Blue Velvet

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Não Obrigado Digo Eu !!!!

Ontem o movimento “Não Obrigado” lançou a sua mascote: um feto em pvc de, alegadamente, dez semanas. Ao que dizem, se carregarmos na sua pequena barriga ele grita “Era Matar Esses Assassinos!!” e depois chora lágrimas de soro fisiológico. Mais um momento de raro sentido de oportunidade e de honestidade nesta campanha.
Realmente, este ano ainda não tinha aparecido um feto sobredotado na campanha. Já estava a estranhar. É claro que depois os especialistas dividem-se, e há mesmo os especialistas que dizem que um feto assim tão defenido só aparece mesmo mais perto dos 6 meses. Mas isso não interessa nada. A mensagem já passou: quem vota “Sim” mata criancinhas como estes porta chaves. Como se realmente importasse como é o feto nas 10 semanas. Como se a questão fosse essa. E não pensem que estou aqui para atacar o “Não”. Da parte do “Sim” também se ouvem as maiores alarvidades, afirmações pouco honestas, e apelos melodramáticos. Eu sei qual vai ser o meu voto, e faço-o no sentido das minhas convicções mais profundas. Mal de quem necessita da campanha para ser elucidado sobre o que quer que seja.

Logo à noite no Circo

















quarta-feira, janeiro 24, 2007

Justissimo























Little Miss Sunshine

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Atenção, atenção, aviso à navegação.

Existe vida para lá do referendo, das missa do Dr. Paulo Macedo e da Opa à PT. Quem vai votar sim é favor não se afligir muito porque desta vez o sim ganha por dois motivos muito básicos. A primeira é que embora, a população esteja mais velha, penso não me estar enganar se disser que neste intervalo de tempo entre os referendos padeceram mais potenciais votantes do não que do sim. A segunda é a data. O Presidente da República marcou a votação para Fevereiro. Se fosse entre Abril e Setembro já era mais complicado. Ainda hoje estou arrependido de não ter aproveitado esses dias de bom tempo no Algarve.

Trabalho, trabalho, trabalho

Ontem ia do trabalho para casa e vi que com esta história dos blogues a minha futura candidatura a primeiro-ministro está praticamente arruinada. Quando muito ainda posso tentar, um dia, ser um secretário de estado incompetente, mas vai ser muito difícil passar desse nível. Bem posso dizer que o meu objectivo, que não é nenhum, era lutar contra a bovinidade instalada, mas quase de certeza que não vai colar, afinal se um bovino ataca é complicado fazer alguma coisa. E, só ponho a hipótese de ele atacar em força, já nem falo em ele se começar a peidar à bruta, porque aí se a camada de ozono não aguenta, quem sou eu? Estou como o House, “Deus não coxeia!!!”
Houvessem por cá uns partidos de extrema-esquerda ou direita radicais a que me pudesse alistar para fechar umas universidades, fazer uns vandalismos e, com alguma sorte, poderia chegar a Secretário de Estado da Onu ou a Presidente da Comissão Europeia, mas sendo assim só me resta trabalhar seriamente, porque a vida de profissional do crime está-me vedada.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Weeds













