sexta-feira, outubro 29, 2004
Oposição
A velha tá doida
Veerappan, O Homem dos Bigodes Farfalhudos
Depois de duas décadas a deixar crescer o bigode, foi recrutado pelos serviços secretos indianos onde, treinado pelos grandes mestres, teve que cumprir um rigoroso treino, tanto físico como psicológico. Deitar-se sobre pregos, caminhar sobre brasas ao mesmo tempo que dava música a uma serpente, aguentar o corpo a resistir a grandes doses de caril alucinogéneo, além de longas maratonas de sexo taticú. Convém esclarecer que Tati era o nome da esposa. Findo o treino foram-lhe implementadas as armas mais mortais à face da terra (indiana). Lança pedregulhos, bosta de vaca insuflável, caril da verdade, e muitas mais. Não convém esquecer, o pente para manter o bigode sempre no aprumo, além da caixa de preservativos caso as mulheres espias em questão fossem paquistanesas ou inglesas. É que embora seja proibido qualquer relacionamento extra matrimonial, a grande SHIVA na sua última aparição, garantiu o perdão total a todos os indianos que tragam vergonha para as famílias inglesas e paquistanesas.
E assim o HBF (só para os amigos), prestou grandes serviços ao país e a si mesmo. É que o malandro actuava preferencialmente no Paquistão. Até que a desgraça aconteceu. Uma vil paquistanesa, a trabalhar para o seu governo, deu-lhe a volta à cabeça (e ao resto do corpo). Veerappan não resistiu e abandonou os serviços secretos, pelo seu grande amor, não imaginando o que lhe estava para acontecer.
Depois de uma noite de Pravacolcú (Pravacol era o nome de código da rapariga), o Tomás Taveira dos serviços secretos adormeceu, esquecendo de uma das regras básicas de um agente secreto. Ou se vai dormir a casa, ou não se dorme, ou se vai dormir a casa, ou ela vai dormir a casa dela. A megera, assim que pressentiu que o herói já dormia, cortou os bigodes ao poderoso Sansão. Desculpem. Lingrinhas Veerappan. Quase todo o seu arsenal inutilizado, o coração destroçado, a incapacidade de confiar no seu discernimento e nos outros levou-o a partir daqui a uma vida de tristeza, arrependimento e sodomia (era o seu karma). Até que, mais uma vez, o ócio tramou-o. Conheçeu (como quem diz...) uma filha de um grande representante politico indiano. A cabala foi montada. A Lusomundo lá do sítio noticiou que Veerappan era um assassino a monte, quando na verdade ele tinha licença para matar e só inimigos do governo indiano (a mando deste). Mas estes factores nunca vieram à baila. Até que HBF, ou melhor O Homem dos Bigodes Assassinos (já sabem a obsessão dos media para inventar nomes pomposos, ex:WOW=Mulheres nas Ondas<>Barco do Aborto), não resistiu à meia dúzia de dias a uma emboscada, e foi morto. Não teve honras de estado, parada militar nem um grupo de ex amantes a chorar em sua honra. Como é duro ser agente secreto.
quarta-feira, outubro 27, 2004
Preso 374
Lendo esta parte da entrevista acho que tal como o CD avisa se a música em questão pode conter linguagem ofensiva ou não, mesmo tendo em conta que, toda a gente ouve a tal linguagem nas ruas, escola ou casa, também no caso do livro do Carlos Cruz este devia trazer uma mensagem “PROIBIDA A VENDA A JUÍZES, OU PROJECTOS DE JUÍZES”. É que todos sabemos que o penúltimo objectivo do livro é influenciar quem quer que seja. O livro só quer expor o contraditório no julgamento feito por alguma, muito má, comunicação social. E eu a pensar que este tinha sido feito pelo jornal no qual a filha do seu advogado é a directora, mas pelos vistos andava enganado. Claro que o ultimo objectivo de livro é aproveitar o facto de ser um acusado mediático, com algumas dificuldades financeiras e tentar pôr as finanças em dia (parece que estão mais dois livros a marinar) é que, segundo o próprio “Tenho vivido com um orçamento geral do Estado mais rigoroso do que o do Dr. Bagão Félix”, e isto de se andar a vender bens pessoais não está com nada. Lembrou-me uma tal de Manuela Ferreira Leite. Santana não venda mais património do Estado. Aproveite as boas ideias, e escreva um livro. Tem no seu gabinete tantos jornalistas, que dá para escrever uma enciclopédia do primeiro ano do governo. Depois é só publicar ao domingo com o JN ou o DN pela módica quantia de 10€ (jornal incluído) e fica com um fundo de maneio razoável.
terça-feira, outubro 26, 2004
Cristal
Fodasse **** julgava-te um gajo mais inteligente do que esta merda, para mim tem duas respostas possíveis:·
Beijos
Ass: Isabel Macedo
Obrigado pela atenção.
segunda-feira, outubro 25, 2004
Uncle do you have pot?
Mas conhecendo os meus avós como conheço, aposto que se tivessem um filho destes, não o deixavam tomar conta do negócio de família, quanto mais dos destinos de um país…
quinta-feira, outubro 21, 2004
Trocas
Até breve
Agora quem é que me vai indemnizar (e a todos que conhecem o blue velvet) pelas grandes perdas sofridas? A boa disposição constante, o humor negro bastante refinado…a pessoa em si. Felizmente, vamos poder continuar a ler os seus posts, onde estas características vêm todas ao de cima.
