Blue Velvet

sexta-feira, novembro 26, 2004

Democracia

Estou a ler um livro interessante, que põe em causa muitas das coisas tal como nós as conhecemos, ou pelo menos como as quisemos conhecer, porque os factos estão aí e muitas das conclusões qualquer um de nós podia chegar com algum sentido crítico e um pouco menos de preguiça e desleixo cívico. E ao dizer isto contra mim falo, porque por vezes dou por mim adormecido, a deixar as coisas correrem, abandonado ao ócio. É confortável! Mas por vezes algo acorda em mim, como se acendesse um sinal de alerta. E nos últimos tempos ando assim, ao que provavelmente as situações interna e externa não serão alheias. Talvez por isso tenho pegado neste livro, que já hà algum tempo tinha resgatado à biblioteca do meu pai.
A democracia é o objectivo político da humanidade. Quando um país não a pratica é ostracizado, os seus valores são elevados aos píncaros e as suas virtudes defendidas por qualquer patrono da liberdade. E de facto, como dizia Churchil, e vou pôr isto por palvras minhas por não me lembrar das originais, a democracia é o menos mau de todos os sistemas políticos. E como é lógico é o sistema que eu apoio, como amante da liberdade que sou. No entanto, sempre me pareceu haver uma grande hipocrisia na democracia tal qual é praticada nos nossos dias. E há uns anos atrás, após um período de alerta como o que referi acima, cheguei a proferir uma frase que ainda hoje repito: A democracia é uma ditadura silenciosa. É a minha percepção, confirmada aos meus olhos em variadas ocasiões. O que interessa é que as pessoas pensem que são livres, porque se sentem bem livres e não criam problemas. Deixá-las participar, falar. Mas fazer com que falem aquilo que interessa. Ok… a ideia parece um bocado saída de um filme conspirativo, mas não anda longe da verdade. E fui encontrar uma interpretação parecida da realidade no livro que ando a ler. O homem que o escreveu é um Americano bastante incómodo para os governos americanos, e não é o idiota do Michael Moore. É apenas um conceituadíssimo professor do MIT (Massachussets Institute of Technology), umas das universidades mais respeitadas do mundo. É também considerado universalmente um dos mais brilhantes escritores e pensadores contemporâneos, e está entre os dez escritores de humanidades mais citados, sendo o único membro vivo desses dez. O seu nome é Noam Chomsky, nome bastante incómodo na Casa Branca.
Num dos capítulos do seu livro, Chomsky diz o seguinte:

“De uma perspectiva comparativa, os Estados Unidos são pouco comuns, se não mesmo um caso único, na sua falta de restrições à liberdade de expressão. Também são pouco comuns na quantidade e na efectividade de métodos aplicados para restringir a liberdade de pensamento. Os dois fenómenos estão relacionados. Teoristas liberais democráticos têm vindo a observar que, numa sociedade onde a voz do povo é ouvida, os grupos de elite devem assegurar que essa voz diz coisas certas. (...)”

Era mais ou menos nisto que eu estava a pensar com a minha definição de democracia dada acima. Não deixa de ser o melhor sistema, mas ás vezes esta tentativa e efectivação de controlo camuflado torna-a bem perversa. Aconselho a leitura deste livro, que ainda não acabei, mas que penso que ajuda um pouco a perceber a sujidade e os interesses que estão por trás da política mundial. Está lá um pouco de tudo, dando-nos a leitura da história moderna, desde os anos 80 com Reagan, até o pós 11 de Setembro. É um bocado incómodo, mas um pouco de verdade faz bem às vezes.

Noam Chomsky – Piratas e Imperadores, Velhos e Novos , publicações Europa América

quinta-feira, novembro 25, 2004

Ao que isto chega!

