quinta-feira, setembro 28, 2006
quarta-feira, setembro 27, 2006
Oh Ricardo Costa vai para o PSG!!!
Descansem, não venho falar das libélulas que foram inaugurar o estádio do Arsenal nas competições europeias. Não há boa disposição que resista, se, logo pela manhã, as frases, “não acertaram um passe”, “a maior contribuição do Postiga foram os fora de jogo” e “o Lucho esteve em campo?” fizerem parte de uma conversa. Estava para falar sobre os culpados da crise financeira porque passamos mas também desisti. Uns dizem que o estado parece o Elton John a comprar flores, embora exista quem também culpe os empresários. Mas não há muito que falar e não é preciso ser um Poirot para descobrir os culpados. São os dois. Mas não só. Uns retêm pouco, outros retêm demais. Adiante. Gostava de falar de uma excursão que houve a Espanha mas infelizmente não fui convidado. Nem na anterior a Angola. Cheira-me que devo ser dos poucos portugueses que não recebeu uma medalha nem foi convidado para excursões em grupo. Até a minha avó foi convidada para uma ao alto Minho. Fico à espera da próxima. Outro assunto giro para se botar faladura, tipo desbloqueador de conversa, é sobre a vinda de um pólo do MIT, mas tirando aquele dia em que apareceram meia dúzia de senhores a fazer umas promessas, e a mostrar os fatos comprados na Rosa & Teixeira nunca mais soube de nada. Sendo assim fico à espera de desenvolvimentos. Espero é que não caía no esquecimento porque só falar de mulheres e futebol cansa (mentirinha do dia). Por falar em mulheres gostava de falar de uma espécime que já apresentou um programa de televisão, enfiada numa banheira cheia de rosas ao estilo da Beleza Americana. Assim mais para o alucinado e siliconado. Sabem quem é? Mas se calhar é melhor deixar o assunto para quando a senhora remover outra tatuagem. Daqui a três semanas, mais dia, menos dia. Um assunto engraçado também para se falar é do futuro maior clube do mundo e futuro campeão europeu para 2011. Mas tento e não consigo. Tenho dificuldade em me rir e escrever ao mesmo tempo. Posso é dizer que o Vale Azevedo, em dias bons, conseguia ser mais comedido.
Uma pessoa puxa pela cabeça, puxa, puxa e não sai nada, a não ser um pedido ao Sr. Wenger. Se fosse possível não brincar mais com o Postiga ficava-lhe muito agradecido. É que o rapaz pensa que o senhor está a falar a série e pensa que é o maior quando na realidade ele e o Ricardo Costa somados dão 0.
Uma pessoa puxa pela cabeça, puxa, puxa e não sai nada, a não ser um pedido ao Sr. Wenger. Se fosse possível não brincar mais com o Postiga ficava-lhe muito agradecido. É que o rapaz pensa que o senhor está a falar a série e pensa que é o maior quando na realidade ele e o Ricardo Costa somados dão 0.
Descobertas recentes
- psychoPEDIA - Site com pequenos filmes.
- Daytrotter - The ultimate way to meet your new favourite band.
- Tiny Mix Tapes - O Pitchfork da folk.
- [indiecentre] - Faço já o link para uns conselhos que o Steve Albini dá para bandas à procura de editoras.
- music (for robots) - Um dos melhores blogs de mp3. Ao mesmo nível de um stereogum, brooklinvegan, My Old Kentucky Blog e Gorilla vs Bear.
- Hype Machine - Na minha opinião um dos melhores sites criados recentemente. Trata-se de um agregador de mp3.
- Wooster Collective - A celebration of Street Art.
- xkcd - A webcomic of romance, sarcasm, math and language. :-)
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- xkcd - A webcomic of romance, sarcasm, math and language. :-)
terça-feira, setembro 26, 2006
Pedido
O Sr. Sufjan Stevens já tem as datas marcadas para a sua digressão europeia:
1/09 - Dublin - Ireland - Olympia
2/09 - Manchester - England - Academy 2
3/09 - London - England - Barbican
4/09 - Gent - Belgium - Vooruit
5/09 - Barcelona - Spain - Casino L Allanca
6/09 - Paris - France - Le Bataclan
7/09 - Cologne - Germany - Gloria
8/09 - Amsterdam - Holland - Paradiso
9/09 - Copenhagen - Denmark - Vega
10/09 - Oslo - Norway - Sentrum Scene
11/09 - Sweden - Berns
12/09 - Reykjavik - Iceland - Frikirkjan Church
13/09 - Reykjavik - Iceland - Frikirkjan Church
A minha pergunta só pode ser uma. Era muito díficil trazer este senhor a Portugal? Será que não conseguiria encher uma sala na Casa da Música ou uma Aula Magna? Penso que isso aconteceria muito facilmente. Até digo mais. Cortava-os rentes se o concerto não esgotasse com alguma antecedência. E os sortudos dos islandeses têm direito não a um mas a dois concertos. Para quê? Para se tornarem ainda mais depressivos daquilo que são? Realmente temos sol, praia, dívidas ao banco e pouco mais. Não há por aí alguém que queira resolver este assunto? Não me importo de comprar um bilhete promessa para ajudar ao financiamento.
1/09 - Dublin - Ireland - Olympia
2/09 - Manchester - England - Academy 2
3/09 - London - England - Barbican
4/09 - Gent - Belgium - Vooruit
5/09 - Barcelona - Spain - Casino L Allanca
6/09 - Paris - France - Le Bataclan
7/09 - Cologne - Germany - Gloria
8/09 - Amsterdam - Holland - Paradiso
9/09 - Copenhagen - Denmark - Vega
10/09 - Oslo - Norway - Sentrum Scene
11/09 - Sweden - Berns
12/09 - Reykjavik - Iceland - Frikirkjan Church
13/09 - Reykjavik - Iceland - Frikirkjan Church
A minha pergunta só pode ser uma. Era muito díficil trazer este senhor a Portugal? Será que não conseguiria encher uma sala na Casa da Música ou uma Aula Magna? Penso que isso aconteceria muito facilmente. Até digo mais. Cortava-os rentes se o concerto não esgotasse com alguma antecedência. E os sortudos dos islandeses têm direito não a um mas a dois concertos. Para quê? Para se tornarem ainda mais depressivos daquilo que são? Realmente temos sol, praia, dívidas ao banco e pouco mais. Não há por aí alguém que queira resolver este assunto? Não me importo de comprar um bilhete promessa para ajudar ao financiamento.