Blue espero que tenhas muito sucesso, e muita sorte com o país de destino. Já sabes que por mim era Dinamarca ou Suécia. Mas se a prospecção de mercado que fizeres mostrar que o país tem potencial eu visito-te em qualquer lado.
Grande Abraço e Boa Viagem.
PS: Na dista prospecção de mercado é não esquecer de incluir fotografias de corpo inteiro e a cores, além das inerentes características físicas.
quarta-feira, outubro 20, 2004
Ex-Namorados
Para mim, o chato é quando os papéis descritos acima se invertem. Eu passo a ser o futuro “ex”, ela deixa de ser a “ex” e passa a ser a “a”, e o “futuro” do “ex” desaparece. E dá-se o encontro. Não sei explicar, mas nunca me sinto muito à vontade. Não sei se é pelo facto de para mim só existirem duas histórias, a minha e a de Portugal, e eu não ter nenhum interesse pela história dos outros, ou então devido ao facto de ser Touro, e todos os indivíduos com este signo (segundo me disseram) serem um bocado propensos ao ciúme (sendo no meu caso, um ciúme bastante controlado, raramente perceptível, que aparece sempre acompanhado por uma ligeira pitada de cinismo). Ser apanhado naquele RAM-RAM maça-me. Ele a querer mostrar que está noutra, ela idem, idem, aspas, aspas. “Lembras-te de quando…?”, “A minha vida…”, “Neste curso espaço de tempo mudei…”, bla, bla, bla…, e eu sempre a pensar “Quando é que isto acaba?”. Irritante é quando durante a conversa, ela me agarra o braço e encosta, por ligeiros momentos, a cabeça, ou me dá um beijo. Se isto acontece, a não ser que já saibamos que o gajo foi um grande cabrão, assim que tivermos oportunidade, ela tem que passar a ser uma “ex”. Porque ou tem maus fígados, e está a causar cíumes ao rapaz só pelo prazer e é uma grande cabra, ou então ainda sente qualquer coisa por ele, e aí não passamos de um pequeno chamariz que além de deixar o amor dela todo ruído de cíumes, ainda a aquece quando apanha umas noites frias (a chamada lei da compensação).
Se calhar até não é nada disto, e a verdade é esta: “Será que ele pensa o mesmo que eu quando os papéis estão invertidos?”. O que acham? Isto é normal ou o mal é apenas meu?
Dúvida
terça-feira, outubro 19, 2004
Realidade Portuguesa
- Eu tenho uma vaga para assessor, só que o salário não é muito bom...
- Mil contos? Mas é muito dinheiro para o rapaz! Ele não vai saber o que fazer com esse dinheiro todo, doutor! Não tem uma vagazinha mais modesta?
- Só se for para trabalhar na Assembleia. Meio tempo. E eles estão a pagar quinhentos contos!
- Ainda é muito, doutor! Isso vai acabar por habituar mal o rapaz! O Senhor não tem para aí um emprego que pague aí uns cem ou até cento e vinte contos?
-Ter, até tenho. Mas aí é só por concurso e para quem tem um curso superior em Engenharia, Administração, Medicina, Economia, Arquitectura, Direito ou Contabilidade, etc.
E ainda tem que ter bons conhecimentos em Informática, além de ter que falar e escrever Inglês, Francês e Espanhol fluentemente!!!
Resolvi postar este mail recebido, só para provar que 1+1=2. Isto é, não existe ninguém que nos bata em culinária.
Embora isto não passe de uma singela anedota, não deixa de por a nu a sociedade que temos. Fica a pergunta: É ESTA A SOCIEDADE QUE QUEREMOS? Se sim, foi um prazer falar contigo. Se não, o que achas que podia e devia ser feito? (Se alguém quiser responder, só peço que não entre em demagogias.)
segunda-feira, outubro 18, 2004
Situação Incómoda - O que Farias?
1. A experiência comigo foi tão má que converti uma saudável mulher heterosexual numa lésbica assumida!
2. Depois de mim ela não conseguiu estar com outro homem! Só conseguiu encontrar aconchego nos braços (e não só) desta lésbica.
3. Hummm .... lésbica! Se eu sabia disto antes tinha explorado melhor a situação... Será que ela já não quer nada comigo?
4. Lésbica? Será que já era antes? Andava comigo só para disfarçar? Que nojo! Tenho que fazer análises.
5. Interessante... Mas não me lembro mesmo a que horas dá o Seinfeld amanhã na Sic Radical!
Está aberto o debate ... E meninas ... é válido para vocês também .... é só trocarem os (o)s pelos (a)s. Ok ... não é assim tão simples mas quase ... Vocês percebem.
sábado, outubro 16, 2004
E tu, és cínico(a) ou romântico(a)?
Isto passou-se em “Antes de Amanhecer”, agora em “Antes de Anoitecer” Jesse e Celine estão diferentes. Amadureceram e fizeram um filme deslumbrante. A vida realmente não é um conto de fadas.
Sou cínico.
sexta-feira, outubro 15, 2004
Como a redução de postos de trabalho pode beneficiar a economia
Acho que nunca se comemorará o 25 de Abril em condições enquanto suas excelências ministros, secretários de estado, deputados (toda a classe política em geral) não morrerem todos. E neste caso das duas, uma: Ou um grupo terrorista toma conta do parlamento, e o governo português com a maior boa vontade pede ao governo russo um grupo anti-terrorista para ajudar acabar com a situação. Neste caso resta-nos acender umas velas e pedir que este grupo haja normalmente como até aqui. Resultado: O declínio da industria dos tachos com a morte de grande parte dos seus funcionários, mas em contrapartida, o salvamento de todo um país com uma mudança de mentalidade, atitudes e políticas (tenho fé na chamada geração rasca). A outra solução é esperar que morram todos de velhice, mas aí estamos condenados ao infortúnio, visto que panela ruim não quebra.