Há uns tempos, estacionava eu o carro perto da Ribeira para ir beber uns copos, quando lá aparece o inevitável arrumador. Como de costume fiz que não o vi, estacionei com a perícia possível e saí do carro. Com o seu corpo trémulo mas um tom de voz confiante e convincente, este moço desgraçado pede-me uns «trocos para comprar umas “Belgas”». Para quem não sabe, as “Belgas” não são senhoras naturais desse país europeu que separa a França da Alemanha não vão estes pegar-se, mas sim umas bolachas grandes redondas com uma grelha marcada na face como se tivessem arrefecido numa tampa de saneamento. Há as normais e as cobertas de chocolate, e nem são más de todo. Como é lógico desmanchei-me a rir na cara do arrumador. É preciso ter lata, um tipo que transpira psicotrópicos e alucinogénicos pelos poros e nitidamente em fim de ciclo estupefaciente, vir-me pedir dinheiro para bolachas! Ri-me, simpatizei com o sentido de humor do homem, meti a mão ao bolso e disse qualquer coisa como “Só pela criatividade e pelo sentido de humor vou dar-te dinheiro. Tu mereces por este momento!”. E lá lhe dei uns trocos. Fui á minha vida, que é como quem diz, matar uns finos numa esplanada da ribeira, e nem me lembrei mais do monstro das bolachas. Passada uma ou duas horas volto para o carro e vejo o arrumador em plena labuta do outro lado da rua. Lá vê um carro do meu lado, corre na sua direcção com algo na mão, e começa na sua mecânica actividade que compreende o abanar do braço numa direcção plausível para o caso e o dizer “venha” repetidamente. Quando passo por ele senti-me traído. O desgraçado comia alegremente bolachas, “Belgas” por sinal. O pacote na sua mão não enganava. Só pelo meu erro de julgamento apeteceu-me dar-lhe mais dinheiro, agora sim para droga! Ele merecia-o! Bem, provavelmente sobrou-lhe dinheiro da dose e ele comprou umas “Belgas” que lhe fazem lembrar as matinés a ver a Galáctica na casa da avó e a beber chá com as malditas bolachas! O que quer que fosse, o homem tinha dito a verdade. É um ultraje. Já não se pode duvidar de um arrumador que ele espeta-nos com uma verdade nua e crua. E estaladiça já agora. É verdade que as bolachas conseguem ser viciantes. Mastiga-se, mastiga-se, mastiga-se, mastiga-se, e não se consegue parar. Mas daí a arrumar carros! E não está designado que a profissão de arrumador é só para quem se droga? Acho ilícito usar os lucros da actividade para outros fins. Agora que andam a legalizar (ideia peregrina!) esta actividade deviam definir bem essas coisas. Enfim … que choque … que mundo é este em que vivemos hoje?

sábado, novembro 20, 2004

Conselhos Para o Natal

O Natal estás à porta, e com ele enche-se o imaginário das crianças com lendas e estórias que as deixam com aquele brilhozinho nos olhos. As ruas enchem-se de iluminações sugestivas, Pais Natal de ocasião e prendas e brindes para todos os gostos e feitios. Mas nesta abundância toda, e na forte propaganda realizada, a mente das crianças fica com certeza baralhada, até porque eles são pequeninos mas não são estúpidos.
Então aqui ficam algumas dúvidas que as crianças podem ter nesta época, assim como algumas sugestões para sossegar o espírito da criança nestes tempos difíceis.

1- Nesta época conseguimos ver uns 70 Pais Natal por dia, em diferentes sítios, magros gordos, altos baixos. A criança pode desconfiar que há algo de errado. Aqui há algumas opções para resolver o problema:

a) O Pai Natal é omnipresente (opção mitológica)
b) O Pai Natal é como o Natal… quando o Homem quiser… e como eles o querem muito ele passa a vida a aparecer de todos os lados (para os iludidos)
c) O Pai Natal é hoje em dia um empresário bem sucedido, com postos de franchising espalhados por todo o mundo e com parcerias com a Mac Donalds, a Modelo-Continente, o Carrefour, o Grupo Amorim, e muitos outros. Assim aqueles Pais Natal são seus fieis representantes presos por complicados contratos, que os obrigam a ser Pais Natal exemplares e completamente fieis ao original (opção globalização e novas economias)
d) Dê-lhe uma prenda que ele cala-se (opção capitalista)

2 - “Oh mãe! Porque é que aquele Pai Natal tem a barba no pescoço, está a fumar Ventil e a beber cerveja?”. Esta pode ser uma pergunta incómoda em crianças informadas sobre o estilo de vida exemplar do Pai Natal, e com conhecimentos dermatológicos suficientes para saberem que a barba não cresce no pescoço.