Tau Tau

Nunca tive nenhuma experiência em agrupamentos juvenis, sejam escuteiros, grupos de jovens ou juventudes partidárias, para o mal da minha virgindade. Caso houvesse um referendo para a proibição destas mocidades portuguesas pós 25 de Abril eu votaria sim.
Parece-me que estes grupos têm o mesmo efeito na juventude que as drogas pesadas. A obsessão que os viciados têm na heroina, os grupos de jovens têm em Deus e as J’s têm na sua ideologia (desde já deixo de lados os escuteiros cujo objectivo é afastarem-se dos pais ao fim de semana, deixarem os monitores dormir e irem para as tendas apanhar umas borracheiras e curtirem uns com os outros). Os esquemas que os viciados fazem para conseguirem dinheiro para matar o vicio são os mesmos que os grupos de jovens fazem para defender o não pelo aborto e os J’s fazem para cair nas boas graças do chefe partidário, afinal, aos 17 podem garantir uma vida despreocupada e uma reforma dourada numa qualquer multinacional onde o estado tenha uma golden share ou seja o principal accionista.
No final, enquanto um drogado pode ganhar juízo, curar-se e nunca mais aproximar-se do produto, quem pertence a um dos outros dois grupos não tem salvação. Então, quando se junta a fome e a vontade de comer, isto é, miúdos que pertencem ao grupo de jovens e à J (e não são assim tão poucos), tem-se um caso perdido para a vida, não fisicamente, mas alguém muito limitado intelectualmente.
É que enquanto nas J’s a única forma de serem expulsos pelos comparsas é mudarem para o partido com a ideologia oposta, no grupo de jovens ainda é mais difícil. O Senhor perdoa tudo, embora os seus crentes não, especialmente atentados aos bons costumes. Na terrinha existe muita gente que não perdoa uma escapadela antes do casamento ou uma gravidez prematura. Felizmente que para isto sempre houve e continuará haver Espanha. Uma menina de bem não pode correr o risco de ser vista a sair de uma clínica na cidade ao lado da terra. O que as pessoas iam pensar? Pode sempre dizer que estava de visita a tentar demonstrar o erro que as pessoas que lá se encontravam estavam a cometer, mas o boca em boca vai existir e a verdade vir ao de cima.
Escrevo isto, não tanto pelo referendo do aborto mas porque que enquanto este tipo de jovens bem intencionados existir nunca sairemos da cepa torta. Aos meus olhos é um problema estruturante que a sociedade precisa resolver, o quanto mais rápido possível.
Sou um gajo muito democrático e coisa e tal mas sempre que vejo algum grupo de jovens pelo não, o Rocco Siffredi que há em mim aparece (no que diz respeito às meninas do movimento). Só me apetece castigá-las com umas palmadas secas naqueles rabos empinados, conseguidos com muitas horas de fitness e de tanto se ajoelharem para rezar.
Já não chega estes meninos viverem constantemente na culpa de serem uns pecadores, que ainda me tentam pôr de mal com a minha consciência. “Acreditamos que entre 1998 e vida não perdeu valor, pelo contrário, é mais evidente e observável”. Eu não posso ler coisas destas. Não é uma data que guarde num caderno, mas devo bater umas punhetas de 1990 até aos dias que correm. Quantos projectos de criança terão sido mortos até ao dia que corre, por mim? Serei um Estaline da criação, já que só destruo projectos de vida e nunca crio nenhum? Será que a vida não perdeu mesmo valor? Ainda há uns meses, em plena histeria de gripe das aves havia vidas que tinham prioridade sobre as outras, pelo menos umas tinham vacinas garantidas, outras só se sobrasse. O que aconteceria se a calamidade acontecesse? O assunto é deveras complexo e vale uma boa meditação enquanto aprecio Jenna is the Masseuse. Se conseguir chegar alguma conclusão, não líquida, escrevo-a assim que puder.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Descobre o downloader que há em ti

Top dos 56 video clips de 2006 feita pelo Shots Ring Out. (via My Old Kentucky Blog)