Por mim escolhia a chave (grupo terrorista), mas se a maioria for pelo dinheiro (deixa-los definhar com a idade), temos que imigrar, pedir anexação a Espanha ou então fazer uma nova Revolução. Pelo menos de atitudes. Existe alguém por aí que queira ajudar?
Finanças - Promoções de Natal
Essa medida, destinada a arrecadar novas receitas fiscais e ao mesmo tempo melhorar a imagem do governo, vai aproveitar a época especial que aí vem, a época natalícia. Assim, o ministério das finanças vai pôr à venda vales de benefícios fiscais de diversas naturezas. Para isso já contactou várias cadeias de superfícies comerciais (o Continente de Belmiro recusou qualquer participação no negócio) para a sua distribuição. Os vales estão divididos em:
50 € - 0,5% de desconto fiscal sobre os ganhos em mais valias imobiliárias
70 € - 1% de desconto de IRS sobre os ganhos relativos a salários
100 € - 1,5% de desconto de IRS total
500 € - 1% de desconto no pagamento de IVA (só para empresas e comércio)
De realçar que serão sorteados 5000 vales para cada categoria, contando o governo vender cerca de 3 milhões de vales para cada desconto oferecido. Com isto o estado conta arrecadar 2.160 milhões de euros brutos, ao que será deduzido o valor dos descontos concedidos que não deverão ultrapassar na pior da hipóteses os 500 milhões de euros.
No final, o detentor dos vales ainda se habilita ao grande sorteio final onde os três primeiros ganham uma isenção fiscal para o IRS de 2005, os 5 segundos ganham uma conta poupança habitação num of shore caribenho no valor da sua última contribuição de IRS, e os 10 terceiros uma caixa de bananas da madeira livres de impostos. De notar que os prémios não são acumuláveis.
Já a estratégia promocional do governo passa por oferecer uma fotografia autografada de Pedro Santana Lopes (inclui as fotografias dos filhos e do Papa), com um poema nas costas chamado “Pedro o Grande – Ode a Santana” de Luís Delgado e um manifesto contra os detractores do nosso primeiro ministro do mesmo autor chamado “Os AntiLopes”. Está ainda previsto a entrega de um cupão destinado a um concurso onde é premiado com uma visita guiada a São Bento o autor da melhor frase de contraditório à celebre frase de Marcelo Rebelo de Sousa “(…)isto é pior que o pior de Guterres(…)”.
Já Paulo Portas não quis ficar atrás da iniciativa, criando a iniciativa “Natal Camuflado”, onde um corpo de fuzileiros e paraquedistas distribui em infantários e escolas básicas réplicas em plástico e PVC de G3, Uzis, e pistolas de assalto, miniaturas de tanques e chaimites, e fardas de lavagem fácil das respectivas corporações. É ainda distribuído um cupão de pré inscrição nas forças armadas portuguesas.
O governo parece apostado a agradar aos portugueses, e as medidas populares e de propaganda começam a ganhar forma. Prevê-se uma grande adesão do povo português a estas iniciativas, e uma consequente subida de popularidade do governo. Os vales fiscais vão estar na moda este natal.
quinta-feira, outubro 14, 2004
Uma Espécie Complexa - Comportamentos
A praia é um habitat natural do Homo domyngueyrus, esta espécie transfigurada de comportamentos e trejeitos irritantes. Esta personagem insiste em ir para a praia de calças de ganga, apesar de repetidamente perceber de diversas formas que essa não é a melhor indumentária para o efeito. Isto leva-nos a pensar que esta espécie tem uma capacidade de aprendizagem reduzida, pois apesar de frequentemente assar as pernas na ganga suada e ver toda a gente em volta de calções, continua a fazê-lo indefinidamente. De calça arregaçada pela canela, o domingueiro senta-se na areia a ler A Bola enquanto o sol aquece a ganga das malditas calças. De realçar que às calças de ganga se associa um tronco nu esquálido abrilhantado pela antiga “volta” da comunhão, e uns antebraços escuros a condizer com o couro do cinto. Outra posição típica do domingueiro é a vertical, qual pau espetado na areia, de braços sobre a zona lombar, a receber nos tornozelos as vagas de mar trazidas pela rebentação das ondas, enquanto as crias chafurdam na água gelada e atiram seixos contra as rochas. A fêmea de domingueiro tem comportamentos diferentes, optando pelo recato do guarda sol, ostentando um chapéu de abas curtas da CIN ainda com bocados de tinta da pintura do quarto da criança, ou por outro lado o interior do Renault 5 no estacionamento enquanto pratica o crochet e ouve o relato na rádio.
Estranhamente, o domingueiro opta por um look mais casual noutras situações, deixando a insuspeita calça de ganga em casa. No shoping, este camaleão muda radicalmente o aspecto, envergando um fato de treino de “tactel” (nome para uma estranha fibra sintética entre o terylene e a fibra de vidro) em geral roxo de aplicações verdes, e um chinelo da Repsol ganho nas promoções de verão da dita gasolineira. É possível, variadas vezes, observar uma meia branca desportiva de riscas horizontais azuis ou vermelhas, escondida por baixo do tenebroso chanato. Aqui, o bicho apresenta os membros inferiores atrás das costas numa posição expectante, onde A Bola figura também como um adorno, desta feita na zona sovaqueira, dobrada e trilhada entre o braço e o tronco. Já a fêmea assume as despesas da caça, entrando de loja em loja, remexendo montes de roupas inocentes, em busca daquela blusa branca bordada com motivos campestres como a que viu no bazar/drogaria da sua rua há um mês atrás. Entretanto, os sogros descansam sentados a comer um gelado em frente à loja da Singer, de olhos postos no 16:9 onde passa a Sportv. Por fim as crianças que já se perderam dos progenitores, passeiam de bicicleta pelos corredores do continente, onde em vez da matrícula se pode ver um cartão rosa onde se lê “Promoção – 49.90”.