a) Aquele senhor está a quebrar o contrato e vai preso, e será processado em milhares de euros pela Pai Natal Corporation (caso lhe tenha contado a tanga do franchising).
b) O que ele tem na mão é incenso e está a beber chá com mel por causa da garganta. Aliás podes ver que tem um cachecol branco no pescoço. Mas não sei porque raio cortou a barba… (caso o seu filho saia pouco de casa e seja muito …ingénuo)
c) Aquele homem de vermelho é o irmão gémeo do Pai Natal, mas porta-se muito mal. Insulta os avós e bate na mãe e só quer o mal do seu irmão de sangue, o coitado do Pai Natal (opção TVI)
d) Dê-lhe uma prenda que ele esquece (opção capitalista)

3 - “Oh mãe! Aqueles meninos do Iraque, do Afeganistão e daqueles países com muitas moscas e bombas e pouca comida também têm prendinhas? O Pai Natal vai lá?”. Aí está uma pergunta que pode surgir no dia de Natal, quando o telejornal mostrar três crianças iraquianas de 13 anos de AK47 na mão a disparar sobre tropas americanas.

a) Que disparate Bernardo! Estas criancinhas portam-se muito mal! Não vês que vão bater noutros meninos com aquelas pistolas! E nem sequer comem a sopinha toda! (opção moralista)
b) Oh bernardo! Eles estão a brincar com as prendinhas que receberam ontem de noite. Não vês os outros senhores que receberam tanques e helicópteros? O Pai Natal não se esquece de ninguém! (opção apaziguadora)
c) Esses meninos não acreditam em Deus como nós Bernardo! Por isso o Pai Natal, que é muito amigo dele, não lhes dá prendinhas. O deus satânico deles só lhes dá cintos bomba e metralhadoras. Não brinques com esses meninos na escola! (versão católico-radical)
d) Tire-lhe a prenda que lhe deu na noite anterior se ele não se calar (opção “e isto é para não apanhares”)

4 - “Oh mãe! O pai está sempre a dizer que o Pai Natal só dá prendas aos meninos que se portam bem, mas o Óscar que me está sempre a bater nos intervalos teve uma mota eléctrica e eu que sou escuteiro recebi um puzzle de 500 peças!”

a) Quantas peças tem a mota do Óscar? Vês! A tua prenda é melhor! (opção fantasia)
b) Sabes que deus escreve certo por linhas tortas meu filho! Quando vires o Óscar com um braço partido e todo esmurrado por cair da mota vais perceber o que te digo (opção catequese)
c) O Óscar nunca vai ser ninguém na vida, e por isso o pai já lhe deu uma mota para ele treinar para ser estafeta, porque no fundo ele sabe que nunca vai conseguir mais que isso. Tu, meu filho, tens um futuro radiante à tua frente, e o puzzle vai estimular o teu crescimento intelectual (opção lição de vida)
d) Dê-lhe uns legos para ele se calar (opção “tens razão”)

Havia outras dúvidas a abordar, mas esta coluna não chega para tudo. O Blue Velvet espera que este artigo tenha sido uma ajuda para as mães e pais portugueses poderem eficazmente erradicar a contestação infantil à existência do Pai Natal.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Anormais

