a mulher ficava desvairada. Foi paixão à primeira palmada. Porém, antes do casamento o seu saudoso pai, confiando no seu instinto e sabedoria com mulheres assobiadeiras alertou-o “Mulher que assobia, ou é cabra ou é vadia”, mas a paixão tinha-lhe toldado a racíocinio e o casamento fez-se.
Apercebendo-se da traição das pessoas que ele mais amava ao cimo da terra virou-se para o seu treinador e exclamou “Dou um boi para não entrar numa briga, mas dou uma boiada para não sair e... haja boiada!!!” . Contratou meia dúzia de detectives para palmilhar o mundo à procura destes dois, e pacientemente foi-se treinando para o combate que um dia iria surgir. O saco de boxe tornou-se a sua mulher e a sua amante. Ainda lhe disseram para não ligar, que “Amigo que não presta e faca que não corta: que se percam, pouco importa “, mas o QED não queria saber, da sua cabeça além de duas aberturas salientes que estavam a cresçer e a dar fruto desde tamanha facada, não lhe saía a ideia de que “O Robalo, quem o quiser há-de escamá-lo”, e ele já tinha a faca, as luvas só tinha que esperar pelo peixe.
Um dia estava o QESA, impacientemente à espera da sua assobiadora-mor apenas com um livrito a fazer de folha, quando lhe entram três jagunços pela porta dentro. Naquele instante, sem ninguém lhe dizer nada, ele soube exactamente o que eles estavam lá a fazer. Ele conhecia o amigo, sabia que ia ser levado à força e que teria que lutar com ele. Ao mesmo tempo arrependeu-se do que fez, mas tinha que responder perante os seus erros, afinal ele tinha tido mais olhos que barriga e que “Quem com porcos se mistura, farelos come”. De Joaquina não quiseram saber, preferindo deixa-la entregue aos budistas. Afinal, que melhor maneira de castigar uma assobiadeira do que a abandonarem no meio de pessoas vestidas com túnicas, onde as curvas corporais, pelo menos as que ela gostava, não eram notadas?
Ao chegar cá, em pleno mês de Janeiro, QESA ainda se lembrou que “Em Janeiro veste pele de carneiro”, e à boa maneira portuguesa já ia preparar um pequeno acto de vitimização mas o amigo nem sequer falou com ele. Apenas lhe mandou um recado a dizer que tinha um mês para estar em forma. Que no fim deste prazo iam resolver o seu diferendo, em cima do ringue, para de uma vez por todas saberem quem era o melhor e acima de tudo para aprender que nunca se traí um amigo.
O tempo foi passando e a dupla dinâmica treinava dezoito horas por dia. Ao pé deles o Silvestre Estalo Sozinho era um principiante, um mero peso pluma.
Até que...Tcham...Tcham...o dia chegou. QED estava motivadíssimo, afinal “Em Fevereiro mata o teu carneiro”, embora o seu coração não o impelisse a tanto. Meia dúzia de dentes partidos, uns hematomas e o cinto de campeão chegavam para dar uma ensinadela ao QESA. Este, ao contrário do que era costume, estava bastante calmo. “Cão que ladra não morde” e embora QED fosse um bocado mais alto “Quanto maior a altura maior o tombo”.
Encontraram-se no meio do ringue. Cumprimentaram-se violentamente, e QESA tentando amaciar o opositor disse “Águas passadas não movem moínhos”, ao que QES retorqiu with furious vengeance and anger “Antes um cachorro amigo que um amigo cachorro”. E o combate lá começou. Ora dava um ora dava o outro, ora dava um ora dava o outro, sempre com grande violência. Os rounds sucediam-se e à medida que ia chegando ao fim as suas caras pareciam um terreno em construção. Ao decimo terceiro round, deu-se a surpresa. QED deu uma ligeira aberta e o oponente aproveitou. Enfiou-lhe semelhante bujarda que naquele pequeno ponto a gravidade aumentou mil vezes. QED caíu que nem um tordo. “A desgraça não marca encontro”, terá pensado num breve momento de lucidez antes de perder completamente os sentidos. Derrotado, sem mulher, nada mais lhe restava. Talvez, ainda tivesse o robalo, que tinha comprado para comemorar, para comer se não ficasse muito tempo no hospital. Não o meteu no congelador e o prazo podia passar.