Os Portugueses grandes

Acompanhei o programa da RTP sobre os grandes portugueses. Eu, que gosto muito de listas e rankings, fiquei com um amargo de boca por não ter ficado a saber quem ganhou. Há que fazer render o peixe. Compreendo. No entanto, li uns zum-zuns, onde, segundo os conspiradores, a lista dos dez mais foi, para já, dada em ordem alfabética porque o Salazar tinha ganho. Não quero muito acreditar, embora este não ter aparecido aquando do lançamento do programa, mostra que o homem deixou uma marca profunda no país. Onde quer que esteja deve estar orgulhoso do povo que ajudou a moldar, especialmente o pessoal que se dedica à televisão pública. Há tiques que nunca se perdem.
Se a presença do Salazar não surpreende devido à legião de admiradores acima dos cinquenta que continua a ter, a entrada do Cunhal deixou-me de queixo caído. Não por estar nos cem portugueses, mas sim nos dez primeiros. Durante décadas tentou chegar ao poder e nunca ninguém o quis, agora elegem-no como um dos maiores portugueses de sempre. Faz-me lembrar a minha ex. Gosta muito de mim a mais de mil quilómetros de distância mas, quando estamos a menos de quarenta, foge de mim como o diabo da cruz.
Claro que tirando estes dois, existem outros “notáveis” que me causaram uma urticária potente. O Otelo Saraiva de Carvalho foi um deles. Caso se tivesse juntado ao título, “na prática de atentados”, ele seria o maioral, mas como a ideia é capaz de não ter pernas para andar, ficou com um lugar honroso nos vinte primeiros. Quando encontrar a Elsa Raposo na rodagem de algum vídeo erótico já tem matéria para a fazer roer de inveja.
Outros personagens que me causaram estranheza foram todos os políticos pós vinte e cinco de Abril, excepção ao Ti Mário. Cavaco, Sampaio, Sócrates… E o país está na merda, fará se não estivesse!!! Caso me chamasse António Guterres ficava ofendido. Tentou por todos os meios, que chegássemos ao nível do Haiti e nem um 100 lugar conseguiu.
Fiquei lamentavelmente admirado com o diminuto número de desportistas e dirigentes de futebol nomeados. Eusébio, Pinto da Costa, Mourinho, Figo, Ronaldo e Vítor Baia. Só? E esses grandes dirigentes da estirpe de Vale Azevedo, Valentim Loureiro, Gilberto Madail, ‘Lipe Vieira, Tó Damásio e su muchacha? E os grandes jogadores/gladiadores chamados João Vieira Pinto e Paulinho Santos que, por acaso, nasceram no século vinte e dedicaram-se ao futebol, mas se tivesse nascido uns séculos antes tinham sido heróis em Aljubarrota? Anda um homem a esfalfar-se todas as semanas atrás de uma bola, faça chuva ou sol, para dar alguma alegria aos portugueses em particular, aos adeptos em geral e só dois ou três consagrados é que têm direito a figurarem na lista. Um tio meu, em fim de carreira na terceira nacional ficou desiludido e está seriamente a pensar nem esperar pelo fim de época para arrumar as chuteiras. Ainda o lembrei do conselho que lhe dei há cinco anos atrás. Usar uns calções curtos para realçar as belas pernas e depilá-las. Não me ligou, agora que ponha os olhinhos na posição do Vítor Baía.
Quanto ao resto da lista, parece-me equilibrada, pontuada com dois ou três nomes para a reinação (só para contrariar quem diz que não temos sentido de humor), embora tenha notado a ostracização de duas figuras históricas de Portugal. Não estou a falar de mim nem da Lili Caneças, porque nós já não somos portugueses, somos cidadãos do mundo, mas do nobre Galo de Barcelos e do bonacheirão Zé Povinho. O António Variações e o Alberto João, respectivamente, substituem-nos, mas não são a mesma coisa.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Que secura...

- Querida, telefona à Joana e diz-lhe que vamos chegar atrasados vinte minutos.
- Vinte? Que exagerado!!! Dez!!!
- É melhor dizeres vinte porque ainda tenho que ir meter gota no carro. Está na reserva. Olha ali uma bomba da galp. Não tem ninguém!!! Diz-lhe que demoramos quinze.
- Nã!!! À Galp não vais!!! Para me deixares apeada a meio do caminho? Eu conheço uma BP a três minutos daqui. Vira na próxima è esquerda…

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Desilusão

Ontem fiquei desiludido com os canais televisivos. Paguei a realização de uma missa em honra à minha bisavó, que o Senhor a tenha em eterno descanso, e nenhum canal apareceu por lá para fazer uma reportagem de 30 segundos. Nem o Viver Vivir se deu ao trabalho. Andei-me a endividar. Comprei um fato, sapatos, meias e cuecas novas. Tomei banho, cortei as unhas, limpei os ouvidos e pus brilhantina no cabelo. Fui para a porta da igreja uma hora antes. Esperei, esperei e nada. Ainda pensei que eles apareceriam no fim da celebração eucarística mas enganei-me.
Eu sei que estamos num Estado laico. Sei, também, que os canais de televisão têm notícias mais importantes para dar como a situações de Timor e Darfur, as intricadas politicas de união europeia, o Tlebs, a implantação do MIT em Portugal e demais choques tecnológicos, o desenvolvimento da gripe das aves e as centenas de milhares de mortes que estão acontecer, além de terem que passar as grandes reportagens de investigação, BBC style, que costumam fazer. Compreendo que o tempo de emissão de 40m não ajuda, mas era uma missa em honra à minha bisavó caraças. Se ela não merece um bocado de tempo de antena não sei quem merece.

E vamos lá começar 2007...



Enter Shikari - "Sorry you're not a winner"