Operação Fiasco
Eu estou por fora, e nem me quero meter. Não quero ser inconveniente e injusto. Afinal não ponho os pés em território luso há mais de 7 meses. Mas pareceu-me ler umas coisas de rusgas estrondosas a bancos e escritórios de advogados. Qualquer coisa relacionada com crimes económicos e tráfico de influências. E também me pareceu ler que os senhores que muito diligentes se apresentaram para a rusga tinham em falta algo importante. Pois tinham a gabardina de inspector, o bloco de notas, a arma no sovaco, o ar distante do Humphrey Bogart e o aspecto despenteado do Zé Gato. Mas não tinham um papel fulcral: o mandato. Pois é… burocracias. É isto que atrasa o país. E o homem nem teve culpa. Tinha deixado o mandato mesmo ao lado do maço de tabaco, já de propósito para não se esquecer. Deve ter voado. Também saiu do escritório à pressa e nem acabou do tomar o café da manhã e ler A Bola. E pronto, lá se atrasou a operação. Não faz mal… manda-se vir por fax. Mas os marotos dos senhores do escritório, cabeças de alho chocho, enviaram o documento integral com os nomes de todas as dependências bancárias a ser visitadas, com hora e tudo. Foi uma chatice, porque em 15 minutos já toda Lisboa sabia das rusgas, e onde e quando iam acontecer. Também foram chatos estes senhores do Banco. Não perceberam que era segredo. E daqueles segredos mesmo segredos, como os segredos de justiça. Não se faz. E depois o senhor Procurador Geral é que fica mal visto. Ele que planeou uma operação tão gira, mesmo como nos filmes!
MAS QUE RAIO DE MERDA É ESTA?