Touros
Roubaram uma vaca em Lisboa. Sei que daqui não vem grande mal ao mundo, mas este episódio tem o seu quê de caricato. Não foi uma vaca qualquer, daquelas que dá leite, carne, alimenta uma família inteira durante uns tempos e caga-se à grande e à francesa. Foi sim, uma vaca artesanal, toda fashion, cheia de pinturas, que não serve para mais nada a não ser mostrada em público (único ponto de intersecção entre esta e as verdadeiras) e servir causas humanitárias aquando do seu leilão. Obviamente que por trás desta sacanice não estão pessoas equilibradas, mas sim verdadeiros animais de quatro patas. Quero crer que foi roubada por uma cambada de touros selvagens, burros que nem uma porta. Digo mais, touros que nunca viram uma fêmea à sua frente e não sabem o distinguir entre o odor característico do pito fresco de uma vaca verdadeira e o cheiro a tinta fresca. O que fazer? Pô-los num autocarro e levá-los de excursão ao matadouro das Carnes Primor para verem o que são vacas verdadeiras ou então ao oftalmologista? Por mim punha esses ditos touros hoje na re-abertura de Praça de Touros do Campo Pequeno a serem lidados. Está-se mesmo a verque precisam de um par de bandarilhas pelos cornos abaixo.