A falta de criatividade das pessoas, a falta de visão para além do óbvio, os curtos horizontes, são tudo carências que diminuem a capacidade do Homem se adaptar, de se reinventar, de conseguir algo seu. A forma como a sociedade vai sendo dirigida, onde palavras como normalização, standard, ou modelo, são usadas constantemente desde o futebol à política ou da medicina à engenharia, vão ajudando a limitar a capacidade do Homem questionar, pensar, ou ter iniciativa. Por outro lado o tipo de vida sedentário, expectante, fatalista e morcão que o Homem leva, prostrando-se em frente a algo que o distraia do que realmente interessa, babando-se em frente a imagens em movimento em cores garridas e que a maior parte das vezes não sabe dizer o que é, complementa tristemente o cenário, fazendo com que uma ameaça a este equilíbrio podre e ridículo seja repelido instantaneamente, como o espelho repele as formas. Sem pensar. A normalização e a standardização são excelentes para a gestão, para as leis, para obviar conflitos intra empresas, intra nações, para facilitar a vida a uma infinidade de actividades. A normalização é escabrosa e grotesca quando ultrapassa a fronteira dos processos e dos instrumentos e atinge o Homem. O Homem quer-se livre, único, criativo, impulsivo, sentimental.
Tudo isto a propósito de algo que me aconteceu estes dias. Instado por um amigo a participar num campeonato de futebol online entre amigos, inscrevi-me no site por ele referenciado. Com toda a boa vontade introduzi todos os meus dados correctamente e esperei pela confirmação do registo na minha caixa de email. É então que recebo o tal email, dois dias depois. Começou com um terno e respeitoso “Caro João Dário, …”. Eu achei “demoram dois dias e ainda se enganam no nome. Ou no utilizador!”. Mas mais à frente vem a revelação. O meu nome é maldito. Foi ditado ao escárnio e à vandalização. Eis que os zelosos senhores, guardiães da normalidade e agressores da originalidade alheia, decidiram o seguinte: “Devido ao facto do nome «**** *****» não parecer ser verdadeiro, fizemos uma alteração do mesmo. Caso queira alterar, deve fazer um pedido por email de alteração, indicando os seus nomes verdadeiros!”. A minha primeira reacção foi a sonora gargalhada, seguida da perplexidade, e só então veio a justificada fúria. Para estes puritanos senhores, o meu nome não parece verdadeiro. Mas por acaso o nome que eles acham que eu deveria ostentar não é o meu, logo para o caso, aquele nome não é verdadeiro, é um impostor. Como é lógico, escrevi para os senhores provedores da nomenclatura pessoal, mostrando-me perplexo e ofendido, e exigindo a reposição do nome que eu tinha introduzido. Aparece então a desculpa, e a justificação com base na normalidade dos nomes e no carácter único que o meu apresentava. Isso é mau? Ser único é mau? Dizem eles que: “O seu nome é unico no sistema. Conforme descrito no processo de registo, não são permitidos nicknames, diminutivos, abreviaturas ou alcunhas e toda a sua informação deve ser credivel.” O meu nome não é credível porquê? Porque a ignorância iluminada de suas excelências nunca dele ouviu falar? Eu também nunca ouvi falar do deles, até porque o ilustre censor nunca se apresentou pelo nome. Anda a criticar o nome dos outros e faltam-lhe os pelos na venta para ostentar o dele? Pedem também desculpas, e pedem compreensão. Sim, porque eles não podiam deixar o meu nome a vaguear por ali sem ninguém a responsabilizar-se por ele.
Já algumas vezes pessoas me perguntaram se o nome estava bem escrito, ou se era com um “ç” ou com “ss” ou com apóstrofe. Mudá-lo sem meu conhecimento acho que é a primeira vez, principalmente dando-me outro nome completamente diferente e manifestamente impondo-me esse nome. É um episódio ridículo, e na realidade de uma importância relativa, embora me tivesse irritado profundamente. Mas o que está na sua base já é mais grave. A estupidez, a falta de respeito pelo outro, o culto do alinhamento e da normalização forçada do ser humano à luz da designada “normalidade”. Eu não alinho nisso…

Não sei Cotonectar

Porque é que eu não consigo fazer uma rádio Blue Velvet no Cotonete? Adiciono músicas. Quero ouvir a rádio e nada. Enfim, estou burro…
Pior do que isto… Pior não… Gravidade ligeiramente inferior… Foi achar que o nosso Presidente da Républica tinha morrido. Mas tenho desculpa… Vi um grande avião aterrar numa pista… E vi o avião passado 10m… Vi pessoas de negro a sorrir… Parada militar… I saw the aeroplane after thirty minutes… And saw people dressed in black, smilling… Estava sem óculos. Nunca imaginei que a morte de uma pessoa que mora a uns milhares de quilómetros, que matou milhares de pessoas, possa merecer tantos milhares de segundos de atenção. Isto para mim, não é serviço público.

Penso o mesmo quando chegar a vez do outro…mas isso agora não é importante. Já passou. Queria era ter uma rádio no Cotonete
.

Vou deixar de ser comodista

Introdução: Primo queria que lhe emprestasse cd’s. Telefona a combinar. Marco para a 01h00 na madrugada de sexta para sábado. Chego a casa 24h30m, tomo banho, como e entretanto recebo toque do primo a anunciar a chegada. Como estava frio e eu estava muito quente digo para ele saltar o muro.

Desenvolvimento: Empresto cd’s. Perdemo-nos na conversa. Namorada. Ex-namoradas. Queria que me poupasse nas polaróides, mas ele não queria saber. Oportunidades. Burrice. Chá e bolachas. Cigarros. Barulho estranho.