Ao fim da tarde, encontram-se com alguma dificuldade com o propósito de voltarem para casa. É aqui que o Renault 5 supra lotado se faz à estrada majestoso, rumo ao Quim das Farturas. E falemos deste elemento que é o dito R5. Esta magnífica obra de engenharia francesa não escapou ao espírito inventivo e à criatividade do Homo domyngueyrus. Umas jantes “espaciais” douradas dão brilho, diria mesmo que ofuscam, a pintura amarela choque que rompe o preto metalizado do carro. Umas almofadas rendadas (os especialistas pensam que talvez se tratem dos primeiros airbags conhecidos na história automóvel, embora duvidem da sua utilidade), estão colocadas na cobertura da mala, aconchegando Tatiana, a boneca de louça e trapos que ali repousa. Na frente, um inevitável dragão pendurado no espelho retrovisor, a dividir espaço com o CD virgem que enigmaticamente ali foi colocado. Os dois tubos de escape e os quatro faróis de nevoeiro amarelos são imagem de marca, e pensa-se que serão usados em disputas com outros machos, tanto por território, como por fêmeas da mesma espécie.
Depois de abastecidos no Quim das Farturas, seguem para o conforto da toca, onde os aguarda um verde tinto, coca cola e limonada para acompanhar o famoso frito. As últimas horas do dia são passadas a ver o resumo da jornada futebolística e a ler os panfletos publicitários de todas as lojas em que entraram durante o dia.
Há muita coisa ainda a aprender com esta espécie fascinante (ou não), por isso atentem nas suas movimentações. Há locais óptimos para a sua observação, de excelente visibilidade e climatizados, como o Norteshoping, o Gaiashoping e qualquer local que contenha a terminação “shoping”. A melhor altura para a observação é aos domingos, embora sábados também seja de considerar, a partir das 14:00h até ás 24.00h. O Homo domyngueyrus não é perigoso embora não goste de se sentir observado. Apesar de não atacar, há que ter cuidado com as manadas, pois podem derrubá-lo facilmente, assim como com os carrinhos de supermercado que causam contusões de média gravidade em calcanhares, tornozelos, canelas e joanetes. As crias tendem a ser irritantes e abusadoras, mas por vezes um indiscreto beliscão num braço pode resolver o problema.
Espero que este estudo etológico sirva para melhor compreenderem esta espécie. Se serviu acho estranho, porque eu ainda não os compreendo, e sinceramente acho difícil vir a compreender, e até acho mesmo que não quero. No entanto, a ciência é isto, tentar compreender os mistérios mais enigmáticos. Mais algum dado adicional que julgue ser relevante não se coíba de nos dar o seu contributo.
O Super-Homem não morreu. Vive comigo.
Ele é português, tem 75 anos e está bem de saúde. Se bem que a idade já pesa, os problemas de estômago e dos ossos consomem-no, além da nítida dificuldade de audição (uma vida toda a aguentar altas pressões).
Ultimamente tem trabalhado menos para a humanidade, e ficado mais recatado a descansar e a curar as maleitas coleccionadas ao longo de uma vida. Sendo a reforma suficiente para pagar a mensalidade da SPORTV, e o fanatismo pelo F.C.P. ter aumentado com o passar da idade. Além de querer continuar a gerir um pequeno negócio de compra e venda, o SH agora só salva pessoal à semana, e exclusivamente entre as 23 PM e a 01 AM, visto que os jogos de futebol acabam sempre por volta desta hora, e tem ordens do médico para dormir pelo menos 7 horas diárias. Como tem que estar a pé todos os dias às 8 AM, o tempo que tem para a salvação do mundo é pequeno. Mas é como ele me diz: “ Quem dá o que pode a mais não é obrigado.”. Mas parece-me que, quanto a mim, está desiludido com a vida. Não lhe renovaram o contrato, em grande parte devido à idade e também ao magnífico trabalho que, por exemplo, a Marvel está a fazer ao nível das camadas jovens. Têm um bom centro de formação, um bom staff técnico, fazendo com que os E.U.A. cada vez recrutem menos super heróis no estrangeiro, preferindo apostar na prata da casa. Ainda existem países que lhe acenam com alguns contratos, mas não têm sido aquilo que ele está à espera. É que convenhamos, o tempo escasseia e o SH quer fazer o contrato da sua vida. Cheira-me que se vai inclinar para os petro dólares do Qatar, embora esta opção não seja do seu agrado. Fica longe da família, não passam lá os jogos da Superliga, além da complicação que é arranjar um bacalhau de qualidade para aqueles lados. Enquanto isso vai trabalhando a recibos verdes a quem pagar melhor.
terça-feira, outubro 12, 2004
Gabriel - O Pensador
Jogada na área de Portugal, jogador russo cai. Na repetição é evidente que não se passou nada de ilegal e que o jogador se atira para o chão. Gabriel declara penalty, pena capital. Aparentemente há um toque no pé de apoio. Após ver a 7ª repetição (mais coisa menos coisa), Gabriel (o pensador?) chega a uma brilhante conclusão.