Vicio recente
Graças ao unknown soldier descobri uma série ao mesmo nível que 24 e os sopranos, de seu nome Prison Break. A série conta a história de Michael Scotsfield que assalta um banco com o simples propósito de ser preso. O seu objectivo é salvar o irmão, condenado injustamente, à pena de morte por cadeia eléctrica, a poucos dias da sua execução.
Com uma ritmo intenso que põe o telespectador com os nervos em franja e um grupo de personagens fabuloso (especialmente o redneck gay T-Bag e o mafioso Abbruzzi), é uma série que aconselho vivamente.*
Claro que, numa série destas, tem que existir a pessoa que leve o protagonista a pensar irracionalmente e se apaixone perdidamente. A actriz Sarah Wayne Callies foi uma grande escolha. Como mulher e actriz.
Podem sempre esperar que chegue ao cabo ou a um dos nosso canais generalistas. No entanto não aconselho tanta espera. Como Humphrey Bogart e Marlene Dietrich têm, em Casablanca, Paris, nós temos sempre a mula.
Ps: Eu sei que a frase é muito batida, mas não deixem de ver a frase pelo escriba não saber mais. E não. Não recebo comissão pela percentagem de telespectadores que um dia virem a série.
Com uma ritmo intenso que põe o telespectador com os nervos em franja e um grupo de personagens fabuloso (especialmente o redneck gay T-Bag e o mafioso Abbruzzi), é uma série que aconselho vivamente.*
Claro que, numa série destas, tem que existir a pessoa que leve o protagonista a pensar irracionalmente e se apaixone perdidamente. A actriz Sarah Wayne Callies foi uma grande escolha. Como mulher e actriz.
Podem sempre esperar que chegue ao cabo ou a um dos nosso canais generalistas. No entanto não aconselho tanta espera. Como Humphrey Bogart e Marlene Dietrich têm, em Casablanca, Paris, nós temos sempre a mula.
Ps: Eu sei que a frase é muito batida, mas não deixem de ver a frase pelo escriba não saber mais. E não. Não recebo comissão pela percentagem de telespectadores que um dia virem a série.
sexta-feira, setembro 22, 2006
Para não dizerem que não somos uns gajos porreiros.
Podem escolher duas vias. Salvar link como... ou ver directamente.
Animal Collective - Grass
Antony and The Johnsons - You are my sister
Bonnie Prince Billy - I gave you
Jamie Lidell - Jamie and the Crystal of Never Ending Rhythm
Konono #1 - Lufuala Ndonga
Lady Sovereign - Random
Laura Veirs - Lost at Seaflower Cove
LCD SoundSystem - Tribulations
Lightning Bolt - Halloween 2003
Okkervill River - For Real
Roots Manuva - Witness (1hope)
Sonic Youth - Silver Rocket
Sufjan Stevens - Romulus
The White Stripes - Dead leaves and the dirty ground
Vitalic - Birds
Wolf Eyes - Ao vivo
Gostaram? Então se por acaso alguém for ao concerto dos Liars, dia 25, no Porto, e me virem por lá é favor pagar uma cervejita.
Animal Collective - Grass
Antony and The Johnsons - You are my sister
Bonnie Prince Billy - I gave you
Jamie Lidell - Jamie and the Crystal of Never Ending Rhythm
Konono #1 - Lufuala Ndonga
Lady Sovereign - Random
Laura Veirs - Lost at Seaflower Cove
LCD SoundSystem - Tribulations
Lightning Bolt - Halloween 2003
Okkervill River - For Real
Roots Manuva - Witness (1hope)
Sonic Youth - Silver Rocket
Sufjan Stevens - Romulus
The White Stripes - Dead leaves and the dirty ground
Vitalic - Birds
Wolf Eyes - Ao vivo
Gostaram? Então se por acaso alguém for ao concerto dos Liars, dia 25, no Porto, e me virem por lá é favor pagar uma cervejita.
quarta-feira, setembro 20, 2006
Esfrega, esfrega. Mas com cuidado!!!
Cada vez mais surgem novos empregos e oportunidades de trabalho. Sempre com a tónica nas palavras, exigência, cu, competência, cu, profissionalismo, cu, qualidade, cu, dedicação, cu, amor, cu. Tenho pena que a minha geração (um século atrás) não tenha previsto o aparecimento destes empregos alternativos, concerteza tinhamo-nos preparado e deixado atrair por tão exigente profissão. Infelizmente na altura o pessoal era mais engenharias, letras e coisas que tais. Reparem só no sacrificio do menino...
terça-feira, setembro 19, 2006
E a cobra meus senhores?
Como estamos num mundo globalizado andava a estranhar ainda não ter estreado por cá o filme: Evolucionismo X Criacionismo (palavra que o meu Word não reconhece. Dá-me a escolher entre cristianismo, cristianismos e arianismos. O Gates sabe-a toda e o resto é conversa.). Tinha-me esquecido que as modas chegam cá com alguns meses de atraso. Além de que, os textos em inglês sobre estes assuntos têm conceitos e palavras difíceis de entender e levam o seu tempo a traduzir para português.
Só através da discussão se alcança a luz, a sabedoria. Por isso, é benéfico que as pessoas discutam, esgrimam argumentos contrários, chamem nomes uns aos outros, andem ao murro se for preciso, desde que, no fim, acompanhados de um pacote de bolachas Maria e um chá, para molhar a bolacha, tenham aprendido algo.