QED, reconhecido por todos pela sua paciência e bom coração jurou vingança. Havia-a conhecido quando, um dia, ia a passar na esquina junto ao seu local de treino e ouviu um estrondoso assobio. Olhou para ela, que com um sorriso malandro lhe disse “Cubembom que tu tens!!! Musculado”. A especialidade da Joaquina sempre tinha sido o assobio. A sua perdição os cús. Então se as suas mãos assentassem perfeitamente nas nádegas, a mulher ficava desvairada. Foi paixão à primeira palmada. Porém, antes do casamento o seu saudoso pai, confiando no seu instinto e sabedoria com mulheres assobiadeiras alertou-o “Mulher que assobia, ou é cabra ou é vadia”, mas a paixão tinha-lhe toldado a racíocinio e o casamento fez-se.
Apercebendo-se da traição das pessoas que ele mais amava ao cimo da terra virou-se para o seu treinador e exclamou “Dou um boi para não entrar numa briga, mas dou uma boiada para não sair e... haja boiada!!!” . Contratou meia dúzia de detectives para palmilhar o mundo à procura destes dois, e pacientemente foi-se treinando para o combate que um dia iria surgir. O saco de boxe tornou-se a sua mulher e a sua amante. Ainda lhe disseram para não ligar, que “Amigo que não presta e faca que não corta: que se percam, pouco importa “, mas o QED não queria saber, da sua cabeça além de duas aberturas salientes que estavam a cresçer e a dar fruto desde tamanha facada, não lhe saía a ideia de que “O Robalo, quem o quiser há-de escamá-lo”, e ele já tinha a faca, as luvas só tinha que esperar pelo peixe.
Um dia estava o QESA, impacientemente à espera da sua assobiadora-mor apenas com um livrito a fazer de folha, quando lhe entram três jagunços pela porta dentro. Naquele instante, sem ninguém lhe dizer nada, ele soube exactamente o que eles estavam lá a fazer. Ele conhecia o amigo, sabia que ia ser levado à força e que teria que lutar com ele. Ao mesmo tempo arrependeu-se do que fez, mas tinha que responder perante os seus erros, afinal ele tinha tido mais olhos que barriga e que “Quem com porcos se mistura, farelos come”. De Joaquina não quiseram saber, preferindo deixa-la entregue aos budistas. Afinal, que melhor maneira de castigar uma assobiadeira do que a abandonarem no meio de pessoas vestidas com túnicas, onde as curvas corporais, pelo menos as que ela gostava, não eram notadas?
Ao chegar cá, em pleno mês de Janeiro, QESA ainda se lembrou que “Em Janeiro veste pele de carneiro”, e à boa maneira portuguesa já ia preparar um pequeno acto de vitimização mas o amigo nem sequer falou com ele. Apenas lhe mandou um recado a dizer que tinha um mês para estar em forma. Que no fim deste prazo iam resolver o seu diferendo, em cima do ringue, para de uma vez por todas saberem quem era o melhor e acima de tudo para aprender que nunca se traí um amigo.
O tempo foi passando e a dupla dinâmica treinava dezoito horas por dia. Ao pé deles o Silvestre Estalo Sozinho era um principiante, um mero peso pluma.
Até que...Tcham...Tcham...o dia chegou. QED estava motivadíssimo, afinal “Em Fevereiro mata o teu carneiro”, embora o seu coração não o impelisse a tanto. Meia dúzia de dentes partidos, uns hematomas e o cinto de campeão chegavam para dar uma ensinadela ao QESA. Este, ao contrário do que era costume, estava bastante calmo. “Cão que ladra não morde” e embora QED fosse um bocado mais alto “Quanto maior a altura maior o tombo”.
Encontraram-se no meio do ringue. Cumprimentaram-se violentamente, e QESA tentando amaciar o opositor disse “Águas passadas não movem moínhos”, ao que QES retorqiu with furious vengeance and anger “Antes um cachorro amigo que um amigo cachorro”. E o combate lá começou. Ora dava um ora dava o outro, ora dava um ora dava o outro, sempre com grande violência. Os rounds sucediam-se e à medida que ia chegando ao fim as suas caras pareciam um terreno em construção. Ao decimo terceiro round, deu-se a surpresa. QED deu uma ligeira aberta e o oponente aproveitou. Enfiou-lhe semelhante bujarda que naquele pequeno ponto a gravidade aumentou mil vezes. QED caíu que nem um tordo. “A desgraça não marca encontro”, terá pensado num breve momento de lucidez antes de perder completamente os sentidos. Derrotado, sem mulher, nada mais lhe restava. Talvez, ainda tivesse o robalo, que tinha comprado para comemorar, para comer se não ficasse muito tempo no hospital. Não o meteu no congelador e o prazo podia passar.
QESA atingiu a fama, e no dia a seguir foi ter com a sua Joaquina e viveram felizam até quase sempre. Quase, porque numa das idas ao mosteiro descobriu um sacerdote mais assobiador que a assobiadora. "Muda-se de moleiro, não se muda de ladrão".