Blue Velvet

sexta-feira, outubro 29, 2004

Veerappan, O Homem dos Bigodes Farfalhudos

A Índia ainda tentou resistir, mas não por muito tempo. Não conseguiram olhar para os imperialistas ingleses, e ver entre eles um homem que com um simples relógio, dizimava metade da população masculina das ilhas Caimão, depois tinha fôlego para “comer” toda a sua população feminina, degustando no fim de tão profícua orgia um suculento bife de vaca. E isto era uma afronta, ainda mais, sendo o tal, inglês. Após anos e anos de recrutamento e experiências conseguiram criar, no entender deles, o agente secreto perfeito. O seu nome verdadeiro é Veerappan, o de código era O Homem dos Bigodes Farfalhudos (tradução já feita para português).
Depois de duas décadas a deixar crescer o bigode, foi recrutado pelos serviços secretos indianos onde, treinado pelos grandes mestres, teve que cumprir um rigoroso treino, tanto físico como psicológico. Deitar-se sobre pregos, caminhar sobre brasas ao mesmo tempo que dava música a uma serpente, aguentar o corpo a resistir a grandes doses de caril alucinogéneo, além de longas maratonas de sexo taticú. Convém esclarecer que Tati era o nome da esposa. Findo o treino foram-lhe implementadas as armas mais mortais à face da terra (indiana). Lança pedregulhos, bosta de vaca insuflável, caril da verdade, e muitas mais. Não convém esquecer, o pente para manter o bigode sempre no aprumo, além da caixa de preservativos caso as mulheres espias em questão fossem paquistanesas ou inglesas. É que embora seja proibido qualquer relacionamento extra matrimonial, a grande SHIVA na sua última aparição, garantiu o perdão total a todos os indianos que tragam vergonha para as famílias inglesas e paquistanesas.
E assim o HBF (só para os amigos), prestou grandes serviços ao país e a si mesmo. É que o malandro actuava preferencialmente no Paquistão. Até que a desgraça aconteceu. Uma vil paquistanesa, a trabalhar para o seu governo, deu-lhe a volta à cabeça (e ao resto do corpo). Veerappan não resistiu e abandonou os serviços secretos, pelo seu grande amor, não imaginando o que lhe estava para acontecer.
Depois de uma noite de Pravacolcú (Pravacol era o nome de código da rapariga), o Tomás Taveira dos serviços secretos adormeceu, esquecendo de uma das regras básicas de um agente secreto. Ou se vai dormir a casa, ou não se dorme, ou se vai dormir a casa, ou ela vai dormir a casa dela. A megera, assim que pressentiu que o herói já dormia, cortou os bigodes ao poderoso Sansão. Desculpem. Lingrinhas Veerappan. Quase todo o seu arsenal inutilizado, o coração destroçado, a incapacidade de confiar no seu discernimento e nos outros levou-o a partir daqui a uma vida de tristeza, arrependimento e sodomia (era o seu karma). Até que, mais uma vez, o ócio tramou-o. Conheçeu (como quem diz...) uma filha de um grande representante politico indiano. A cabala foi montada. A Lusomundo lá do sítio noticiou que Veerappan era um assassino a monte, quando na verdade ele tinha licença para matar e só inimigos do governo indiano (a mando deste). Mas estes factores nunca vieram à baila. Até que HBF, ou melhor O Homem dos Bigodes Assassinos (já sabem a obsessão dos media para inventar nomes pomposos, ex:WOW=Mulheres nas Ondas<>Barco do Aborto), não resistiu à meia dúzia de dias a uma emboscada, e foi morto. Não teve honras de estado, parada militar nem um grupo de ex amantes a chorar em sua honra. Como é duro ser agente secreto.