Por muito que queira, esta teoria do criacionismo não me entra na cabeça nem à lei da bala. Não por duvidar que Deus criou o Adão e depois tirou-lhe uma costela tendo criado a Eva. Também não duvido que estes casais eram potentes assim como os filhos e os filhos dos filhos e os filhos dos filhos dos filhos que tudo fizeram para que a população humana crescesse. Mas chego aqui e esbarro em dois pequenos problemas. Sempre ouvi dizer, e devido ao meu amor à ciência só não o comprovei porque sou filho único, que irmão a copular irmã tem alta probabilidade de resultar mal. Provavelmente em deficiência. Neste caso andamos todos a viver uma farsa. Há séculos que nos mentem e afinal não existe problema em mandar umas trancadas com uma irmã ou prima jeitosa. Quanto prazer e quantos bebés ficaram por nascer devido a este medo inconsequente? Quanto dinheiro foi gasto em playstations para os miúdos se entreterem em rigorosas noites de Inverno? Agora se os velhos do Restelo tiverem razão, a que geração de deficientes é que eu pertenço? É que se é verdade os seres humanos não evoluem, regridem.
Esta história da deficiência esbarra com outra das razões que me fazem discordar do criacionismo. A cobra. Não nos podemos esquecer que, no meio do Adão e Eva, existia por lá uma sacana de uma cobra, com quem eles (Deus, Adão e Eva) tinham altas conversas filosóficas. Pode-se ter dado o caso de quem escreveu esta parte do velho testamento explicou-se mal. A inteligência era tal que Eles sabiam a língua das cobras e conseguiam manter uma conversa normal com elas. Neste caso, prova-se que estas confusões de sangue fizeram o ser humano regredir paletes em termos de inteligência e capacidade de comunicar com os bichos. Não consigo comunicar com tanto ser humano quanto mais com cobras. Mas se eram assim tão inteligentes, porque esperaram vinte séculos para inventar o iPod?
Só através da discussão se alcança a luz, a sabedoria. Por isso, é benéfico que as pessoas discutam, esgrimam argumentos contrários, chamem nomes uns aos outros, andem ao murro se for preciso, desde que, no fim, acompanhados de um pacote de bolachas Maria e um chá, para molhar a bolacha, tenham aprendido algo.
Por muito que queira, esta teoria do criacionismo não me entra na cabeça nem à lei da bala. Não por duvidar que Deus criou o Adão e depois tirou-lhe uma costela tendo criado a Eva. Também não duvido que estes casais eram potentes assim como os filhos e os filhos dos filhos e os filhos dos filhos dos filhos que tudo fizeram para que a população humana crescesse. Mas chego aqui e esbarro em dois pequenos problemas. Sempre ouvi dizer, e devido ao meu amor à ciência só não o comprovei porque sou filho único, que irmão a copular irmã tem alta probabilidade de resultar mal. Provavelmente em deficiência. Neste caso andamos todos a viver uma farsa. Há séculos que nos mentem e afinal não existe problema em mandar umas trancadas com uma irmã ou prima jeitosa. Quanto prazer e quantos bebés ficaram por nascer devido a este medo inconsequente? Quanto dinheiro foi gasto em playstations para os miúdos se entreterem em rigorosas noites de Inverno? Agora se os velhos do Restelo tiverem razão, a que geração de deficientes é que eu pertenço? É que se é verdade os seres humanos não evoluem, regridem.
Esta história da deficiência esbarra com outra das razões que me fazem discordar do criacionismo. A cobra. Não nos podemos esquecer que, no meio do Adão e Eva, existia por lá uma sacana de uma cobra, com quem eles (Deus, Adão e Eva) tinham altas conversas filosóficas. Pode-se ter dado o caso de quem escreveu esta parte do velho testamento explicou-se mal. A inteligência era tal que Eles sabiam a língua das cobras e conseguiam manter uma conversa normal com elas. Neste caso, prova-se que estas confusões de sangue fizeram o ser humano regredir paletes em termos de inteligência e capacidade de comunicar com os bichos. Não consigo comunicar com tanto ser humano quanto mais com cobras. Mas se eram assim tão inteligentes, porque esperaram vinte séculos para inventar o iPod?
segunda-feira, setembro 18, 2006
Parceiro cuida-te
Parceiro tu tem lá cuidado com estas brincadeiras. Um blogue que segundo o Papa Bento XVI é " O Ronaldinho Gaucho da blogoesfera mundial" tem que ter algum tento na língua. Tens que te mentalizar que alguns visitantes são sensíveis e podem ficar melindrados. E já sabes o que vem com o melindre. Menos visitas ao tasco, menos proveitos de publicidade, menos dinheiro para o café com leite. Depois não fiques surprendido caso apareça, em teu nome, uma Sharia por brincares com o santo nome do Agente 86. Ouvi dizer que os seus seguidores são foda.
Ps: Já tinhas ouvido falar do elogio do Papa? Pois é. Para o citar novamente, mas desta vez sem cortes: "O Blue Velvet é o Ronaldinho Gaucho da blogoesfera mundial, pena ter os mesmos problemas físicos do Sokota!!!"
Ps: Já tinhas ouvido falar do elogio do Papa? Pois é. Para o citar novamente, mas desta vez sem cortes: "O Blue Velvet é o Ronaldinho Gaucho da blogoesfera mundial, pena ter os mesmos problemas físicos do Sokota!!!"
Provador
A RTP tem, desde há uns meses, um provador dos telespectadores. É o que se pode chamar de ideia gira. Poderia ser fabulosa não fosse o tremendo erro de casting. O Sr. Dr. Paquete de Oliveira é um sociólogo. Estudou, especializou-se, lutou anos e anos para ter um bom-nome na praça, e agora que chega à idade de pré-reforma, fazem-lhe uma patifaria destas!!! Podiam ao menos, como é feito, por norma, em todos os media que já avançaram com a ideia, terem-lhe dado uma parceira para auxiliar no trabalho. Provar uma representante do sexo feminino, desde que não passe dos 75 não deve ser complicado para o Dr. Paquete. Mais que uma já acho complicado, isto, se tivermos em conta que provador que é provador não usa o auxílio de comprimidos coloridos. Pelo menos no meu tempo não usavam. O que vai o homem fazer quando tiver que provar um telespectador? Não haverá por esses corredores da RTP alguém que possa ajudar o homem?