"Ahhh! Há toque de pé com pé. Há toque de pé com pé. Hummm... Vendo melhor, há troca de pés num movimento a dois. Não há penalty!"
Brilhante! Elementar meu caro Gabriel! Como ele consegue desconstruir toda uma jogada que transpira confusão e caos. O pormenor da troca de pés... Como ele descortina o movimento a dois, qual valsa futebolística, numa dança ludibriante que nos leva a um falso penalty. E o toque de pé com pé! O toque de pé com pé! Uma análise ao melhor nível de Gabriel Alves. O lírico, o poeta, o filósofo, o profeta do futebol arte na sua essência. Um hino ao futebol. Para a prosteridade.
Velvet Prize – Cinema - Prémio de Última Hora
Velvet Prize – Melhor Lambe Cus
Luís Delgado
O prémio era óbvio, e justo. Felizmente só eu e o blue velvet não viamos a injustiça atroz que se ia cometendo. O que nos salvou foi o facto de sermos um blog livre com espaço para o contraditório e todas as demais opiniões. Como os portugueses não são burros, e têm uma especial admiração por todos os grandes artistas, reclamaram alto e bom som.
A sua interpretação na comédia negra “O Afilhado” está ao mesmo nível que o desempenho de Al Pacino na triologia “O Padrinho”. Pena é que os padrinhos deste tão grande lambe cus estejam a cair em descrédito e na bancarrota, não sendo crível que o filme possa passar a triologia. Pese, embora, o facto de lhe terem arranjado um pequeno emprego como Censor Mor para ver se consegue suportar a continuação deste magnifico filme às suas próprias custas. A forma como encarna a personagem é brilhante. Um homem apátrida, que luta pelas suas convicções, e que se dispõem a sofrer diversas contrariedades devido ao facto de ser uma pessoa involuta. Incapaz de subir na vida à custa de quem quer que seja, que acredita na bondade humana e que, na minha modesta opinião, tira de uma vez por todas Che Guevara do panteão dos lutadores da liberdade. Além disso tem a vantagem de a partir do próximo fim-de-semana ter o Velvet Prize para Melhor Lambe Cus.
Convém lembrar que este Velvet vai ser entregue por uma pessoa que é muito querida ao premiado. Nem mais nem menos que o seu amigo Eduardo Cintra Torres (ouvi dizer que este comprou um pau de marmeleiro em cristal para oferecer ao feliz Luís).
segunda-feira, outubro 11, 2004
Velvet Prize - Cinema
O Blue Velvet institui esta semana os seus prémios de crítica sócio – cinematográfica, os Velvet Prize – Cinema. Estes prémios recompensam os melhores filmes da semana e os respectivos protagonistas e intervenientes.
Velvet Prize – Melhor Actor
Santana Lopes
Excelente actuação nos Açores. A teatralização de choques fiscais e outras benesses do género é uma performance batida, mas de elevado grau de dificuldade. No entanto, Santana, fruto de uma grande experiência no teatro municipal, conseguiu atribuir grande seriedade a um tema que apenas sugere a gargalhada. A comédia também se faz em tom sério e grave, e Santana mostrou-o com mestria.
Velvet Prize – O Melhor Vilão
Gomes da Silva
Inicialmente talhado para justiceiro e herói, Gomes passa ao longo do filme “O Caso Marcelo” a representar o papel de vilão desprezível aos olhos do espectador. Excelente o volte face engendrado pelos co-realizadores Santana e Rebelo. Depois do papel de delator justiceiro em nome do seu capo Lopes, Gomes vê a sua situação dar uma volta de 180º ao ser considerado um vil pau mandado ao serviço da força bruta da censura editorial. Extraordinária agilidade argumentativa e domínio da narrativa, conseguindo-se um efeito de confusão sórdida e estímulos vários.
Velvet Prize – O Melhor Herói
Marcelo Rebelo de Sousa
Incrível como se consegue uma performance brilhante quase sem abrir a boca. O filme começa com Marcelo em total domínio da narrativa, desconstruindo o seu arqui-inimigo Santana. No entanto, a partir daí Marcelo perde-se na confusão que assola o filme, não abrindo a boca para dizer o subentendido, e saindo airoso no final com o capital de confiança reforçado. Marcelo reúne consenso entre os outrora seus inimigos e proporciona um volte face magnífico com o já mencionado Gomes. Inteligente e subtil. Espera-se a sequela desta obra profunda de ódios, traições e conspirações, estando com certeza reservado um lugar de destaque para Marcelo.
Velvet Prize – O melhor filme
“Caso Marcelo”
Muito bom o enredo engendrado em parceria involuntária de Pedro Santana Lopes e Marcelo Rebelo de Sousa. Apesar dos prémios melhor actor irem para outro filme, aqui a envolvência do argumento ultrapassa as expectativas. A disputa pelo poder, a suspeita, a conspiração, o thriller, está tudo lá. Com uma concorrência feroz de “Os Incompetentes” de Scolari, “O Caso Marcelo” destacou-se pela ousadia e sagacidade.
