Blue Velvet

terça-feira, junho 07, 2005

A que horas chega o 10?


Posted by Hello Tirado do magnifico Post a Secret

Quando vejo algum colega a sofrer por amor tento sempre dar-lhe algum ânimo, mesmo que raramente resulte. A primeira coisa a dizer é “ As mulheres são como os autocarros. Perdes um, mas sabes que daqui a 10 minutos passa outro que podes apanhar”. Claro que se esta frase não resultar começa a ser mais complicado, porque existem 50% de hipóteses da culpa ser dele e nesse caso ou passo para a omissa “Foi melhor assim”, seguida da frase dedicada aos transportes públicos e calo-me, até porque não quero que o rapaz sofra mais, ou opto pelo caminho mais difícil, dizendo meia dúzia de verdades, que embora custe no momento podem lhe fazer algum bem em relacionamentos futuros. Existirá sempre a probabilidade de o erro não ser re-cometido, embora o ser humano seja um bicho de hábitos, numa relação futura. Se as culpas ou “aparentes” culpas forem da sua cara metade, porque isto de se querer arranjar sempre um responsável é muito complicado, utilizo novamente a analogia dos transportes públicos e para tentar que ele se anime mais rapidamente, parto para o insulto à sua cara metade. Grande parte da vezes (99%) nada me move contra a rapariga, mas diante dos olhos tenho ali uma urgência que precisa de ser combatida recorrendo a todos os meios lícitos ou ilícitos, e quando a rejeição bate à porta não há nada melhor ao ego de alguém abandonado do que a sua canonização pública através da diabolização da cara metade. Até pode ser uma excelente pessoa, mas arranja-se sempre maneira, nem que se lembre aquele dia que ela o deixou apeado para um jantar romântico (não lembrando porém os 39º de febre que a moçoila tinha na altura). Penso que estes momentos despertam a faceta bombeiro, médico-cirurgião que há em nós. Não esquecer também a faceta provador de vinhos, porque no fim à que existir solidariedade com o moço e fazer-lhe companhia a afogar as mágoas.
Claro que a verdade, verdadinha é que tudo isto é uma tanga. à medida que os anos passam tenho cada vez mais a certeza que essa cara-metade, esse alguém que nos completa e é completo por nós, não acontece sempre. Podemos encontrá-la uma, com muita sorte duas, com uma sorte do caralho três e com um bocadinho de azar poderemos nunca a conhecer. O resto são conhecidas que nos provam que essa cara metade não aparece todos os dias, e que embora sejam por nós respeitadas, admiradas e compreendidas nunca despertarão o animal irracional que há em nós.