Blue Velvet

quarta-feira, outubro 27, 2004

Preso 374

Carlos Cruz publicou um livro chamado "Carlos Cruz - Preso 374". Ele bem diz que “Este livro não se dirige ao tribunal que há-de julgar-me; dirige-se ao tribunal que já me julgou, que é a opinião pública. Eu fui acusado, julgado e condenado por alguma comunicação social. Sem direito de defesa. Este é o meu contraditório nesse julgamento. Se este livro pode ser eventualmente interpretado como estratégia para o julgamento que vem aí, eu peço aos juízes do meu julgamento que não o leiam. Façam-me esse favor. Aliás, teoricamente, nem deviam ler o processo. Como se sabe, os juízes só devem atender àquilo que é produzido em tribunal.”
Lendo esta parte da entrevista acho que tal como o CD avisa se a música em questão pode conter linguagem ofensiva ou não, mesmo tendo em conta que, toda a gente ouve a tal linguagem nas ruas, escola ou casa, também no caso do livro do Carlos Cruz este devia trazer uma mensagem “PROIBIDA A VENDA A JUÍZES, OU PROJECTOS DE JUÍZES”. É que todos sabemos que o penúltimo objectivo do livro é influenciar quem quer que seja. O livro só quer expor o contraditório no julgamento feito por alguma, muito má, comunicação social. E eu a pensar que este tinha sido feito pelo jornal no qual a filha do seu advogado é a directora, mas pelos vistos andava enganado. Claro que o ultimo objectivo de livro é aproveitar o facto de ser um acusado mediático, com algumas dificuldades financeiras e tentar pôr as finanças em dia (parece que estão mais dois livros a marinar) é que, segundo o próprio “Tenho vivido com um orçamento geral do Estado mais rigoroso do que o do Dr. Bagão Félix”, e isto de se andar a vender bens pessoais não está com nada. Lembrou-me uma tal de Manuela Ferreira Leite. Santana não venda mais património do Estado. Aproveite as boas ideias, e escreva um livro. Tem no seu gabinete tantos jornalistas, que dá para escrever uma enciclopédia do primeiro ano do governo. Depois é só publicar ao domingo com o JN ou o DN pela módica quantia de 10€ (jornal incluído) e fica com um fundo de maneio razoável.
No fundo, é como dizia o outro(a), não importa se falam bem ou mal, importa é que falem. Pelo menos no negócio dos livros.