Blue Velvet

quinta-feira, outubro 07, 2004

Óscar, o fantoche

Miguel Relvas veio ontem, em nome do PSD, fazer um respeitoso número de circo. E digo respeitoso porque se nem o seu métier sabe (governar em condições), quando vejo um profissional em terrenos que não são os seus, este tem a minha admiração (ainda dou valor ao esforço).
Infelizmente abordou terrenos já muito batidos. Começou por «lamentar que o programa [de Marcelo Rebelo de Sousa, na TVI] tenha terminado», depois lembrou que «Nós só falámos em defesa do pluralismo», acabando com a lapidar «Acredita que a TVI é pressionada?».
Palavras para quê? Pluralismo? Estou num mundo à parte ou o Professor já dava as suas aulas na TVI à mais de quatro anos? Nunca ninguém se preocupou com o contraditório e com o pluralismo. TVI pressionada? Nunca. Foi apenas uma inocente conjugação dos astros, que só por acaso coincidiu com a defesa da mui famosa pluralidade defendida pelo ministro (não digo o nome porque os fantoches não o têm, sei que o sonho dele era ser chamado de Santana Lopes, mas como já há um, podemos chamá-lo de Óscar).
Na minha opinião, este último salto empranchado para trás correu muito mal. Podem-me dizer que os portugueses têm uma cultura circense acima da média, mas também, existem melhoras no espectáculo a ser feitas. O ideal seria mudar os palhaços todos, não sendo possível, ao menos que se mude o espectáculo. Já é muito batido. A fundação Calouste Gulbenkian em parceria com o Chapitô vai atribuir umas bolsas para se tirar o doutoramento em artes circenses. É concorrer meus amigos. Se querem aprimorar a profissão nunca podem deixar de estudar. Além do mais é preciso quem inove, quem apresente espectáculos diferentes. Os portugueses precisam de sorrir, e se os senhores não servem para governar ao menos entretenham-nos.