O Moralista
Lendo grande parte das minhas postas, noto com tristeza, que tenho alguma propensão para tentar dar umas lições de moral, como se fosse o dono da verdade . Desculpem-me. Isto não há-de acontecer nunca mais, prometo. Pelo menos enquanto me lembrar. Hoje e amanhã de certeza que não acontece. E tenho quase a certeza que sexta e sábado também não. Quando notei este ligeiro comportamento desviante eram novehorascinquentaseteminutosetrezesegundos, liguei imediatamente à minha avó para lhe pedir dois favores. Reservar-me o terço para a sessão das nove, que dura das nove às dez e meia e, se ela podia falar com a mestra Dina a ver se o padre Quim faz o favor de me confessar fora de horas. Claro que o meu avô vai ficar fodido, porque isto implica que ele só vai ter o terço das dez e meia à meia noite, como ao saber do minha vontade de me confessar, vai deixar de dizer uma das suas frases preferidas no que ao nosso relacionamento diz respeito: "És um herege".
Mas também não se assustem. Não fiquei triste ao ponto de começar a chorar feito a Cristina Caras Lindas ou o Sampaio nestas últimas férias, desculpem, visita a Timor. Mas posso dizer que o pensamento da Monica Bellucci nua, desapareceu-me por completo dos neurónios quando tomei a real dimensão dos meus actos. Especialmente quando se sabe que este boteco é consultado diariamente por centenas de milhar de pessoas que ainda não têm a personalidade definida*.
Se servir da atenuante ao meu comportamento posso dizer que eu quando tinha dois anos não era nada assim. Havia lá um miudo que se mijava sempre pelas pernas abaixo, e eu nunca me virava para ele e lhe dizia: “Tás a ver a merda que fizeste? Achas bem? Não achas que a tua mãe tem mais que fazer que andar a lavar três pares de cuecas todos os dias. Olha para mim, toma-me como exemplo. Oh pra isto. Sem uma mancha de pingo. Olha o nível.”. Nada, não dizia nada. Podia-me rir, mas nunca, nunca dava lições de moral ao mijão. Desculpem, ao miudo.
Se servir da atenuante ao meu comportamento posso dizer que eu quando tinha dois anos não era nada assim. Havia lá um miudo que se mijava sempre pelas pernas abaixo, e eu nunca me virava para ele e lhe dizia: “Tás a ver a merda que fizeste? Achas bem? Não achas que a tua mãe tem mais que fazer que andar a lavar três pares de cuecas todos os dias. Olha para mim, toma-me como exemplo. Oh pra isto. Sem uma mancha de pingo. Olha o nível.”. Nada, não dizia nada. Podia-me rir, mas nunca, nunca dava lições de moral ao mijão. Desculpem, ao miudo.
* - Desculpem as letras pequenas, mas estou a ver se esta mensagem passa pelo "sistema". Embora o Abrupto seja o blogue mais visitado, o BV tem diariamente dois milhões de visitas, sendo 98% delas pertencentes ao escalão etário dos 9-12. Isto punha-nos no primeiro lugar da blogosfera portuguesa e quiçã internacional, mas infelizmente, "eles" não deixam que esta dura realidade seja conhecida. Remetem o BV a um anonimato atroz e cruel chegando até há ilicita manipulação de pageviews que, mesmo assim, nos põem num cagajézimo honroso lugar.
* - Adenda : No último paragráfo foi acrescentada parte do texto que inexplicavelmente estava em falta. Só estava apartir de "pra isto...". "Eles não nos largam"...