Momento Áureo: Procura do barulho. Porta de entrada quase em baixo. Abro. Dois Gnr’s e seis Nic’s. O que será? Olhos brilhantes. “O senhor mora aqui? Foi visto um individuo a saltar o muro. Camisola branca, calças de ganga. Viu-o?"
Conclusão: ”André, é para ti.”

quinta-feira, novembro 11, 2004

Haloscan commenting and trackback have been added to this blog.

Mudanças

Este blog de veludo estava a precisar de uns acrescentos. Os quais nunca foram feitos devido à malandrice dos autores. Hoje resolvemos sujar as mãos. Acrescentar uns endereços, por o Haloscan e tirar outras coisas. Infelizmente com esta mudança perdemos todos os comentários, esperemos é que a mudança gere uma maior interactividade. Lembram-se onde ficou a conversa? Eu sim, por isso é continuar. E claro, desculpem.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Os 10+ 10 Mandamentos

Inspirado pelo pedido de Deus em publicar um post neste blog decidi publicar o meu top ten dos mandamentos.

10 - Actividade Física
9 – Numismata
8 – Cão (ou namorado)
7 – Viajante
6 – Motard
5 – Bom Condutor
4 – Chim Pam
3 – Cevada
2 – Trabalhador
1 – Modernizados
O objectivo é a busca da salvação, o que vai ser difícil, visto quase todos os mandamentos originais terem sido quebrados neste blog do demo. Mas um demo diferente… Mais fashion… Deixou para trás o vermelho e agora só veste de azul.

Do you drink a Capuccino?

Dank U Well

terça-feira, novembro 09, 2004

O 7º Mandamento

Excelentíssimo Dr. Jardim Gonçalves,

Sendo o senhor um assumido católico, praticante, com certeza conhece o sétimo mandamento: Não Roubarás.
Pensa que por ir todos os fins-de-semana à igreja todos os seus pecados serão absolvidos? Ou estes só se aplicam aos outros e não a si?
Olhe que o mando para o inferno.

Atentamente,

Deus O Todo Poderoso

Já que se fala em malabaristas…

Paulo Catarro

A primeira notícia foi desmentida categoricamente pelo Paulinho. A segunda é aquilo que em futebolês é chamado o prémio de jogo.
Com o alto patrocínio: Esferográficas Bic Azul. A censura nunca será a mesma sem elas.

Nada que não se estivesse à espera...

Esse grande democrata chamado Paes do Amaral só teve uma conversa de amigos com o Professor Marcelo. Mas nunca, nunca teve por objectivo afastá-lo da TVI. Alguém acredita o contrário? É claro que não. Ele queria, apenas, que o Professor moderasse os seus comentários. Ah, e quer um empréstimozito.
- Adeus, Professor é o Elo mais fraco (será????)
- Ó Conde de Águeda com sorte, não precisa de empréstimo. Consegue aí uns dinheiros a fundo perdido…

Ontem, numa cidade algures no norte do país

Prim, Prim





Prim, Prim

Prim, Prim

Piu, Piu, Piu

Vai levar no cu

Piu

Piu

Prim, Prim
...
"Existiu uma falta cometida sobre mim no lance do primeiro golo do FC Porto"
(Perdoa-lhe senhor, pois o rapaz não sabe o que diz)