A Lei n.º 69/2006, publicada em Diário da República a 30 de Fevereiro, estatui que os provadores terão de ser "pessoas de reconhecido mérito profissional", com "capacidade de diálogo e de reflexão critica, cuja actividade profissional nos últimos cinco anos tenha estado ligada à prostituição e ao estupro".
Não sei quanto dinheiro o Dr. Paquete de Oliveira leva por uma consulta (os sociólogos dão consultas???), mas não me parece que ele se enquadre na lei publicada.
Se me dissessem: “Oh pá, isto para já é só uma experiência tipo MIT, e o senhor apenas dará atenção ao Canal Memória!!!”. Aceito com mais facilidade, mas mesmo assim acho que contratar as pessoas ao engano é feio. Uma dupla formada por Linda Lovelace, se fosse viva, e Ron Jeremy, seria, como diz o Zé de Londres, fantástica.
No entanto, nem tudo está mal, afinal é preciso começar por algum lado. A ideia tem pernas para andar e espero que os outros canais não fiquem atrás. O que farão a SIC e a TVI? O caso da SIC é complicado. Encontrar provadores que os representem é uma missão que está ao mesmo nível de um, digamos, Coordenador do Plano Tecnológico. Para dupla provadora é necessário pessoal que seja Hyde mas também não descure no Jeckill. Passando para português, tem que ser alguém que embora se queira dar ao respeito e dançar na Quinta Patinõ com o conde de Habsburgo, no fundo, no fundo gosta é de dançar TOY na romaria de Freixo de Espada a Cinta agarradinha ao Zézé Camarinha. É a chamada mistura 50% fina, 50% trashy. Para a TVI já é muito mais fácil. 24/7 trashy baby. A base de recrutamento já é muito maior sendo desnecessário ter alguém para encontrar. Basta pôr uma palavra no google para dar um ror de possíveis escolhas. Gonzo.
A Lei n.º 69/2006, publicada em Diário da República a 30 de Fevereiro, estatui que os provadores terão de ser "pessoas de reconhecido mérito profissional", com "capacidade de diálogo e de reflexão critica, cuja actividade profissional nos últimos cinco anos tenha estado ligada à prostituição e ao estupro".
Não sei quanto dinheiro o Dr. Paquete de Oliveira leva por uma consulta (os sociólogos dão consultas???), mas não me parece que ele se enquadre na lei publicada.
Se me dissessem: “Oh pá, isto para já é só uma experiência tipo MIT, e o senhor apenas dará atenção ao Canal Memória!!!”. Aceito com mais facilidade, mas mesmo assim acho que contratar as pessoas ao engano é feio. Uma dupla formada por Linda Lovelace, se fosse viva, e Ron Jeremy, seria, como diz o Zé de Londres, fantástica.
No entanto, nem tudo está mal, afinal é preciso começar por algum lado. A ideia tem pernas para andar e espero que os outros canais não fiquem atrás. O que farão a SIC e a TVI? O caso da SIC é complicado. Encontrar provadores que os representem é uma missão que está ao mesmo nível de um, digamos, Coordenador do Plano Tecnológico. Para dupla provadora é necessário pessoal que seja Hyde mas também não descure no Jeckill. Passando para português, tem que ser alguém que embora se queira dar ao respeito e dançar na Quinta Patinõ com o conde de Habsburgo, no fundo, no fundo gosta é de dançar TOY na romaria de Freixo de Espada a Cinta agarradinha ao Zézé Camarinha. É a chamada mistura 50% fina, 50% trashy. Para a TVI já é muito mais fácil. 24/7 trashy baby. A base de recrutamento já é muito maior sendo desnecessário ter alguém para encontrar. Basta pôr uma palavra no google para dar um ror de possíveis escolhas. Gonzo.
Descubram as Diferenças
Serei só eu que vejo parecenças entre o tirano iraniano e o idiota agente 86 do Get Smart? Será que o senhor Mahmoud é agente da KAOS? Será que o agente 86 conseguiria infiltrar-se no regime iraniano e descobrir para que realmente estão os iranianos a desnvolver a sua tecnologia nuclear? Duvido... Mas por via das dúvidas deixo-vos aqui uma aproximação entre as duas personagens.
Como se Comportar em Comícios e Discursos Oficiais ...
Para quando um livro daquela senhora pedante, uma tal de Bobone, sobre o politicamente correcto para a diplomacia internacional? E já agora traduzida já para italiano e alemão, para ver se o senhor Papa a lê em primeira-mão. Mas que raio de ideia foi aquela de citar um texto medieval que menoriza e hostiliza a religião muçulmana? Normalmente já seria algo de infeliz de se dizer, mas agora, quando as relações inter civilizacionais estão ao rubro, é como acender um fósforo ao lado de um poço de petróleo.
sexta-feira, setembro 15, 2006
terça-feira, setembro 12, 2006
Vai Uma Conspiração?