Velvet Prize – Melhor Tragédia
“Os Incompetentes”
Mais uma vez Luiz Filipe Scolari brinda-nos com um drama trágico ao nível de um “Titanic” ou de um “Grécia – O Mito” do próprio Scolari. Desta feita a tragédia atinge proporções de tragicomédia, com o enredo a ter sempre latente o clima da chacota. A humilhação do protagonista principal assume o ridículo dentro da própria tragédia, levando o espectador a nutrir alguma simpatia pelo pretenso vilão, um tal de Lichenstein. Para esse efeito destabilizador da tragédia, muito contribui Ricardo, uma espécie de palhaço pobre que tem tido frequentemente esse papel nos filmes de Scolari. Com um punhado de intervenções brilhantes ao nível de Peter Sellers, Ricardo arranca umas gargalhadas ao espectador, ao mesmo tempo que o seu coração chora pelo afundar de Tuga, o protagonista.
domingo, outubro 10, 2004
Pensamento Profundo 3
sábado, outubro 09, 2004
sexta-feira, outubro 08, 2004
Nobelas
Mas pelo menos é uma forma de promoção do país. No último ano só ouvi falar da Suécia na televisão por causa dos prémios Nobel, por causa de uma ministra assassinada (sim, que os fleumáticos suecos também perdem a cabeça), e possivelmente devido a algum Alce que terá atacado um sueco gordo vestido de pai natal (um acontecimento de monta na Suécia). De resto da Suécia não nos vem nada de interessante.
Então porquê os prémios? A primeira coisa que nos vem à cabeça é o remorso. Depois de criado o monstro, cria-se o prémio para quem não o utilizar. A intenção até podia ser boa, mas depois de entregue o Nobel da Paz ao Arafat e ao seu homólogo israelita da altura (Ytzak Rabin penso eu), já não há moral para grande coisa. Para mim os prémios Nobel da paz deviam ser entregues a mineiros e pedreiros, que devem ser os únicos que dão um uso digno à dinamite.
Mas a fundação Nobel lá vai prosperando, entregando prémios chorudos a personagens de todo o mundo, e o prémio é talvez o mais prestigiante do mundo. Pronto, tirando os Óscares provavelmente. E era giro ver o Óscar para a melhor interpretação da paz, premiando a capacidade criativa na interpretação de um conceito que é dos mais simples e elementares da humanidade. Isso sim era um prémio interessante. E não faltavam candidatos com ideias originais. Mas enquanto Hollywood não inova, a fundação vai elegendo indivíduos para premiar. Parece que estou a ver uns suecos gordos, alcoólicos e coloração ligeiramente albina, de uma meia idade conservada no gelo, de toalha mingada à cinta numa ilustre sauna de Estocolmo, a beber Absolut e a discutir os prémios à pala do dinheiro da dinamite:
- Então Sven! Já leste o livro do Tabuchi? Eu estou aqui a ler o processo do Rushdi. Sabias que ele teve aí uns problemas com uns árabes?
- Sabia! Acho que escreveu os Versos Tântricos ou lá como se chamavam! Mas agora estou a tratar do prémio de medicina. Estou a ver o processo de um Francês que descobriu como operar o cérebro sem abrir a cabeça.
- Como é isso?
- Acho que é por laser e telepatia. Enche mas é aí o copo que a sauna evapora-me o álcool todo! Queres arenque fumado?
- Vamos brindar! À nossa!
- À nossa!
Não é por acaso que a Suécia tem dos melhores níveis de vida do mundo… Isto sim, é vida!
O silêncio ensurdecedor
Assim como não acho grande nexo à chamada paz podre ou então a famosíssima guerra sangrenta. A primeira porque, em princípio, existem melhores palavras para descrever um estado de paz periclitante, a segunda porque tirando sempre raras excepções uma guerra é sempre sangrenta, e por isso a parte vermelha podia ser omitida.
O que estava de acordo era em fazer um mix entre as diferentes expressões. Porque não o chamado silêncio podre, que é aquele momento de tempo onde, estando um grupo de amigos reunidos em amena cavaqueira, algum solta um rocket, quase sempre sem som, mas com uns atributos químicos que o olfacto não consegue ignorar. Ou então a chamada guerra podre, porque se ela quase sempre é sangrenta, existindo um elevado número de mortos, não é um sítio muito agradável para ir cheirar as amendoeiras em flor, quanto muito cheirar um elevado número de cadáveres em elevado estado de decomposição. Já agora que se está numa de guerra, e que tal guerra ensurdecedora? Se é guerra existem muitas explosões…Pronto, se não entenderem esta deixem recado que depois eu faço um desenho.
Quanto à paz deixo-a sozinha. Fico triste quando vejo a paz acompanhada por um adjectivo. Estes quando estão com ela nem são bons maridos nem bons amantes, só a querem mesmo foder…Não lhe dão nenhum carinho. Por isso mais vale só (a paz) que mal acompanhada.
Quanto ao silêncio juntava-lhe o retemperador. Não há nada como algum tempo de silêncio diário para as ideias, mente e espírito ficarem equilibradas. Pelo menos para mim.
Muy Bien Portugal !
Em 1990 todos os países do mundo assumiram um compromisso de diminuir esse penoso índice, e parece que portugal está entre os melhores. Parece bom não parece? Mas não vos parece que estarmos nos dez que mais melhoraram nos últimos anos quer dizer que estávamos mesmo muito mal? A mim parece-me. Muitos países, não estando bem, até porque é sempre possível melhorar, estariam a um nível mais aceitável, o que lhes retira margem de progressão. Ok, tudo bem, estamos a melhorar o que é bom. Não sou um pessimista. Mas as notícias devem ser dadas com transparência.