segunda-feira, novembro 08, 2004

Apocalipse

Inspirado num filme que vi recentemente, fiz uma nova pergunta a um grupo de amigos:
- Imaginem que se vai dar o apocalipse, e que cada um de vós nesse momento, está comigo. Têm oportunidade de fazer uma pergunta ou falar sobre um assunto qualquer. O que perguntariam ou falariam?
Eu que não contava com nada, fiquei surpreendido. Alguém se deu ao trabalho. Por isso, aqui vão as respostas às perguntas, ou comentários ao que fariam.
Pedro Costa: **** gosto muito de ti mas começo a ficar preocupado contigo. Foda-se pareces um maricas. Vê lá se arranjas uma gaja depressa e deixas-te de merdas.
Um grande abraço.
PS – De qualquer maneira se tivesse contigo íamos era beber um copo e fumar uma para descontrair, mais nada!!!
transpose: Tenho a impressão que não chegaríamos a passar pelo apocalipse.
Isabel Macedo: Dir-te-ia assim: Estando-se a dar agora o apocalipse, e como estamos aqui, tens a tua última oportunidade de fazer uma pergunta ou falar sobre um assunto qualquer... E agora?
transpose: Agora o jogador ficou enredado no seu próprio jogo…Mas convidava-te para veres o pôr-do-sol, partilhar um cigarro e falar de tudo que nos viesse à real gana.
Zé Carlos: Ramona ou Olaria? Morena ou Loirinha? Super Bock ou Caipirinha? Eis a questão!
transpose: Quanto entre ter que escolher entre o Ramona ou Olaria dependia de quem estivesse. Mais importante que os sítios são as pessoas que nos fazem ir a esses mesmos sítios. A segunda questão é muito ambígua. Se te referes a cerveja prefiro a Loirinha, caso seja companhia fico-me pela morena. Claro que se puderem juntar as duas era o ideal. Em que caso? Nos dois. Para ultimo deixo a questão mais fácil. No-Caipirinha. Viva a Super Bock.
Zeca: Olá ****, estás porreiro? Espero que sim... por este andar, vai ser preciso mesmo esperar pelo apocalipse para que nós nos encontremos aqui em Aveiro ou que tu descubras para que serve um telemóvel. E se tal acontecesse perguntar-te-ia porque carga de água se chegou a esta situação? E eu como sou um gajo de convicções fortes, não desisto e até espero que desta vez respondas...
Um abraço e...vai aparecendo...que eu gosto de te ouvir...apesar de não ser adepto dos cristais.
Zeca
transpose: Zeca, isto está difícil. Muito trabalho durante toda a semana. Chego ao fim de semana estourado. Claro que eu e o telemóvel temos um relacionamento muito conturbado. Já me ameaçou levar a tribunal, visto ter menos de cinco anos e eu estou constantemente a esquecer-me dele em toda a parte. Mas antes ele que a cabeça, não é? Dou-te notícias sexta-feira, embora não sendo adepto dos cristais, não merecesses.
Kiko:.......Porquê contigo!!??
transpose: Porque mais ninguém se lembrou de fazer esta pergunta antes. Já agora se em vez de mim fosse ela, o que responderias? Nada de “Do you wanna shag?”

Sonhos libidinosos

Claro que sonhei ser astronauta, bem como em ser vocalista de uma banda rock. Então ser o mais conhecido playboy mundial, onde o meu último nome seria Heffner também foi coisa que já me passou pela cabeça. Especialmente naquela altura em que se descobre que aquele instrumento que temos no meio das pernas não serve apenas para mijar, e nas alturas em que a imaginação não chegava lá me socorria d’A Revista.
Entretanto tentei manter-me criança, com todos estes sonhos, só que por muito que quisesse lá fui crescendo e os sonhos foram-se desvanecendo.
Agora que curtia dar umas respostas na Maria, lá no consultório sexual dos leitores, curtia. Imagino que também tinha que inventar as perguntas, mas preferia que fossem reais (o que deve ser uma coisa rara).
Se alguém quiser, por sua própria conta e risco, fazer umas perguntas acerca de dúvidas sobre a sua vida sexual, está à vontade. Ajuda-me a satisfazer um sonho, e caso haja muita procura pode-se abrir um espaço semanal de ajudas sexuais chamado: Do It like Blue Velvet.
Ps: Para manter a confidencialidade conselheiro – paciente aconselho a enviarem as dúvidas para o meu mail.