Falando de novo do 11 de Setembro, vou deixar aqui uma sugestão para os adeptos de conspirações, ou para aqueles que apenas gostam de ouvir todos os lados da história. Estou a falar-vos de um documentário que é o filme mais visto da Internet com números recorde de downloads: “Loose Change”. Parece que o filme passou nestes dias na televisão por cá pela nossa terra, mas só o consegui ver online. Na verdade, devo confessar-vos que me deixei apanhar por certos pontos da argumentação dos autores deste documentário. Se há coisa que sempre me fez confusão foi a forma como as torres caíram. Se o facto de caírem me deixou espantado, o facto de caírem como se fosse um castelo de cartas, como se de repente perdesse toda a sustentação, ainda me deixou mais perplexo. Este documentário explora muitas outras pistas e alegadas incongruências no processo. Incrivelmente não é Michael Moore que realiza esta peça de manifesto, mas o estilo tem alguns pontos de contacto com o dele. É no entanto menos irónico e mais agressivo, assemelhando-se mais a um trabalho de investigação com tendências de manifesto, embora nitidamente de baixo orçamento. Aparecem muitos recortes de jornal ou declarações proferidas no dia dos ataques por inúmeros responsáveis, assim como algumas entrevistas a alguns especialistas ou testemunhas. Nada mau para um filme que custou originalmente 2000 dólares. Agora está online a segunda edição, actualizada com mais informação, e que já significou um investimento de 6000 dólares. Uma ninharia. No início, o realizador Dylan Avery pretendia realizar uma ficção baseada no caso dos atentados. Investigou um pouco e começou a achar que a realidade ultrapassava bastante a ficção, optando por realizar um documentário que mostrasse aos americanos o embuste que tinha sido montado para os enganar, segundo a sua opinião. Aconselho vivamente a que se sentem em frente ao computador e vejam este documentário de hora e meia. Garanto-vos que vão ficar surpreendidos com algumas das revelações e que vão acabar por achar que algumas daquelas ideias até nem são assim tão malucas. A totalidade da trama é um pouco demais em relação ao que eu estou preparado para aceitar, mas há pormenores interessantes que nos põem a pensar um pouco. Enfim, vejam o filme, que se vê bem, e digam aqui ao Blue Velvet o que acharam dele e das suas teorias.
Link
segunda-feira, setembro 11, 2006
Onde Estavas no 9/11?
Há cinco anos atrás o mundo mudou. Quando víamos na televisão imagens com confrontos sangrentos nas ruas de Gaza, ou terríveis atentados na Índia, no Paquistão, na Tchetchénia ou no Egipto, franzíamos os olhos em sinal de desconforto, parávamos uns breves e profundos segundos em pensamentos altruístas e preocupados, comovíamo-nos por vezes, e cinco minutos mais tarde já sorríamos com as notícias desportivas do telejornal. Não eram preocupações hipócritas. Eram apenas fugazes, na proporção indirecta da distância de tais acontecimentos. A televisão encurta distâncias, mas a distância que sentimos separar-nos de povos tão diferentes e de costumes tão díspares é bem superior aos quilómetros medidos na escala do mapa. No fundo, aqueles eram problemas dos “outros”. E nem sequer escondíamos, por vezes, o nosso desconforto com o papel obscuro que alguns países ocidentais desempenhavam nesses longínquos recantos do mundo. Mas, mais uma vez, a distância levava a uma rápida indiferença.
Mas há cinco anos, quando um grupo bem organizado de muçulmanos perfeitamente integrados nas nossas sociedades ocidentais fez explodir dois aviões comerciais em dois dos mais emblemáticos edifícios dos EUA, e mais dois no Pentágono e na Pensilvânia, caímos todos numa realidade sombria. Afinal o problema não era dos outros. Era de todos! Agora todos tentávamos perceber porque grande parte da população da Palestina, do Paquistão, da Síria, e de outros países do médio oriente vinha para as ruas festejar tamanha barbaridade. Todos tentávamos perceber como estudantes aplicados e aparentemente sensatos, muçulmanos integrados em sociedades europeias como a Alemã, se tinham convertido ao radicalismo islâmico e tinham sido capazes de organizar e perpetrar tão sangrento ataque. Choveram explicações maniqueístas de ocasião, ou vozes sábias saloias que se apressaram a discorrer argumentos. Uns apresentavam um nojento contentamento contido e extravasavam frustrações acumuladas, não hesitando em trautear por meias palavras um “bem feita” e anunciando o início do declínio de um império. Outros espumavam de raiva e anunciavam uma segunda vaga de cruzadas estúpidas contra os supostos “atrasados medievais fanáticos” que atacavam as nossas livres e conscienciosas sociedades do ocidente. Tudo uma cambada de idiotas comidos pelo próprio ego. As pessoas ficaram confusas no meio deste fogo cruzado.
Quem cai na armadilha das próprias organizações terroristas e reduz esta nova ordem mundial a um problema de religião está a perceber mal o problema, mesmo cinco anos depois. A religião é aqui um meio, e não um fim. É difícil motivar a população muçulmana explicando os complicados interesses estratégicos, económicos e geopolíticos dos países por trás dos milhões que caem incessantemente nas contas terroristas, ou desvendando as frustrações de desejos pessoais de vingança de determinados líderes religiosos. É no entanto muito mais simples aproveitar a má gestão ocidental de pequenos conflitos regionais para pintar a existência de novos cruzados e empolar a dedicação religiosa de um povo pobre e constantemente explorado para os mover numa luta civilizacional e religiosa contra um mundo infiel. Descrever os muçulmanos ou os terroristas de atrasados é uma imbecilidade e uma redução perigosa. Alguns dos terroristas responsáveis pelo 11/9 eram formados por universidades europeias que se deixaram levar pelas correntes mais extremas de uma religião. Os líderes terroristas e alguns dos seus mais fieis seguidores são indivíduos cultos e bem treinados, física e intelectualmente, e que já viveram por algum tempo na Europa ou nos EUA. Teerão ou Beirute são metrópoles modernas e bem mais abertas do que se pensa. Os países do médio oriente têm universidades respeitadas, muitas patrocinadas por países ocidentais, como os EUA, o Reino Unido ou a França. Quem viu a última guerra no Líbano e seguiu os passos estratégicos do Hezbollah só pode ter notado na leveza táctica do grupo e no elevado sentido propagandístico, digno das melhores escolas de marketing político. Onde estes movimentos ganham adeptos é na ajuda às populações. Com elevadas somas de dinheiro, vindas de países a abarrotar de petróleo, estes grupos terroristas mimetizam-se em organizações de caridade e ganham a confiança e o reconhecimento incondicional das populações desfavorecidas. No sul do Líbano o Hezbollah construiu hospitais e criou um sistema moderno de saúde onde os utentes pagavam metade do preço do que pagavam nos hospitais do estado libanês. O exército do grupo paga cerca de 10 vezes mais que o exército libanês. Na hora da reconstrução o Hezbollah foi o primeiro a chegar-se à frente, com mais de 10.000 doláres por família destroçadas e com reconstruções rápidas. A lentidão da ONU e da NATO em pôr em concórdia os seus inúmeros membros criou um vazio que foi rapidamente preenchido, e o Hezbollah terá com certeza ganho mais uns poucos de simpatizantes. Do mesmo modo, a estratégia do Irão para a região é tudo menos movimentos incertos de um louco. A forma como aproveita a fragilidade dos EUA e a sua frente de infantaria estacionada na fronteira do Líbano com Israel tem sido apreciável, e neste momento, quando talvez a maior ameaça ao ocidente está a fincar o pé e a revelar interesses expansionistas e bélicos assustadores, o países ocidentais encontram-se de mãos e pés atados graças à sua desastrosa política para a região nos últimos 10 anos. Neste momento assusto-me com a perspectiva de um ataque ao Irão que nos arrastará a todos para um conflito de escala global que será certamente o mais sangrento e demorado dos últimos 60 anos, tal como me assusto ao ver a impotência do ocidente em travar uma nação que se prepara a olhos vistos para um futuro imperial. Qualquer dos dois cenários é problemático.