Depois de pensar isto, enquanto ouvia a notícia na televisão, as minhas suspeitas confirmavam-se. Ouvi uma muito leve menção, por entre outras informações, que Portugal está nos dez primeiros entre países da América do Sul e das Caraíbas. Nem um da Europa. É bom estar a melhorar, muito bom, mas estar numa lista de progresso ao lado dos países da América do Sul e Caraíbas não é propriamente dignificante para um Português, um Europeu. Mas realmente começa a ser necessário procurar outros pontos de comparação, porque os nossos parceiros europeu estão cada vez mais longe. Enveredando por esse caminho podiamos facilmente constatar que o nosso nível de vida é bastante superior ao Haiti e a Trinidad e Tobago, a inflação mais baixa que em Belize, e o nível de educação e alfabetização muito acima do Panamá e da República Dominicana. Temos que injectar confiança nos portugueses. Um ego balofo e uma autoconfiança apurada são uma grande ajuda para continuarmos a crescer.
Pensamento Profundo 1
quinta-feira, outubro 07, 2004
Lá está ele
Mas sempre fiquei reticente quanto aos meus sentimentos. Será que o problema é meu, mais especificamente do meu sentido de humor? Ou será que o rapaz é mesmo mau e não tem piadinha nenhuma? E assim vivi esta luta interior durante um longo período de tempo.
Estava eu à uns dias a ler A Mulher que Mordeu o Homem, quando tive a brilhante ideia de lhe fazer o chamado teste do algodão, ou melhor, um teste parecido com este. Substitui o algodão, por umas boas quantidades de vinho tinto, cerveja, shot’s, e claro, umas substâncias psicotrópicas para dar algum salero ao teste. No final desta mistura, pus-me em frente à televisão para ver “O Homem da Conspiração”. Das duas uma, ou me ria e afinal o problema era eu beber água ao jantar, ou então, ficava inerte a olhar para a televisão e aí o problema era do Nuno e mais especificamente da Sic Radical por não ter comprado os episódios do Seinfeld à mais tempo.
O resultado foi o que já intimamente esperava, a inércia. Quando tenho alguns amigos que me dizem que o Nuno faz humor Non-sense, inspirado em humoristas como os Monty Python, Benny Hill, Seinfeld, eu fico chocado. Pela simples razão de estarem a comparar camarões com tremoços. Até admito que o Nuno possa ter muito talento para a escrita, mas escrever é uma coisa e representar é outra totalmente diferente. Posso dar-lhe o exemplo de um colega de profissão como o Ricardo Araújo Pereira, o qual alia a brilhante escrita a um espantoso jeito para a representação, mas o Markl…Vejo (via) o Curto-Circuito lá está ele a comentar, começava um programa sobre cinema lá está ele a apresentar, inventam um programa sobre anormais…pronto, neste caso já acho que ele e o Alvim são as pessoas certas nos lugares certos. Mas será que não existem pessoas que percebam mais de cinema do que o Nuno? Será que não existem pessoas para representar com mais jeito que o Nuno? Não é por nada, e fui ensinado na catequese a não levantar falsos testemunhos, mas isto cheira-me a tacho.
Óscar, o fantoche
Infelizmente abordou terrenos já muito batidos. Começou por «lamentar que o programa [de Marcelo Rebelo de Sousa, na TVI] tenha terminado», depois lembrou que «Nós só falámos em defesa do pluralismo», acabando com a lapidar «Acredita que a TVI é pressionada?».
Palavras para quê? Pluralismo? Estou num mundo à parte ou o Professor já dava as suas aulas na TVI à mais de quatro anos? Nunca ninguém se preocupou com o contraditório e com o pluralismo. TVI pressionada? Nunca. Foi apenas uma inocente conjugação dos astros, que só por acaso coincidiu com a defesa da mui famosa pluralidade defendida pelo ministro (não digo o nome porque os fantoches não o têm, sei que o sonho dele era ser chamado de Santana Lopes, mas como já há um, podemos chamá-lo de Óscar).
Na minha opinião, este último salto empranchado para trás correu muito mal. Podem-me dizer que os portugueses têm uma cultura circense acima da média, mas também, existem melhoras no espectáculo a ser feitas. O ideal seria mudar os palhaços todos, não sendo possível, ao menos que se mude o espectáculo. Já é muito batido. A fundação Calouste Gulbenkian em parceria com o Chapitô vai atribuir umas bolsas para se tirar o doutoramento em artes circenses. É concorrer meus amigos. Se querem aprimorar a profissão nunca podem deixar de estudar. Além do mais é preciso quem inove, quem apresente espectáculos diferentes. Os portugueses precisam de sorrir, e se os senhores não servem para governar ao menos entretenham-nos.
quarta-feira, outubro 06, 2004
Liberdade II
São precisos mais comentários?
Liberdade
Para começar podemos falar da intenção de acabar com as taxas moderadoras, que é algo de assustador, pois anula os princípios de igualdade, assim como iliba o estado das suas obrigações para com os contribuintes. Assim, com um financiamento extra sempre se opta pelo mais simples que é adiar a reestruturação do sistema nacional de saúde e evitar o estudo de um modelo que permita uma gestão sóbria e eficaz dos hospitais. Mas caso não saiba o Sr. Ministro, quem tem dinheiro não vai aos hospitais públicos na maioria dos casos. Parece que estou a ver o Dr. Bagão Felix a esperar 7 anos por uma prótese para a anca como o comum dos contribuintes. De certeza …
Depois temos o imbróglio da colocação dos professores que adiou até hoje o início das aulas. Inédito! E parece que tudo por causa de um software feito "especialmente" para o efeito. Nem comento!