Transferências de Inverno

O mercado de transferências aproxima-se. Os clubes começam a fazer as últimas observações. Nada pode falhar, visto o dinheiro não ser muito e os que o possuem têm muita pouca margem de erro.
Pelos zunzuns que se ouvem por aí, o principal motivo da competição entre clubes, não vão ser tanto os jogadores, mas vai passar a ser a contratação das mascotes.
É que os clubes estão fartos de levar abadas, todos os anos, do benfica. Especialmente se tivermos em mente, que a Sr.ª Vitória, não parece tanto uma águia, antes um inofensivo melro. O que deu uma ideia deslumbrante ao Porto. Se basta parecer, e não ser, a sua SAD contactou a Dreamworks para esta lhe ceder um dragão virtual, utilizado num filme à uns anos atrás (tão bom, tão bom que o nome, como repararam, foi imediatamente esquecido), em que a voz que era a do Sean Connery foi substituída pela do Animal (entretanto já contactado para dizer uma frasezitas pró brejeiro). O sucesso está garantido. Dragão metro sexual, bem cuidado, já assinou um contracto de exclusividade com os Alerons Matias, maquia que lhe vai render cem mil cabeças de gado nos planaltos argentinos. Quanto ao futebol em si, o Dragão encontra-se numa forma razoável, avisando desde já que gosta muito de codornizes assadas na brasa, e que à falta destas vai mesmo àguia.
Quanto ao sporting, já tem tudo acertado, em mais outra transferência a preço zero. Estava a acabar o contrato do leão no zoológico do Raul Indipo (faltavam apenas seis meses), mas o comprometimento por parte da SAD na reposição de todos os dentes do Negro (assim se chama a fera), bem como uma promessa de actuação aos Ouro Negro no próximo título do sporting. Parece-me, é que daqui a 19 anos a actuação vai ser feita directamente do paraíso, porque duvido que alguns dos elementos de tão mítica banda ainda estejam vivos (se não me engano só o Raul é que ainda se encontra entre nós). Caso esta contratação falhe, a gata do presidente DC já deu filhotes, e um destes, com um bom maquilhador por trás, pode preencher a vaga em aberto no clube. Quanto aos outros clubes, o segredo é a alma do negócio.
Desconfia-se, no entanto, que o guimarães prepara-se para mandar embalsamar D.Afonso Henriques. O boavista vai chamar o Bóbó. Ele vai ser a nova pantera lá para os lados da rotunda da boavista. O gil vicente encontra-se em negociações com a minha avó. Querem que ela lhes ceda um dos galos que lá tem. Mas está difícil, porque o meu avô agora anda a canja e mais cedo ou mais tarde vai fazer falta lá em casa. Mas se alguém precisar de um porco ou de um punhado de pencas ainda se arranja.

sexta-feira, novembro 05, 2004

Temos boy

Parece que agora para se trabalhar na “Rui Gomes da Silva & Associados – Sociedade de Advogados.”, além do curriculum vitae, carta de apresentação, fotografia, referências e cartão de militante no PPD/PSD é também necessário um artigo de opinião, sobre o comportamento do governo no ultimo mês. Parece que o mercado tem muita oferta e eles só querem os melhores…lambe-cús. Este parece que entrou directamente para sócio, sem passar pela casa da partida. A continuar assim, numa próxima remodelação ministerial, ainda arranja um trabalho de secretário de estado ou assessor.

É uma meia de leite, uma sandes e dois cafés s.f.f.

Geralmente tomo o pequeno-almoço acompanhado de dois familiares, seguindo no fim para o meu local de trabalho. Geralmente tomam café. Geralmente fico-me por uma meia de leite e uma sandes. Geralmente ao fim de tomarem o café a conversa é sempre a mesma: “Ainda não tomaste o pequeno-almoço?”. Geralmente a minha resposta também “ Eu sei que é pouco em comparação convosco, mas eu sou um bocado mais lento.”. Hoje deixei o cinismo na cama e levei a má disposição comigo “Fogo, será que é todos os dias a mesma conversa? Como posso demorar o mesmo tempo que suas excelências, se a quantidade daquilo que como é muito maior?”. Raramente o geralmente é quebrado. Afinal somos animais com hábitos. Raramente existem dias assim…mas que los hay, los hay.

Tava Dificil

Eu já andava a desconfiar que tinha uma queda sado-maso qualquer, especialmente nestes ultimos tempos. Consegui assistir a todos os jogos do Porto, sem desistir a meio. Agora hoje... Estar um dia inteiro a tentar colocar um post e nunca conseguir... À milésima tentativa lá consegui... Fiquei supreendido comigo mesmo.
Alguém quer experimentar se eu tenho mesmo queda para o assunto? Alguma dominatrix sem nada para fazer?

quinta-feira, novembro 04, 2004

Barnabé

FADO DO RE21 (conhecido como FADO DO BARNABÉ)

Faleceu no hospital
um amigo bestial
era o re21 e enrolava charros
e só deixou neste mundo
uma viúva no Dafundo
e um maço de cigarros
De seu nome Barnabé
original da Guiné
era um homem de recursos
certo dia no Areeiro
chamaram-lhe paneleiro
engoliu vivos dois ursos
Em noite de sexta-feira
com uma grande bebedeira
até parece impossível
deu-lhe um aperto urinário
confundiu o sanitário
com a passagem de nível
Brutalmente trucidado
por não estar habituado
porque só bebia Gresso
vinte e um ó re21
arranjaste um trinta e um
és vítima do progresso.