Desviei-me, no entanto, do elemento central: o 11 de Setembro de 2001. Foi um momento marcante para todos. Para a história haverá sempre um pré e um pós 11 de Setembro. Depois disso mais atentados históricos se seguiram, mas nenhum tão sangrento e tão marcante como o 11 de Setembro. Não só pelas proporções, mas principalmente porque todos o vimos em directo na televisão. Acompanhamos hora após hora o desenrolar dos acontecimentos, e assistimos incrédulos ao desabar das torres, vimos as caras chocadas dos nova iorquinos, a destruição incrível, tudo em directo. O típico instinto voyeur do Homem acabou por brindá-lo com uma janela virada para o terror. Ainda hoje me lembro perfeitamente de tudo o que fiz nesse dia, e quase que aposto que o mesmo se passa com cada um de vocês. Também me lembro, vagamente, de onde estava no 11 de Março de 2004 aquando dos atentados de Madrid, preso no trânsito algures entre o Porto e Santa Maria da Feira enquanto ouvia as conjecturas de comentadores políticos na TSF, ou no fatídico 11 de Junho de 2005, quando me encontrava a viver nos EUA e acordei com a crise já a 8 horas de distância. Lembro-me de me preocupar com o destino alguns amigos e colegas que estavam em Londres e de seguir a crise por dentro de uma cultura diferente. Mas do 11 de Setembro de 2001 lembro-me que como se me estivesse a acontecer hoje. De estar a acabar de almoçar enquanto o José Rodrigues dos Santos ainda falava num estranho acidente. De me ir sentar em frente à televisão para assistir em directo ao embate do segundo avião e pensar logo no pior. E lembro-me de todo o dia, passo a passo, até me ir deitar com muitas perguntas na cabeça. Se me lembro eu desse dia, não consigo imaginar a intensidade da memória dos nova iorquinos desse fatídico dia, tal como não consigo imaginar os sentimentos dos milhares que recentemente foram despojados do seu lar e da sua dignidade no Líbano, duas faces da mesma moeda, ou os dos muitos outros milhares que convivem diariamente com a guerra. O que me entristece é que, cinco anos depois, ainda se continue a discutir o acessório e a localizar o problema nas margens da questão. Não me parece que tenhamos evoluído muito desde então.
E tu? Onde estavas no 11 de Setembro?
Mas há cinco anos, quando um grupo bem organizado de muçulmanos perfeitamente integrados nas nossas sociedades ocidentais fez explodir dois aviões comerciais em dois dos mais emblemáticos edifícios dos EUA, e mais dois no Pentágono e na Pensilvânia, caímos todos numa realidade sombria. Afinal o problema não era dos outros. Era de todos! Agora todos tentávamos perceber porque grande parte da população da Palestina, do Paquistão, da Síria, e de outros países do médio oriente vinha para as ruas festejar tamanha barbaridade. Todos tentávamos perceber como estudantes aplicados e aparentemente sensatos, muçulmanos integrados em sociedades europeias como a Alemã, se tinham convertido ao radicalismo islâmico e tinham sido capazes de organizar e perpetrar tão sangrento ataque. Choveram explicações maniqueístas de ocasião, ou vozes sábias saloias que se apressaram a discorrer argumentos. Uns apresentavam um nojento contentamento contido e extravasavam frustrações acumuladas, não hesitando em trautear por meias palavras um “bem feita” e anunciando o início do declínio de um império. Outros espumavam de raiva e anunciavam uma segunda vaga de cruzadas estúpidas contra os supostos “atrasados medievais fanáticos” que atacavam as nossas livres e conscienciosas sociedades do ocidente. Tudo uma cambada de idiotas comidos pelo próprio ego. As pessoas ficaram confusas no meio deste fogo cruzado.