E agora vem a melhor! Esta sim é muito boa! O Ministro dos Assuntos Parlamentares insurgiu-se contra a impunidade e a LIBERDADE DE EXPRESSÃO de Marcelo Rebelo de Sousa nos seus comentários semanais para a TVI. Pediu a intervenção da Alta Autoridade Para a Comunicação Social para regular o ódio que alegadamente Marcelo nutre por Santana e que o levam a dizer mentiras e sei lá mais o quê. Meus senhores… defendam-se como homens! Não façam queixinhas! Defendam-se com factos, com actos, provem que são melhores do que aquilo que dizem. Neste momento não me parece que seja só Marcelo que tem ódio ao vosso governo!
O que se pede é que esteja alguém presente no programa que supostamente contradiga Marcelo. Ora isto é um absurdo. Podem pedir que esteja lá alguém para comentar os factos da semana paralelamente a ele. Mas vão obrigá-lo a contradize-lo? E se estiverem os dois de acordo? É uma maquinação anti estado de certeza! E depois? Acho que é salutar que duas pessoas de ideias políticas diferentes estejam de acordo, tal como que duas pessoas do mesmo partido tenham ideias diferentes. Esta visão clubística dos partidos políticos é no mínimo ignóbil.
Memórias
terça-feira, outubro 05, 2004
Canas de Senhorim a concelho já!!!
Agora Canas de Senhorim não passa a concelho e o que fazem os timorenses? Nada. E assim se vê o agradecimento do, pensavam os habitantes de Canas…, bom filho.
sexta-feira, outubro 01, 2004
À Partida Desconheço
Depois há algo que me intriga. Os astros influenciam as nossas vidas segundo a astrologia. De facto as forças de atracção entre planetas e outros astros influenciam os movimentos da Terra e as marés, e os campos magnéticos gerados podiam influenciar as nossas vidas. Eventualmente! Mas e então as porcarias que estamos fartos de mandar para o espaço? Os satélites, as estações espaciais, as sondas, os astronautas? Essa panóplia de artigos espaciais, uma vez em órbita, não deveria ter também a sua quota-parte na análise do nosso comportamento e das nossas vidas? Estes senhores carto-buzio-cientistas têm essas condicionantes em conta? Nunca ouvi dizer “Esta mês a estação MIR está casa de Sputnik, o que quer dizer que vai fazer uma viagem à Rússia. Embora o seu ascendente em Voyager possa refrear esse acontecimento. É também de ter em conta que tem Marte a interceptar Discovery, o que pode querer dizer sinal vermelho para novos amores”. Isto dava um ar mais credível à dita ciência. Embora o campo da definição “racional” continuasse por preencher.
Luxos
No dito email pedia-se o reencaminhamento da mensagem para fazer pressão sobre a FNAC para baixar os preços, e fazia-se a comparação com outros casos de multinacionais que alegadamente exploram os portugueses, praticando preços superiores a outros países. Desconheço esses casos muito sinceramente. Mas há que recordar que em Portugal os artigos como CD’s, DVD’s, instrumentos musicais, e outros artigos de carácter cultural aos quais os livros serão a única excepção, têm um imposto de artigo de luxo. E digam-me lá se isto não é de um país atrasado e subdesenvolvido. Ou seja, para o estado a cultura é um luxo. Os livros têm um imposto de 5% se a memória não me falha, e estes artigos de luxo têm impostos 3 ou 4 vezes superiores. Não será um motivo para 20 Euros de discrepância num artigo que ronda os 50 Euros. Mas dá que pensar. E há mais factores que influenciam num preço, como os transportes, as comunicações, outro tipo de impostos. Aqui tudo é mais caro por alguma razão. Não me parece que uma FNAC ou uma IKEA (outra empresa referida no email) tenham uma política exclusiva de embarrilar os portugueses em exclusivo.
Recordo-me de quando entramos para o Euro ver uma reportagem a comparar preços de bens de diversa ordem nos vários países aderentes, já que a moeda única permitia uma comparação séria. Portugal tinha os preços mais caros em 95% das coisas! Incrível! A Alemanha e a França tinham dos preços mais baratos, e não era um Euro mais barato. A diferença é ainda maior se comparamos os salários mínimos e salários médios. Os artigos iam desde electrodomésticos, carros, cabazes de compras, casas, transportes, etc. Tudo isto mais barato. É difícil de compreender e aceitar. A falta de produtividade e o absentismo não justificam tudo. E como qualquer gestor sabe, o exemplo tem que atravessar transversalmente toda a organização, do topo à base. E todos sabemos os exemplos que temos por aqui salvo raras excepções. Não se pode pedir aos trabalhadores um trabalho abnegado 8 horas por dia e ver o director de produção desaparecer o dia todo sem ligar nenhum ao trabalho e seus subordinados.
Voltando ao email, devo dizer que o reencaminhei, ao contrário do que faço em 98% dos casos. Com uma coisa eu concordo naquele email. Os portugueses exigem pouco. E refiro-me de uma forma geral. É raro ver alguém reclamar num estabelecimento ou em qualquer empresa de serviços, ou ao próprio estado. Os portugueses aceitam as coisas e/ou têm vergonha de reclamar. Se tiverem razão reclamem. Sem medo! Quanto mais exigirmos melhor seremos tratados. Aceitar tudo o que nos dão sem questionar é que não! E por isso, reclamem lá com a FNAC ou com quem tem a responsabilidade nessa discrepância de preços. Mas eu ainda acho que o alvo poderia ser o estado por considerar um artigo de luxo a cultura.
Paz e Amor
Cicciolina -- Outubro 2002