ENA PÁ 2000

Um gajo ri-se à fartazana, já que acho que no meu entender o objectivo do blog é divertir quem o lê. Mas tirar de lá uma ideia coerente já são outros tantos. Por isso é que nos melhores cabeleireiros eles aconselham sempre a usar champô e amaciador separados. Nada de dois em um. O conselho fica dado… Dediquem-se, em exclusivo, à comédia. Com sorte daqui a um ano têm três espectáculos esgotados no Tivoli.

Link

O Regresso

Estou de volta ao Blue Velvet! Depois de ausência forçada, estou de volta! Nestes 15 dias a minha vida mudou bastante. Não irei usar a expressão “deu uma volta de 180º” porque a acho pouco profícua. Se damos uma volta de 180º voltamos para trás. Ás vezes, ou quase sempre, as mudanças boas não são voltar para trás. Se calhar virar assim 58º graus à esquerda ou 23º à direita é bem melhor. Uma volta de 180º era se eu fosse pirotécnico e agora mudasse para bombeiro.
Mas silogismos à parte, eis que estou de volta às lides blogueiras. Muita coisa mudou na minha vida, mas no mundo nem por isso. E não é que o senhor George foi mesmo reeleito! Tenho aqui para mim que isto é uma espécie de birra dos Americanos para com o resto do mundo. Naquela postura muito “orgulhosamente sós” que se lhes tem conhecido, eles devem ter pensado: “Se os outros acham que o Kerry é melhor, então deve ser melhor votar no senhor George”. Também, diga-se que o Kerry, naquele misto de Frankenstein e Cabeçudo, também não inspirava grande confiança, nem nos americanos nem no resto do mundo. Restava-lhe uma imensa qualidade: não era o Bush. E isso só por si já era muito. Assim, vamos ter que viver com ele por mais 4 anos. Vamos ver é se ele quer viver connosco…

quarta-feira, novembro 03, 2004

Alta-fidelidade

Lembram-se do filme “High-Fidelity”? John Cusack fazia um magnífico papel e encarnava o dono de uma loja de discos, que tinha por hábito dar uma classificação numérica a grande parte dos seus gostos.
Nós resolvemos abrir uma coluna semanal na qual é feita a dita classificação. Como a ideia foi dada por um filme, nada mais justo que começar pelos dez filmes que mais gostei (e que me lembro…):

10 – Requiem for a Dream
9 – Before Sunrise
8 – Edward Scissorhands
7 – Lost in Translation
6 – Y tu mama Tambien
5 – The Godfather I
4 – Hable Com Ella
3 – Pulp Fiction
2 – Le Fabuleux Destin d’Amelie Poulain
1 – Before Sunset

Ficam de fora filmes como “Eternal Sunshine of the Spotless Mind”, “The Pianist”, “Fight Club”, “Magnolia”, “Donnie Darko”...Life’s a bitch!!! Isn’t so?

Se por acaso quiserem saber a nossa classificação para um qualquer tema, por mais estapafúrdio que possa parecer, deixai recado, que serão atendidos assim que possível.

terça-feira, novembro 02, 2004

A mistura

Este vestido azul tem encolhido um pouco ao longo dos dias. Nada de preocupante. O meu parceiro de crime anda muito ocupado com a partida para um admirável mundo novo. Quanto a mim, todo o tipo de problemas tem impedido a minha pequena contribuição. O mau tempo da semana passada estragou-me a ligação, que ainda não foi arranjada, impedindo-me de dar um sinal durante este longo fim-de-semana. Claro que escrevi, mas ontem quando fui passar alguns textos no Word reparei que não eram publicáveis. O mau tempo, misturado com Devendra Banhart – “Rejoicing Hands”, D’Angelo – “Voodoo”, uma melancolia imensa, uns paivas e uma pequena gripe deram-me para escrever…muito…muito…mas não tive a coragem de os publicar. Eram posts muito pessoais, muito melosos. Há fins-de-semana assim… em que por dias temos a sensação que William S. reencarnou em nós, e se consegue escrever tudo acerca do amor. Claro que quanto maior for a moca mais entendidos nós achamos que somos...