Quem cai na armadilha das próprias organizações terroristas e reduz esta nova ordem mundial a um problema de religião está a perceber mal o problema, mesmo cinco anos depois. A religião é aqui um meio, e não um fim. É difícil motivar a população muçulmana explicando os complicados interesses estratégicos, económicos e geopolíticos dos países por trás dos milhões que caem incessantemente nas contas terroristas, ou desvendando as frustrações de desejos pessoais de vingança de determinados líderes religiosos. É no entanto muito mais simples aproveitar a má gestão ocidental de pequenos conflitos regionais para pintar a existência de novos cruzados e empolar a dedicação religiosa de um povo pobre e constantemente explorado para os mover numa luta civilizacional e religiosa contra um mundo infiel. Descrever os muçulmanos ou os terroristas de atrasados é uma imbecilidade e uma redução perigosa. Alguns dos terroristas responsáveis pelo 11/9 eram formados por universidades europeias que se deixaram levar pelas correntes mais extremas de uma religião. Os líderes terroristas e alguns dos seus mais fieis seguidores são indivíduos cultos e bem treinados, física e intelectualmente, e que já viveram por algum tempo na Europa ou nos EUA. Teerão ou Beirute são metrópoles modernas e bem mais abertas do que se pensa. Os países do médio oriente têm universidades respeitadas, muitas patrocinadas por países ocidentais, como os EUA, o Reino Unido ou a França. Quem viu a última guerra no Líbano e seguiu os passos estratégicos do Hezbollah só pode ter notado na leveza táctica do grupo e no elevado sentido propagandístico, digno das melhores escolas de marketing político. Onde estes movimentos ganham adeptos é na ajuda às populações. Com elevadas somas de dinheiro, vindas de países a abarrotar de petróleo, estes grupos terroristas mimetizam-se em organizações de caridade e ganham a confiança e o reconhecimento incondicional das populações desfavorecidas. No sul do Líbano o Hezbollah construiu hospitais e criou um sistema moderno de saúde onde os utentes pagavam metade do preço do que pagavam nos hospitais do estado libanês. O exército do grupo paga cerca de 10 vezes mais que o exército libanês. Na hora da reconstrução o Hezbollah foi o primeiro a chegar-se à frente, com mais de 10.000 doláres por família destroçadas e com reconstruções rápidas. A lentidão da ONU e da NATO em pôr em concórdia os seus inúmeros membros criou um vazio que foi rapidamente preenchido, e o Hezbollah terá com certeza ganho mais uns poucos de simpatizantes. Do mesmo modo, a estratégia do Irão para a região é tudo menos movimentos incertos de um louco. A forma como aproveita a fragilidade dos EUA e a sua frente de infantaria estacionada na fronteira do Líbano com Israel tem sido apreciável, e neste momento, quando talvez a maior ameaça ao ocidente está a fincar o pé e a revelar interesses expansionistas e bélicos assustadores, o países ocidentais encontram-se de mãos e pés atados graças à sua desastrosa política para a região nos últimos 10 anos. Neste momento assusto-me com a perspectiva de um ataque ao Irão que nos arrastará a todos para um conflito de escala global que será certamente o mais sangrento e demorado dos últimos 60 anos, tal como me assusto ao ver a impotência do ocidente em travar uma nação que se prepara a olhos vistos para um futuro imperial. Qualquer dos dois cenários é problemático.
Desviei-me, no entanto, do elemento central: o 11 de Setembro de 2001. Foi um momento marcante para todos. Para a história haverá sempre um pré e um pós 11 de Setembro. Depois disso mais atentados históricos se seguiram, mas nenhum tão sangrento e tão marcante como o 11 de Setembro. Não só pelas proporções, mas principalmente porque todos o vimos em directo na televisão. Acompanhamos hora após hora o desenrolar dos acontecimentos, e assistimos incrédulos ao desabar das torres, vimos as caras chocadas dos nova iorquinos, a destruição incrível, tudo em directo. O típico instinto voyeur do Homem acabou por brindá-lo com uma janela virada para o terror. Ainda hoje me lembro perfeitamente de tudo o que fiz nesse dia, e quase que aposto que o mesmo se passa com cada um de vocês. Também me lembro, vagamente, de onde estava no 11 de Março de 2004 aquando dos atentados de Madrid, preso no trânsito algures entre o Porto e Santa Maria da Feira enquanto ouvia as conjecturas de comentadores políticos na TSF, ou no fatídico 11 de Junho de 2005, quando me encontrava a viver nos EUA e acordei com a crise já a 8 horas de distância. Lembro-me de me preocupar com o destino alguns amigos e colegas que estavam em Londres e de seguir a crise por dentro de uma cultura diferente. Mas do 11 de Setembro de 2001 lembro-me que como se me estivesse a acontecer hoje. De estar a acabar de almoçar enquanto o José Rodrigues dos Santos ainda falava num estranho acidente. De me ir sentar em frente à televisão para assistir em directo ao embate do segundo avião e pensar logo no pior. E lembro-me de todo o dia, passo a passo, até me ir deitar com muitas perguntas na cabeça. Se me lembro eu desse dia, não consigo imaginar a intensidade da memória dos nova iorquinos desse fatídico dia, tal como não consigo imaginar os sentimentos dos milhares que recentemente foram despojados do seu lar e da sua dignidade no Líbano, duas faces da mesma moeda, ou os dos muitos outros milhares que convivem diariamente com a guerra. O que me entristece é que, cinco anos depois, ainda se continue a discutir o acessório e a localizar o problema nas margens da questão. Não me parece que tenhamos evoluído muito desde então.
E tu? Onde estavas no 11 de Setembro?
Onde estamos agora?
domingo, setembro 10, 2006
De Que Lado Vem a Razão?
Na quinta-feira li no Público a reportagem sobre a jornada de luta organizada pelo Bloco de Esquerda contra o desemprego. A marcha pelo desemprego terá 17 dias e acabará em Lisboa, depois de caminhar por meio Portugal, entre comícios, marchas protestos, festas e convívios, com certeza bem regados e onde não falará uma generosa bifana. Olhando para a iniciativa só consigo pensar que é realmente coisa de desempregado. 17 dias a caminhar por Portugal não é para qualquer um. Claro que ser dirigente político ou sindical dá alguns benefícios. O dia referenciado na reportagem incluiu uma passagem pelo Norte Shopping, onde pelos visto só 12 manifestantes envergavam t-shirts contra as condições precárias de trabalho nas “catedrais de consumo”, expressão bloquista. Pararam em frente ás multinacionais e em frente ás caixas do supermercado, e acabam por deixar escapar que superfícies como aquelas dão emprego a cerca de 400.000 pessoas em todo o país. Enfim, uma catástrofe.
