Blue Velvet

sexta-feira, outubro 08, 2004

O silêncio ensurdecedor

Acho a expressão acima citada como uma das mais estúpidas alguma vez inventadas. Posso compreender o chamado silêncio incómodo, pelo simples facto de existirem pessoas que não gostam nada do silêncio ou então estão à espera de uma resposta que nunca mais obtêm.
Assim como não acho grande nexo à chamada paz podre ou então a famosíssima guerra sangrenta. A primeira porque, em princípio, existem melhores palavras para descrever um estado de paz periclitante, a segunda porque tirando sempre raras excepções uma guerra é sempre sangrenta, e por isso a parte vermelha podia ser omitida.
O que estava de acordo era em fazer um mix entre as diferentes expressões. Porque não o chamado silêncio podre, que é aquele momento de tempo onde, estando um grupo de amigos reunidos em amena cavaqueira, algum solta um rocket, quase sempre sem som, mas com uns atributos químicos que o olfacto não consegue ignorar. Ou então a chamada guerra podre, porque se ela quase sempre é sangrenta, existindo um elevado número de mortos, não é um sítio muito agradável para ir cheirar as amendoeiras em flor, quanto muito cheirar um elevado número de cadáveres em elevado estado de decomposição. Já agora que se está numa de guerra, e que tal guerra ensurdecedora? Se é guerra existem muitas explosões…Pronto, se não entenderem esta deixem recado que depois eu faço um desenho.
Quanto à paz deixo-a sozinha. Fico triste quando vejo a paz acompanhada por um adjectivo. Estes quando estão com ela nem são bons maridos nem bons amantes, só a querem mesmo foder…Não lhe dão nenhum carinho. Por isso mais vale só (a paz) que mal acompanhada.
Quanto ao silêncio juntava-lhe o retemperador. Não há nada como algum tempo de silêncio diário para as ideias, mente e espírito ficarem equilibradas. Pelo menos para mim
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