O Grande Ditador ou ... O Grande Devedor
Estão agora tiradas as dúvidas. Adolf Hitler era de facto um criminoso da pior espécie. Ele torturou, matou, invadiu, mentiu, humilhou, dizimou, exterminou, e realizou outras façanhas comparáveis, mas agora descobriu-se mais um crime negro. Um crime hediondo, de contornos macabros, segundo relata o Público de hoje na sua última página. O ditador fugia aos impostos! Afinal ele também recorreu ao crime fiscal. E pasme-se, não pagou impostos sobre os lucros do seu best seller “Mein Kampf”, onde exacerbava a supremacia ariana alemã sobre as outras raças e nações, e onde estabelecia a doutrina que o viria a dirigir durante os seus anos loucos. Já não basta o imposto que o mundo todo pagou por causa daquilo, e ele não pagou nenhum por causa do livro. Ditador sanguinário já se sabia que ele era. Mas fugir aos impostos senhor Adolfo, até lhe fica mal. E houve alguém que passou os últimos anos a olhar para números e factos para descobrir estas contas mal feitas e este crime impensável. Para quê? O homem não tem já um cadastro bem recheado? O que é que este crime vem acrescentar à história? Será que pensaram “Ah! Agora sim é que vão ver quem este homem era! Do que ele era capaz!”. Isto é como o Belmiro de Azevedo ganhar 250 euros na raspadinha. Não lhe vem acrescentar nada. Por cima do que ele fez, só se tivessem descoberto que fora ele o crucificador de Jesus Cristo. Mas mesmo com o martelinho e tudo, não era só como mandante! Aí sim estaríamos a adicionar realmente qualquer coisa ao currículo desse senhor. E agora esperam o quê? Que alguém pague o que ele ficou a dever? Estou a ver que na Alemanha não deve haver grande problema de fuga ao fisco, porque estarem a perder tempo com um crime com mais de 60 anos é algo como um hobby de fim de semana. Venham para cá e investiguem uma data de pequenos ditadores que andam aí, e o trabalhinho era mais bem empregue. Enfim, corram todos a corrigir o livrinho de história e actualizem a folhinha do senhor do bigode ridículo, a bem da verdade dos factos e da justiça.
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