A verdade é que muitos daqueles empregos são procurados por jovens que tentam ajudar a pagar os seus estudos. A facilidade de vínculo e desvinculo é algo que agradará ás duas partes, e não me parece que ninguém queira fazer carreira atrás de um balcão do Mac Donalds. Houve uma altura em que até pensava dar o benefício da dúvida ao Bloco, em que me parecia que eles podiam ter coisas a acrescentar. Mas pelos vistos isso foi chão que já deu uvas. A demagogia que grassa em torno do tema do desemprego é tal que é raro ouvir alguém falar alguma coisa acertada. É fácil falar de um tema que se sabe ser caro à opinião pública e a tentação para se populista sobrepõe-se em geral ao bom senso. Quando as empresas são honestas e acertam rescisões com os empregados antes de abrirem falência, seguindo a lei, são acusadas de práticas mafiosas como numa ainda mais recente saída do senhor Louçã. Lembro-me muito bem de ver um dirigente sindical à porta de uma fábrica a tentar dissuadir os funcionários de assinar o acordo e de receberem uns bons milhares de euros pela desvinculação já que a fábrica iria falir, enquanto discorria argumentos estafados e uma retórica bronca para justificar uma insurreição laboral. Claro que é fácil falar, já que os dirigentes sindicais têm regalias laborais que mais ninguém tem. Podem faltar ao trabalho com uma facilidade enorme para organizar estas acções ou para irem para os escritórios do sindicato, enquanto outros deixam mesmo de trabalhar e dedicam-se à proeminente profissão de sindicalista.
Entretanto, no mesmo jornal, leio que o Banco Mundial elogiou a reforma administrativa portuguesa, o que lhe valeu a subida de 5 lugares para o 40º no ranking de um dos 10 indicadores de desempenho elaborados por esta organização. Mas diz Caralee McLiesh, uma das autoras do relatório, “o desempenho nacional no que diz respeito à regulamentação laboral ou aos processos de licenciamento continua a ser medíocre. Nestas duas áreas a performance de Portugal é claramente negativa. Em termos de legislação laboral (onde a classificação de Portugal cai a pique para o 155º lugar), a rigidez é um dos problemas a afectar a vida das empresas e também a dos trabalhadores, empurrando uma grande parte da economia para a informalidade e impedindo o crescimento dos salários. As indemnizações por despedimento em Portugal ascendem ás 99 semanas de salários, e a dificuldade em contratar e despedir pessoal é o principal responsável pela estagnação do mercado de trabalho.”
Então em que ficamos? Qual é o problema afinal? A precaridade do trabalho ou a porcaria da lei laboral ultra protectora que temos? Afinal parece que a culpa é da lei, o que leva à tal badalada precaridade laboral, tema tão caro ao Bloco de Esquerda. Para rematar, Caralee McLiesh diz-nos que “a Dinamarca é o país europeu com a legislação laboral mais flexível, também é aquele que regista uma das mais baixas taxas de desemprego, onde o mercado de trabalho é mais dinâmico e onde o sistema de benefícios e de protecção dos trabalhadores é mais generoso.” É preciso dizer mais alguma coisa?
A verdade é que muitos daqueles empregos são procurados por jovens que tentam ajudar a pagar os seus estudos. A facilidade de vínculo e desvinculo é algo que agradará ás duas partes, e não me parece que ninguém queira fazer carreira atrás de um balcão do Mac Donalds. Houve uma altura em que até pensava dar o benefício da dúvida ao Bloco, em que me parecia que eles podiam ter coisas a acrescentar. Mas pelos vistos isso foi chão que já deu uvas. A demagogia que grassa em torno do tema do desemprego é tal que é raro ouvir alguém falar alguma coisa acertada. É fácil falar de um tema que se sabe ser caro à opinião pública e a tentação para se populista sobrepõe-se em geral ao bom senso. Quando as empresas são honestas e acertam rescisões com os empregados antes de abrirem falência, seguindo a lei, são acusadas de práticas mafiosas como numa ainda mais recente saída do senhor Louçã. Lembro-me muito bem de ver um dirigente sindical à porta de uma fábrica a tentar dissuadir os funcionários de assinar o acordo e de receberem uns bons milhares de euros pela desvinculação já que a fábrica iria falir, enquanto discorria argumentos estafados e uma retórica bronca para justificar uma insurreição laboral. Claro que é fácil falar, já que os dirigentes sindicais têm regalias laborais que mais ninguém tem. Podem faltar ao trabalho com uma facilidade enorme para organizar estas acções ou para irem para os escritórios do sindicato, enquanto outros deixam mesmo de trabalhar e dedicam-se à proeminente profissão de sindicalista.
Entretanto, no mesmo jornal, leio que o Banco Mundial elogiou a reforma administrativa portuguesa, o que lhe valeu a subida de 5 lugares para o 40º no ranking de um dos 10 indicadores de desempenho elaborados por esta organização. Mas diz Caralee McLiesh, uma das autoras do relatório, “o desempenho nacional no que diz respeito à regulamentação laboral ou aos processos de licenciamento continua a ser medíocre. Nestas duas áreas a performance de Portugal é claramente negativa. Em termos de legislação laboral (onde a classificação de Portugal cai a pique para o 155º lugar), a rigidez é um dos problemas a afectar a vida das empresas e também a dos trabalhadores, empurrando uma grande parte da economia para a informalidade e impedindo o crescimento dos salários. As indemnizações por despedimento em Portugal ascendem ás 99 semanas de salários, e a dificuldade em contratar e despedir pessoal é o principal responsável pela estagnação do mercado de trabalho.”
Então em que ficamos? Qual é o problema afinal? A precaridade do trabalho ou a porcaria da lei laboral ultra protectora que temos? Afinal parece que a culpa é da lei, o que leva à tal badalada precaridade laboral, tema tão caro ao Bloco de Esquerda. Para rematar, Caralee McLiesh diz-nos que “a Dinamarca é o país europeu com a legislação laboral mais flexível, também é aquele que regista uma das mais baixas taxas de desemprego, onde o mercado de trabalho é mais dinâmico e onde o sistema de benefícios e de protecção dos trabalhadores é mais generoso.” É preciso dizer mais alguma coisa?